Onde você estava em 1º de Julho de 1994?

Janaina Pereira é Administradora, Especialista em Gerenciamento de Projetos, Consultora há mais de 10 anos em Planejamento Estratégico e Marketing e Diretora Executiva na Porto3 Soluções.

Em em 1º de Julho de 1994, eu tinha 14 anos. Lembro bem onde estava quando li a notícia da instituição do Plano Real, que começara meses antes com a tal da Medida Provisória 434. Era impossível não saber: era capa dos principais jornais brasileiros. Não sabia bem o que era, mas sabia que se tratava de mais uma das inúmeras tentativas de conter a inflação galopante da época e “estabilizar nossa economia”. O argumento era sempre esse.

Um pouco descrente, pois, apesar de adolescente, conhecia outras tentativas frustradas, a partir daquele dia, ajudava minha mãe em compras enquanto me ajudava uma calculadora. Calculadoras não faltavam, pois não era cálculo fácil de cabeça a conversão de 750 Cruzeiros Reais em 1 URV. Vender calculadoras foi bom negócio na época, isto se o vendedor não errasse a conversão, como aconteceu com tantos produtos.
Minha descrença e, tenho certeza, a de milhões de brasileiros, foi vencida diante dos resultados conseguidos pelo Plano nos meses seguintes. Tínhamos uma nova moeda, a esperança de sempre e a expectativa de nunca. A partir de então, seria possível comprar parcelado sabendo quanto seria a parcela, comprar um quilo de feijão de manhã e perceber que o preço era o mesmo à tarde, e, até mesmo, programar e parcelar uma viagem.
Eram tempos difíceis que melhoraram. À época, seja por brios ou necessidade de glória, alguma coisa, ao menos uma tentativa, era feita pelo brasileiro. O que aconteceu hoje? Como chegamos até aqui?
Não sou inocente ou estúpida de defender esse ou aquele partido. Para mim, todos, SEM NENHUMA EXCEÇÃO, são corruptos. Falo dos partidos e não necessariamente das pessoas. Enquanto a população se digladia numa guerra que acha que é de Direita versus Esquerda – ou nem sabem o que é isso -, o nosso conceito de Povo vai se esvaindo e tomando outras conotações.
Segundo o dicionário, “povo é o conjunto de pessoas que falam a mesma língua, têm costumes e interesses semelhantes, história e tradição comuns”. Na época do Plano Real, há pouco mais de duas décadas, parece-me que tínhamos claramente um interesse comum. De lá pra cá, esse interesse só aparece com mais força na Copa do Mundo, porque nem nas manifestações populares os brasileiros estão unidos em prol de uma única causa! Muitos sequer sabem o que estão fazendo, a verdade é essa.
O que tem-nos acontecido? Será que estamos revolucionando mais um conceito? Honestamente, temo que nem toda revolução seja salutar. Como o conceito de povo, espero – embora continue descrente – que nossa esperança não se desintegre ao longo do tempo.
Janaina Pereira é Administradora
Último artigo publicado:UMA PARADINHA NO PRECONCEITO
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CONVENIÊNCIAS

Toda administração pública, seja ela em qual for a esfera, municipal, estadual ou federal, é feita de pessoas, muitas delas concursadas ou apadrinhadas por alguém, na sua grande maioria, e a cada dia que passa, o aumento de pessoal é enorme, inchando a máquina e onerando os cofres públicos em nome da governabilidade, onde esse argumento é levado adiante por todo aquele que almeja benefícios políticos, é mais comum do que se imagina, vermos filhos, amigos, parentes ou aderentes de alguns nomes da política ocupando cargos sem a menor experiência ou até mesmo assiduidade, acuidade e comprometimento com a função exercida, estão lá apenas por conveniência, de ter apoiado partido A ou B, e se preocupar apenas com seu próprio umbigo, no período eleitoral o que mais se ver são pseudos cabos eleitorais e líderes comunitários pleiteando vantagens para apoio a certos indivíduos que se colocam como salvadores da pátria, já que as peças podem até mudar, mais o jogo e as atitudes continuam as mesmas, a prática da “farinha pouca, meu pirão primeiro” nunca foi tão atual, pessoas que defendem práticas e discursos momentâneos, bastando o convite para o banquete do poder, para que estes se engajem de corpo e alma a projetos completamente opostos aos que eram fortemente combatidos, gente que de uma hora pra outra se desconhece nas próprias atitudes, pouco se lixando para o que falou ou defendeu, e muito menos para o povo, descendo pelo ralo de valas comuns o seu pseudo desejo de mudança, mancomunados com elementos que degradam o país, passam a dialogar e agir de forma oposta ao indagado, questionados, muitos defendem a sobrevivência politico partidária, mesmo assim, repugnam aqueles que têm opinião própria e defendem suas causas e bandeiras, chegando ao ridículo papel de xeleleu para garantir espaço em algum palanque que possa alavancar aos seus, feroz e vorazes com quem os questiona, por suas mudanças, partem para o ataque, denegrindo e escorraçando as verdadeiras pessoas públicas, que poderiam fazer algo diferente, e o povo? ah o povo que se dane…

Máximo Neto é comunicador

Último artigo: Por que tenho que apoiar Lula?

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“Temer é o chefe da Orcrim [organização criminosa] da Câmara”

Paulo Alves é advogado

“Temer é o chefe da Orcrim [organização criminosa] da Câmara” Joesley Batista – Revista Época.

Há notícia de que a Revista Época desta semana divulgará entrevista de Joesley Batista, um dos donos do Grupo J&F / JBS, tendo a matéria de capa o seguinte enfoque: “Temer é o chefe da quadrilha mais perigosa do Brasil”.

Na entrevista, disse que conheceu o Temer recentemente (2009, 2010) e logo no iniciozinho houve pedido e repasse de dinheiro, havendo enfatizado que “O Temer não tem muita cerimônia para tratar desse assunto. Não é um cara cerimonioso com dinheiro”.

Joesley teria registrado que “Há políticos que acreditam que pelo simples fato do cargo que ele está ocupando já o habilita a você ficar devendo favores a ele. Já o habilita a pedir algo a você de maneira que seja quase uma obrigação você fazer. Temer é assim”.

Indagado sobre a natureza da relação dele com o presidente Temer, respondeu que “nunca foi uma relação de amizade. Sempre foi uma relação institucional, de um empresário que precisava resolver problemas e via nele a condição de resolver problemas”.

E acrescentou: “Acho que ele me via como um empresário que poderia financiar as campanhas dele – e fazer esquemas que renderiam propina. Toda a vida tive total acesso a ele. Ele por vezes me ligava para conversar, me chamava, e eu ia lá”.

A Época foi direto ao assunto, perguntando enfaticamente: “O chefe é o presidente Temer?” Joesley respondeu: “O Temer é o chefe da Orcrim [que significa organização criminosa] da Câmara. Temer, Eduardo, Geddel, Henrique, Padilha e Moreira. É o grupo deles. Quem não está preso está hoje no Planalto. Essa turma é muito perigosa. Não pode brigar com eles. Nunca tive coragem de brigar com eles. Por outro lado, se você baixar a guarda, eles não têm limites. Então meu convívio com eles foi sempre mantendo à meia distância: nem deixando eles aproximarem demais nem deixando eles longe demais. Para não armar alguma coisa contra mim. A realidade é que esse grupo é o de mais difícil convívio que já tive na minha vida. Daquele sujeito que nunca tive coragem de romper, mas também morria de medo de me abraçar com ele”.

Na entrevista, Joesley também faz referência a partidos políticos e a políticos que usaram do mesmo expediente, inclusive qual deles teria “institucionalizado” a corrupção no Brasil…

Lamentavelmente, este é o cipoal no qual a população brasileira se encontra envolvida como refém, sendo verdadeira e diuturnamente espoliada exatamente por grande parte dos seus ditos “representantes legais”, cujos maus-exemplos advindos de Brasília não raro são multiplicados pelos estados e pelos municípios brasileiros.

As informações prestadas por Joesley Batista estão em consonância com os depoimentos prestados em “delação premiada”, a exemplo de tanto outros como Emílio e Marcelo Odebrecht, Léo Pinheiro (OAS), Renato Duque etc.

Portanto, o mau-exemplo do mundo político – salvo as raríssimas exceções – está exposto e à vista de todo mundo. Não dá para desconhecer. Não dá para não querer ver. Não dá para tampar o sol com a peneira. Não dá para defender esse ou aquele “bandido” que tem enganado o povo e assaltado o dinheiro da nação brasileira.

Conclui-se, assim, que já passou da hora do brasileiro acordar e do Brasil ser passado completamente a limpo, devendo todos os malfeitores – independentemente de partido político, de pessoa ou de cargo – ser afastado definitivamente da vida pública e seio da sociedade, arcando cada um deles com as devidas e necessárias consequências.

O momento de fazer o que precisa ser feito é agora. Se não fizermos agora, talvez não tenhamos outra oportunidade…

E, ai, as consequências poderão ser muito mais drásticas e, quem sabe, completamente irrecuperáveis…

Paulo Alves é advogado.

ÚLTIMO ARTIGO PUBLICADO: Tribunal Superior Eleitoral: Uma imagem vale por mil palavras (e um – mal – exemplo vale por mil imagens). A rejeição da ação judicial que pedia a cassação da Chapa Dilma-Temer

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Quem não tem teto de vidro tatue a minha testa

Mikhail Gorbachiov é Cientista Social pela UFPE

A semana foi marcada por um episódio trágico que merece uma cara reflexão: Você já fez alguma merda na vida? Já foi acusado de algo que não fez? E, se em ambas as situações você tivesse tido isto tatuado em sua testa?

Pois bem, esta semana em São Bernardo do Campo, um jovem de 17 anos, dependente químico, foi acusado de tentar roubar a bicicleta de um deficiente físico e como forma de fazer justiça com as próprias mãos, dois homens de 27 e 29 anos, respectivamente, torturaram o jovem tatuando em sua testa o seguinte dizer: “sou ladrão e vacilão”, além de terem filmado e viralizado o vídeo pelas redes sociais.

O caso em questão traz à tona um modelo arcaico de se fazer justiça. O código de Hamurabi, a lei do talião ou simplesmente o “olho por olho, dente por dente”. Esta tem sido a forma retrógrada com que a sociedade brasileira tem pensado em casos que necessitam de justiça. A descrença nas instituições e nos poderes faz com que a sociedade se manifeste de forma irracional e instintiva, descendo um degrau na condição de homem que pensa.

Se o garoto tentou ou não roubar a bicicleta não caberia a ninguém que não fossem as autoridades competentes a intervir e resolver o caso. Mas porque o caso tomou este desfecho? Se observarmos bem, veremos que o garoto é negro, pobre e em situação de vulnerabilidade social. Isto de certa forma cria uma condição propícia para que os incomodados com a suposta tentativa de roubo venham a querer linchar, torturar e afins. Paremos para perceber também que seus torturadores também são negros e pobres.

Estamos diante de um caso que escancara que a sociedade brasileira vive numa constante disputa de valores e num eterno antagonismo social de classes. Seja na violência urbana, no campo trabalhista ou até nos direitos humanos, a face mais perversa de uma sociedade classista e elitista está nua e crua. Trabalhadores contra trabalhadores quando se trata de reforma trabalhista; negros contra negros e pobres contra pobres sob um manto de um discurso de uma sociedade branca e de valores que se reconhecem a partir do “vale quem tem”.

A discriminação e o preconceito racial estão presentes não apenas neste, mas em tantos outros casos que vemos todos os dias. O olhar para quem é negro, pobre e que não teve oportunidade é de desconfiança, opressão e de anulação de defesa. Não estão sendo olhados os direitos tirados e negados de cada cidadão quando simplesmente e de forma taxativa se apregoa algo sobre alguém.

Não bastasse a tortura e a viralização do vídeo, de quebra tivemos um teste de facebook que dizia qual seria a frase a ser tatuada em sua testa. E a sociedade “crítica” e dotada dos “melhores valores” possíveis faz o quê? Vai lá, e compartilha. A coisa tá mais feia do que pensamos.

Aqui não estou a defender os que cometem delitos, mas sim, levanto a reflexão de quais condições o levam a cometer? Direitos negados, historicamente, por uma sociedade elitista miscigenada e que se julga europeizada. Se existem instituições desacreditadas devemos nos rebelar contra as instituições e exercer nosso papel de cidadão e não degenerar ainda mais a nossa “pobre” espécie.

Por fim lanço a seguinte reflexão: o mesmo seria feito com um sonegador de impostos ou com alguém que desvia dinheiro público e que certamente causa muito mais mal do que um suposto ladrão de bicicleta?

Último artigo: Os estereótipos e os valores

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Quem tem direito a pensão por morte e quais são os prazos e duração do benefício?

De todas formas possíveis nossos governantes, vem cada vez mais dificultando os benefícios sociais junto ao INSS a fim de arrecadar mais. Com a Lei 13.135, de 17 de Junho de 2015, mudaram as regras para requerer a pensão por morte com esse mesmo intuito, e muitas pessoas ainda não tem conhecimento de como estão os novos requisitos para se ter direito ao benefício. Para requerer a mesma, hoje se observa primeiramente o tempo de contribuição do segurado e a idade do dependente para estabelecer o tempo de recebimento do benefício. “O benefício da pensão por morte é pago a dependentes do segurado da Previdência Social em caso de morte ou de desaparecimento, quando a morte presumida for declarada judicialmente.”

Primeiramente deve-se analisar junto ao INSS quem são os dependentes do segurado, ao ver isso que relação o mesmo tinha com o segurado, se era cônjuge, filho, filho equiparado, etc.

– Em caso dos filhos se tem direito a receber o benefício até os 21 anos, salvo em caso de invalidez ou deficiência. Para os irmãos e filhos equiparados comprovando o direito o benefício continua até os 21 anos porém tem que demonstrar o direito a receber.

Para o cônjuge temos que analisar duas situações:

– Caso o segurado tenha vindo a óbito antes das 18 contribuições ou o se o casamento ou união estável de iniciou antes do 2 anos do falecimento do segurado o cônjuge tem direito a apenas 4 meses a partir do óbito do mesmo.

– Em caso do óbito ocorrer após as 18 contribuições e pelo menos 2 anos após o falecimento ou se por ventura a morte decorrer de acidente de qualquer natureza deve – se analisar a idade para determinar o tempo de recebimento do benefício.

– Se caso o cônjuge for deficiente ou inválido o benefício dura até quando permanecer na condição respeitando também os prazos mínimos da tabela abaixo.

menos de 21 (vinte e um) anos 3 (três) anos

entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos 6 (seis) anos

entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos 10 (dez) anos

entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos 15 (quinze) anos

entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos 20 (vinte) anos

a partir de 44 (quarenta e quatro) anos Vitalicio

O prazo para requerer o benefício junto ao INSS é de 90 dias, mas infelizmente, o INSS vem negando diversos benefícios na esfera administrativa, ao requerer recomenda-se que o requerente se dirija já com um profissional especializado na área para aumentar a probabilidade de êxito sem necessitar de demanda judicial.

Último artigo publicado:“NÃO PENSE EM CRISE TRABALHE”

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O original não se desoriginalizará

Nivaldo Santino é advogado

Não é de hoje que a grande mídia impõe o que quer na música brasileira, em detrimento da cultura nacional. Foi assim com a lambada, com a música tosca dos Mamonas Assassinas e Tiririca, depois com o pagode, os vários estilos de funks e seus Mc’s esquisitos e agora com o sertanejo, que de sertanejo não tem nada.

Apesar dos protestos de muitos, não se tem evitado a invasão de músicas e artistas estranhos ao carnaval e as festas juninas. A polêmica aumenta a cada ano. Recentemente Elba Ramalho reclamou dos sertanejos que não abrem espaço no seu reduto, a festa do peão, em Barretos, mas invadiram os principais palcos tradicionalmente destinados ao forró, aqui no Nordeste. Marília Mendonça respondeu e Alcimar Monteiro rebateu. Concordo com Alcimar, apenas quando ele diz que isso não é sertanejo, mas BREGANEJO e que a música de Marília Mendonça é horrorosa. Com as devidas desculpas aos fãs do estilo, mas gosto não se discute!

Acho as queixas e críticas dos artistas locais pertinentes, mas direcionadas às pessoas erradas. Os ‘breganejos’, não têm culpa. Mas sim, os contratantes que usam dinheiro público que devia fomentar a cultura local para atacar essa própria cultura.

Resta-nos o consolo de que a boa música sempre resistirá. E assim como o cuscuz sempre resistiu a pães e brioches, o forró inspirado na cultura do povo nordestino, brilhantemente liderado por Ganzagão sempre resistirá aos ritmos passageiros. E por falar em forró, hoje e amanhã o fole roncará no alto da Serra e a cabroeira da nossa terra subirá a ladeira pra dançar…Simbora!!!

Nivaldo Santino é Advogado.

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UMA PARADINHA NO PRECONCEITO

Janaina Pereira é Administradora, Especialista em Gerenciamento de Projetos, Consultora há mais de 10 anos em Planejamento Estratégico e Marketing e Diretora Executiva na Porto3 Soluções.

Esta semana, assisti uma edição do programa Conversa com Bial, quando a entrevistada foi a cantora Anitta. Não gosto de funk, não porque pretendo ser culta, porque seja privilegiada ou considere o ritmo um instrumento de apologia à criminalidade ou às drogas. Não gosto porque não gosto, como não gosto de Luiz Gonzaga ou Raul Seixas. Não gosto de funk do mesmo jeito que não gosto de Chico Buarque. Não gosto como não gosto de aboio ou forró “estilizado”. Então, por que assistir a entrevista de Anitta e, mais ainda, citá-la aqui? Acho que, de onde menos esperava, novamente aprendi uma coisa bem interessante e que acho pertinente compartilhar.

Nem simpatizo com a moça nem curto o trabalho dela. Mas estava de bobeira em casa, já cansada de ler, farta das redes sociais de onde não temos conseguido sair, e, principalmente, sem sono. Liguei a TV e começou o programa de Bial. Considerando já ter assistido algumas edições e ter achado bacanas, e na esperança que Anitta não fosse suficientemente interessante para ser pauta de um programa inteiro, dei um voto de confiança para a entrevista, sempre esperando o próximo bloco.

O programa começou com funk, claro. Suportar a introdução já foi um verdadeiro exercício de paciência, até que, quando a cantora começou a contar de sua trajetória, me flagrei me perguntando como tenho sido tão preconceituosa – no real sentido do termo – e como, em geral, temos sido tão fundamentalistas a ponto de só nos interessarmos por aquilo que já os interessa, de uma música a um posicionamento político, passando pelo sabor de uma comida ou um lugar que visitamos. A entrevista continuou e Anitta me surpreendeu mais uma vez. Deduzi que o meu tipo de atitude é o que, infelizmente, tem norteado todo o nosso comportamento social ultimamente. Por motivos diversos, com ou sem razões suficientes, tem-nos faltado paciência. Paciência com o outro, com a voz do outro, com o gosto do outro, com a opinião do outro, com a roupa do outro, com jeito de ser do outro. Quando falta paciência, é muito fácil sobrar desrespeito. Ou despeito. Não temos nos permitido sequer escutar o ponto de vista alheio – que dirá entendê-lo?

Anitta me levou a pensar em por que, na época de campanha eleitoral, acompanhamos nos comícios apenas o candidato que já nos interessa. É como se fosse uma falta grave comparecer aos eventos de todos os candidatos, quando, na verdade, os comícios e programas eleitorais deviam ser expositivos de propostas para, depois de conhecer todas, definirmos nosso voto, e não uma declaração prévia dos números que vamos digitar na urna. O mesmo comportamento foi recentemente reproduzido num julgamento importante, quem, em vez de escutarem acusação e defesa, os juízes foram simplesmente defender seus próprios votos. Impacientemente, como se a divergência nunca tivesse passado ali.

Enquanto acompanhava as palavras e o posicionamento de uma pessoa com a qual nunca simpatizei, percebi que é possível compreender a coerência de um discurso até entre rebolados e paradinhas. É que esta coerência só se atinge quando se vive o que se prega. É por isso que Anitta falou tão bem de discriminação, das letras apologistas do funk, das quais, mesmo não concordando, entende ter uma razão de ser, falou de violência e de sucesso. É por isso que ela falou tão bem de hipocrisia, de demagogia e de oportunismo. Falou de empoderamento social. Questionou o que define cultura e deu um tapa no meu preconceito ao provar que uma funkeira entende de marketing aplicado e administração como poucos Mestres e Doutores com os quais trabalhei.

O que temos vivido é a real figura do que somos. Aquilo que está no poder, no auge e nos holofotes nos representa, seja na política ou no hall da fama, e é isso que projetamos inclusive internacionalmente, seja um político, uma conquista da Ciência ou um avantajado par de glúteos. E vai continuar sendo assim, claro! Se estivermos insatisfeitos, mas não nos permitirmos conhecer o novo, como esperamos que a nossa cara mude?

Continuo não gostando de funk e nem de Anitta, mas o exercício de empatia e reflexão aconteceu. Confesso que fiquei envergonhada por ter deduzido de forma tão preconceituosa que Anitta não teria conteúdo suficiente para sustentar uma pauta de programa de opinião. Que bom que, naquele momento, minha paciência foi maior que meu preconceito!

Último artigo publicado: CRISE DE IDENTIDADE

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Tribunal Superior Eleitoral: Uma imagem vale por mil palavras (e um – mal – exemplo vale por mil imagens). A rejeição da ação judicial que pedia a cassação da Chapa Dilma-Temer

O pensador político e filósofo chinês Confúcio, que viveu entre 552 e 479 a.C., ficou conhecido como o Mestre Kung devido aos seus sábios provérbios. Dentre eles, o mestre ensinou que “Uma imagem vale por mil palavras”.

Parafraseando Confúcio, poderíamos dizer que “um exemplo vale por mil imagens”. Ensinar pelo exemplo vale muito mais do que pela palavra.

Todo brasileiro assistiu estarrecido – nesta última sexta-feira, dia 09.06.2014 – o julgamento proferido pelo Tribunal Superior eleitoral.

Tratava-se de uma ação judicial visando cassação da chapa eleitoral presidencial Dilma-Temer, das eleições de 2014.

A acusação era a de que ela teria praticado abuso político e econômico para vencer as eleições.

Dentre as várias acusações, constava a de recebimento de propina e caixa dois, inclusive por via transversa da Petrobras.

Considerando que a Presidente da República Dilma Rousseff foi afastada do cargo por impeachment, mas permaneceu com os seus direitos políticos preservados, a decisão agora visaria cassar o atual Presidente da República Michel Temer e tornar inelegível a ex-Presidente da República Dilma Rousseff.

O Ministro Gilmar Mendes, em período anterior, quando do julgamento das prestações das contas partidárias, determinou o prosseguimento destas apurações.

Por essa razão, os depoimentos dos executivos da Construtora Odebrecht e do marqueteiro João Santana e sua esposa Mônica Moura, dentre outros, que fizeram “delação premiada”, foram juntados aos autos do processo.

As defesas protestaram contra o aproveitamento dessas delações premiadas porque elas teriam surgido somente após a instauração do processo judicial no Tribunal Superior Eleitoral.

O Ministro-relator indeferiu o pleito das defesas sob o fundamento de que na petição inicial da ação havia referência a propina oriunda da Petrobras e a legislação processual civil, aplicável subsidiariamente à espécie, permitia o aproveitamento de provas relacionadas ao caso, mesmo que surgidas posteriormente.

O Ministro-Relator se embasava ao Art. 493 do Código de Processo Civil, que detém a seguinte redação, “in verbis”:

“Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a decisão”.

Observe-se que o conteúdo da norma processual é bastante claro, no sentido de que o juiz pode invocar o fato surgido posteriormente para o julgamento da ação até de ofício, isto é, sem a necessidade de solicitação da parte interessada.

No entanto, em que pese a clareza da norma processual, o fato é que o TSE, apreciando essa preliminar, decidiu, por maioria, não considerar as provas contidas nas delações premiadas. Algo completamente inimaginável para os “mortais”…

Finalmente, passando a apreciar o mérito da questão, qual seja, se teria havido ou não abuso de poder político e econômico pela chapa Dilma-Temer, a decisão do TSE, por maioria, foi a de julgar a ação improcedente.

Com isso, Michael Temer continua na Presidência da República e a ex-Presidente da República Dilma Rousseff não perde a sua elegibilidade.

O fato é que as provas contidas nos autos, segundo o Ministro-relator, Herman Benjamin, eram “… oceânicas…”, havendo ele afirmado que se recuava ao “… papel de coveiro de prova viva”.

Realmente, os autos do processo judicial contem 7.942 páginas, que está distribuído em 27 volumes, e condensa um robusto e cristalino acervo de provas das “práticas não republicanas”.

A confirmação da utilização de propina e de caixa dois pela chapa presidencial estava embasada, dentre muitas outras provas, nos depoimentos e documentos do próprio marqueteiro da campanha presidencial e da sua esposa.

Como, então, desconsiderar as referidas provas? Como não dá credibilidade ao depoimento do próprio marqueteiro da campanha, que confirmou e provou o recebimento “transverso” de dinheiro na campanha?

Ademais, também existiam os depoimentos e os documentos dos membros da Construtora Odebrecht, que são vulcânicos e inquestionáveis.

Não havia, pois, como o TSE, diante da fartura das provas, decidir o processo como decidiu, julgando a ação improcedente por ausência de prova.

O mau exemplo dado pelo TSE, induvidosamente, denigre a instituição “Poder Judiciário” e atinge indevidamente muitos – e muitos – de seus membros que lutam incansavelmente para fazer a boa aplicação da lei e a verdadeira e necessária justiça. Chega a ser desolador…

Há muito que o povo tinha perdido a crença na Presidência da República, na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, ficando o Poder Judiciário como a única instituição que poderia nos dotar de alguma esperança de justiça terrena…

Porém, decisões judiciais desse quilate jogam um balde de água fria nos últimos e únicos fios de esperança que ainda sobreviviam…

Mas, de qualquer forma, “não podemos desistir do Brasil” e nem perder as esperanças. Se perdê-la, será o caos.

Devemos lutar incessantemente – como um gigante – para que prevaleça a honestidade e a decência nas relações entre as pessoas.

Lugar para que as instituições – e o mundo pessoal, profissional e empresarial – sejam justas e confiáveis e, assim, tenhamos um mundo melhor para os nossos filhos.

É mais um grande sonho!!!

ÚLTIMO ARTIGO: A IDEIA DE UM MUNDO IDEAL

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“NÃO PENSE EM CRISE TRABALHE”

É com esse título irônico que inicio minha coluna opinativa, a política hoje vive em um clima de perseguição e quando falo isso não me refiro a busca para resolução da corrupção, mas sim achar um culpado para toda crise política do país.

Adeptos a ideologias de direita ou de esquerda geralmente buscam culpar o partido ideológico contrário ao seu. Porém deve-se lembrar que os cargos eletivos vão de vereadores ao presidente da república, são muitos componentes e como se pode acompanhar ambos os lados estão envolvidos, porém o que não entendo é a repercussão que se tem quando é de lado A não é a mesma de B, por exemplo enquanto o PT estava no poder tínhamos os chamados panelaços, que por motivos desconhecidos não ocorrem hoje com o PMDB, e até mesmo o PSDB.

Outro caso curioso é que a ex presidente da república a Sra. Dilma Rousseff, que comparada ao seu rival Aécio Neves foi citado diretamente bem mais que ela, inclusive já se envolveu em bem mais polemicas que a mesma, porém não repercute igual, assim como o seu companheiro de chapa o atual Presidente o Sr. Michel Temer, na verdade não vi uma panelada para ambos.

Não quero me adentrar a quem é inocente ou culpado, mas sim no viés social, o fato é que a população já escolheu o seu culpado e infelizmente “o buraco é bem mais embaixo”, 2018 está aí, a população terá sua chance de começar a corrigir os erros passados ou ficar a mesmice.

Neto Torres/Advogado

Último artigo publicado: A POPULAÇÃO DEVE AGIR EM MEIO A MÁ QUALIDADE DA ÁGUA NAS TORNEIRAS.

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Uma nação frustrada

Nivaldo Santino é advogado

Se a democracia é o poder do povo e para o povo. É de se conceber que a igualdade, a liberdade, o pleno exercício da cidadania, através das diversas formas de manifestação popular e o meio eficaz de fazer surgir novos direitos são princípios básicos e inerentes ao estado democrático de direito. Ela será sempre uma obra inacabada e é bom que seja assim.

A democracia reclama igualdade e para tanto, precisa que as instituições funcionem livremente, que os poderes sejam autônomos e que haja Justiça!

Mas, “o que devo fazer com essa tal liberdade?”. No tão pouco tempo de democracia que vivenciamos, após o nefasto golpe militar de 1964, parece que nos deslumbramos e nos esquecemos de que liberdade exige também responsabilidade. Precisamos ter zelo com a mantença do regime democrático e isso dá trabalho. Requer vigilância e comprometimento. É um dever de todos.

A tal liberdade desenfreada cuidou de vulgarizar a política. Os partidos não representam o povo. A maioria dos que se candidatam não se preparam para o exercício da função pública e muitos, ou a maioria, dos que votam não têm critérios e também banalizam seu voto, tornando-se os criadores da qualidade de seus representantes, hoje, não sem razão, tão contestados e questionados. Mas é sempre bom lembrar que os políticos não chegaram lá sozinhos. Foram colocados.

Nos últimos anos viu-se a degradação dos políticos e da política. Chegamos, talvez, ao fundo do poço. E a vantagem disso é que quando se chega ao fundo não se tem mais como descer e a lógica é subir. Há sempre uma esperança!

Ocorre que uma nação não é formada por categorias que se possam extirpar. É um engano achar que tirando os políticos tudo estará resolvido. Eles vêm do povo. Não tem como separar!

Descobrimos recentemente que os empresários dão o seu toque de requinte na escalada da corrupção e que o poder judiciário também participa, por vezes, com auxílio luxuoso, quando julga ao arrepio da lei ou fora do conjunto probatório.

A política não deve ser judicializada. Tem-se a crença de que o poder judiciário corrige os demais e deixa tudo beleza! Ledo engano!

Também se exige que se punam a qualquer custo os acusados. Se for rico ou exercer cargo público então, tá lascado! Basta ser mostrado na imprensa, muitas vezes de maneira irresponsável. Acusação não é, e nem pode se condenação. É preciso que se atente para o devido processo legal, a ampla defesa e o julgamento justo. O poder judiciário não pode estar a mercê das emoções das massas. Mas não pode ser o “coveiro de prova viva”, no dizer de sua Excelência, o Ministro Herman Benjamin (TSE).

O que ocorreu ontem (09.06.17) no TSE, onde Ministros, claramente, declaram que reconhecem as provas, mas que as ignoram em nome de uma presumida estabilidade ou

de caprichos processualísticos, frustra a nação. O TSE, no episódio da chapa Dilma/Temer, julgou como avestruz (Min. Luiz Fux) e não como a Coruja de Minerva, deusa da Sabedoria e da Justiça, cujo pescoço gira 360º, possuidora de olhos luminosos que enxergam “O todo”.

Ninguém tem dúvidas que o país deve ser passado a limpo. Mas se for pra limpar é pra limpar tudo. O Estadão publicou que o TSE tem um orçamento para este ano de 2 bilhões de reais. Custa R$ 5,4 milhões por dia aos cofres públicos. A maioria dos países democráticos não tem justiça eleitoral. A propósito. A gente precisa mesmo de um TSE?

Nivaldo Santino é advogado

Última postagem: Lapso temporal ou Salvo pelo gongo

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Campanha Honesta?!

Máximo Neto é radialista e apresentador de TV

Só o que se houve falar hoje em dia é do tal do caixa dois, muitos nomes ganharam as páginas policiais depois da operação lava jato, políticos e empresários unidos em prol de uma única causa: arrecadar. O político para fazer sua campanha e literalmente se eleger a todo e qualquer custo, o empresário para ter cada vez mais arrecadação e consequentemente uma empresa sólida e consolidada no mercado, ambos não se diferenciam em ponto algum, pois o consumidor final, o povo, é quem sempre paga por tudo isso, seja na compra de voto ou no desvio de dinheiro público para benefício de campanhas políticas, mídia, marketing, compra de voto, torna qualquer pretensão política onerosa, fazendo assim, com que quase em sua totalidade, os artifícios utilizados sejam os mais obscuros, obscenos e escusos, muita gente se sente enojada ao tomar conhecimento de tais atitudes, mais a verdade é que isso não é nenhuma novidade para quem vive nesse meio, a naturalidade é tão grande quanto comer, apenas para ilustrar, como se justifica um deputado federal que somando todos os seus proventos, com todas as regalias possíveis, recebe nos 4 anos de seu mandato pouco mais de 800 mil reais, e para se eleger, o valor mínimo gasto é de 1 milhão e meio de reais, as contas não batem. Trazendo para a realidade local, vereadores que gastam milhares de reais para legislar em causa própria e principalmente das empresas que investem em suas campanhas como acontece com deputados, senadores, governadores e presidentes, demonstrando que quem manda cada vez mais no país é o capital econômico e a corrupção. Ser honesto no Brasil está cada vez mais difícil, a falta de educação do povo e o espelho nos políticos tornam as pessoas dia a dia mais corruptas e corruptíveis, lamentável para uma república tão jovem, o que nos resta é manter a fé e esperança nessa nova leva de juízes e promotores que surgem com censo de justiça para estancar essa sangria desatada, mais enquanto o povo não aprender a votar e se vender por qualquer migalha, continuaremos pagando o preço, porque, claro, de onde se tira se repõe, o voto que é comprado hoje, volta quintuplicado em forma de propina ao eleito, que esquece do eleitor e suas necessidades por quatro anos ou mais.

Último artigo: Por que tenho que apoiar Lula?

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Os estereótipos e os valores

Mikhail Gorbachiov é Cientista Social pela UFPE

O inicio da semana me trouxe a necessidade de explorar um tema que causa um certo burburinho nos valores de nossa sociedade: os estereótipos.

Quem nunca olhou atravessado para alguém que tinha um estilo de vida, de roupa, de corte de cabelo e etc, que fugisse do padrão estabelecido socialmente como o adequado? E ainda assim, julgou a pessoa sem sequer saber ou se permitir a conhecer o que a pessoa pensa.

Pois é. Isso é estereotipar, ou seja, atribuir um valor sem conhecimento prévio sobre alguém.

Os estereótipos servem para segregar ainda mais as pessoas, separando e menosprezando-as.

Esta é uma prática que tem sido corriqueira e não é de hoje em nosso meio. Para tanto se faz necessário fazer alguns apontamentos sobre o tema posto em questão. Primeiro que, roupa, corte de cabelo e outros não definem a qualidade de quaisquer pessoa. Um punk que tem cabelo moicano pintado de verde pode ser mais ético e humano do que um dito cristão que frequenta a missa a todos os domingos e vive falando da vida alheia. Um mendigo que usa roupas maltrapilhas pode dividir um prato de comida com você, por outro lado aquele que tem um certo prestígio social não é capaz sequer de pagar um pão a alguém que se encontra com fome.

O que é importante sabermos é que para além das vestimentas e estilos de cada um, existe um ser humano. As roupas são meros detalhes e não dizem nada sobre ninguém. Assim também é para quem tem tatuagem. Isso não quer dizer absolutamente nada.

Numa sociedade como a nossa, os valores são atribuídos pelos pertencimentos a determinadas famílias e sobre aquele velho e escroto ditado popular do “me diga com quem andas e te digo quem tu és”. Mas a coisa não é bem assim, é só observarmos que as pessoas que mais são respeitadas em nossa sociedade por vezes ocupam cargos de chefia ou em algum dos três poderes. E quais são as roupas que eles usam? Os valores dos mesmos estão diretamente ligados ao estilo de vida?

A sugestão é para que nós nos desprendamos de certos preconceitos sociais e procuremos olhar para os outros, apesar das diferenças, como a uma pessoa capaz e sobretudo, humana. Pessoas que podem ocupar quaisquer lugar e postos na sociedade. Que possamos refletir sobre tais aspectos e ver que por mais que valorizemos terno, gravata e sobrenome, são pessoas de terno, gravata e de famílias prestigiadas que estão a lesar a pátria e a roubar o que é nosso.

Talvez a grande parafernalha em que estejamos metidos, hoje, seja por que você olha para a sociedade da forma com que a mesma olha para você. E permanecer no erro é sinal de não evolução.

Último artigo: Céu e inferno: a cultura do ou é 8 ou 80

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A IDEIA DE UM MUNDO IDEAL

Paulo Alves da Silva – Advogado.

De uma maneira simples, como você imaginaria um mundo ideal, onde todas as pessoas pudessem viver bem e ser verdadeiramente felizes?

É simples. Bastaria que as pessoas fossem corretas, honestas, justas, confiáveis, humanas; que cumprissem os seus deveres e assumissem as suas obrigações. Simples assim…

Nesse mundo ideal, não haveria necessidade de policiamento nas ruas, de apólice de seguro de veículos automotor, de casas muradas, e nem de presídios…

Nesse mundo ideal reinaria o respeito mútuo, o cumprimento da palavra, a consideração pessoal, a harmonia entre as pessoas.

Nesse mundo ideal, as pessoas teriam (maior) prazer de se relacionar umas com as outras, de se ajudar mutuamente, de viver em constante estado de cooperação…

Nesse mundo ideal, induvidosamente as pessoas seriam muito mais felizes…

Ah, eu sei que isso pode ser considerado (e ainda é) utopia, algo inimaginável, impossível de acontecer, sem precedente na história da humanidade…

Ademais, pelas características e peculiaridades de cada ser humano, esse mundo ideal dificilmente iria acontecer…

Realmente, desconhecemos haver registro na história de tamanho grau uniforme de inteligência da raça humana, de tamanha comunhão de pensamento e de interesse.

Porém, também é fato que existem muitas – e muitas – pessoas com essas características e com essas peculiaridades: justas, corretas, honestas, cumpridoras dos seus deveres e confiáveis.

Então, por que não acreditar que esse mundo ideal pode acontecer? Por obvio, se não acreditarmos, se não quisermos, se não lutarmos para isso, naturalmente que esse mundo ideal nunca irá acontecer….

No entanto, se incentivarmos, se valorizarmos e se trabalharmos com afinco, com grandeza de espírito e com determinação, não temos dúvida de que esse contingente de “pessoas do bem” se multiplicará geometricamente, resgatando-se princípios e valores até então muito relegados.

É que, atualmente, não há dúvida de que o nosso mundo está ficando muito “carregado”, “pesado”, “insano”, quase que “insuportável”, onde não raro tem prevalecido a enganação, o embuste, a trapaça, o jeitinho brasileiro de ser, a lei do mais forte, do mais poderoso, do mais audacioso, do mais inescrupuloso, do mais sanguinário, do mais selvagem…

Diante desse cenário, os prejuízos material, moral, social e psicológico são incalculáveis para toda a sociedade, porém eles atingem diretamente o mais humilde, o mais simples, o mais dependente, o mais necessitado…

Então, se deixarmos permanecer dessa forma, a onde iremos chegar? Isso é justo?

Prescindível será dizer que necessitamos urgentemente – e temos o devido direito – de um mundo mais justo, digno, correto, confiável, humano, feliz, pois, o grande objetivo da vida humana não é outro, senão a busca constante, permanente e incessante da felicidade…

Dessa forma, primemos para combater seriamente o engodo, a farsa, a enganação e o “jeitinho brasileiro de ser” reinante nesse nosso mundo atual, e, assim, mão à obra na busca determinada de um novo mundo, de um mundo ideal, de um mundo melhor, de um mundo muito mais feliz!!!

Paulo Alves da Silva- Advogado.

ÚLTIMO ARTIGO: A INICIATIVA COMO UM GRANDE DIFERENCIAL PARA O SUCESSO

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Céu e inferno: a cultura do ou é 8 ou 80

Mikhail Gorbachiov é Cientista Social pela UFPE

O final da última semana foi marcado pela surpreendente chegada das chuvas. As águas de março vieram em maio e superaram todas as expectativas de chuva para o período.

Numa época em que tanto se falava da escassez deste recurso natural, de suma importância para a existência da humanidade e seus serviços, a natureza mostrou que mesmo em seu ápice de desequilíbrio não deixa de cumprir o seu papel. A chuva veio, e em 48 horas mudou o cenário de terror pela escassez para um assombroso cenário de destruição em cerca de 30 municípios do Estado de Pernambuco.

O interessante em torno de tudo isso é notarmos o quanto a ação humana é responsável por muito de tudo o que se acontece. Por exemplo, nas cidades em que se notava certa escassez do recurso natural, tanto no quesito de consumo quanto no quesito de gerir a distribuição da água, perceberemos o quanto o consumidor extrapola na utilização de um recurso que não é renovável e, portanto finito, quanto também às responsabilidades de quem regula a distribuição da água negligenciam a possibilidade de falta do recurso e se pauta apenas em consumo, produção e acumulação de capital econômico.

Mas não culpemos apenas os usuários e os gestores da distribuição de água, neste processo. Na via de mão dupla, quando se vê as enchentes que acometeram algumas cidades nesta última semana, também existem outros culpados: os gestores dos municípios ou para os mais íntimos, os políticos. Pois é, eles são aqueles que não tratam dos leitos de seus rios para que quando exista volume na vazão, a água possa passar sem ter de ser encurralada. São gestores que não pensam, sequer executam obras minimamente dignas de infraestrutura para que se aja drenagem nas vias e para que a chegada das águas ao invés de ser algo preocupante, fosse digno de contemplação.

Em época de crises de identidade e da política seria mais que necessário que toda uma população começasse a refletir sobre os papéis e responsabilidades que cada um tem, e que não se culpabilize outros antes de notar se existe culpa em si. As enchentes por si podem causar estragos, mas atentemos para o fato de que a negligencia de muitas autoridades, no que toca à preocupação com o meio ambiente, seja na forma com que se distribui a água, seja quanto a forma com que se esquiva de realmente administrar uma cidade são mais culpados do que um simples fenômeno natural.

Deixemos de culpar ou atribuir isto ou aquilo a forças ocultas e reflitamos de fato quem somos e o que fazemos diante de cada causa e conseqüência.

Último artigo: A corrupção nossa de cada dia…

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Lapso temporal ou Salvo pelo gongo

Nivaldo Santino é advogado
O governo Temer acabou. Isso é voz corrente em todos os setores e em todos os cenários. A situação de Temer é muito pior do que a de Dilma, à época do seu impeachment. Mas na prática é diferente. Que Temer sangra e arqueja, é fato. A sua queda era iminente logo após a delação do moço sabido da JBS. Antes tudo era possível em direção à queda. Hoje tudo é possível em direção à permanência.

Em favor do presidente apenas uma base confusa, mas que já dá sinais de recuo da revoada, especialmente os tucanos. A reação positiva da economia, com o PIB registrando um aumento de 1%, após tanto tempo em baixa arrefeceu os ânimos e deu um sopro de vida a Michel.

Todo mundo sabe que Temer perdeu as condições de governar. Mas não existe um plano B. As principais hipóteses do inquilino deixar o planalto apontam caminhos longos e com obstáculos.

A UM a renúncia. Agora pouco provável. Temer ganhou fôlego por causa da economia e tem receio de ser preso, pois perderia a foro privilegiado e não há, pelo visto, saída honrosa.

A DOIS a cassação da chapa Dilma/Temer pelo TSE. Parece a saída mais curta. Técnica, legal e tudo o mais. Mas dificilmente não haverá pedido de vistas, o que retardaria o processo que ficaria sem data para ser julgado. Note-se que dois ministros são novos e que poderão alegar que não conhecem os autos para justificar o pedido. Não há prazo para devolução. Mesmo se julgado e condenado ainda caberá recurso… E haja tempo!

A TRÊS o impeachment. O presidente da Câmara Rodrigo Maia, e depende só dele, decerto vai suportar a pressão e não vai acatar nenhum dos pedidos impetrados.

As eleições gerais já serão em outubro do próximo ano. Se a vacância se der por quaisquer dos caminhos acima, quando, definitivamente, se concluiria o processo por qualquer das vias?

A constituição manda que se convoque eleição indireta, via Congresso, em 30 dias. Mas quando seria a eleição? Como se processaria? E quando assumiria o novo mandatário?

Quanto às eleições diretas teria que se mudar a constituição. Tem numero para aprovar a PEC? Lembrar que o quorum é de 3/5, ou seja, 308 Deputados e 49 Senadores. Haveria muita discussão e obstrução. O prazo para a conclusão é imprevisível.

Diante de tais circunstâncias, os diversos setores da economia e os poderes constituídos, inclusive o Legislativo, parecem ter assimilado que não precisa do presidente para tocar as reformas e a economia. E que tirá-lo agora vai dar mais trabalho do que suportá-lo, sem força e vulnerável. Mas não por preferência. Pode se estar avaliando o custo-benefício.

O presidencialismo puro praticado no Brasil é um equívoco. Todo poder concentrado em uma pessoa, num país com mais de 200 milhões de habitantes é inconcebível. Na prática tem que se fazer governo de coalizão. Em outras palavras, o toma lá, dá cá. A gente já sabe como isso acontece e quais as suas danosas consequências.

O moribundo Temer, ao que parece, poderá se manter no cargo. Mas como se diz: feito uma “Rainha da Inglaterra”, que reina, mas não governa. Poderá ser “salvo pelo gongo”, pois não haverá mais tempo para defenestrá-lo. E só por isso.

Em tempo: Como não há nada ruim que não possa piorar, a situação do presidente se agrava a cada dia. A prisão do deputado Rocha Loures, deve jogar mais lenha na fogueira. Diz-se que o deputado não aguenta arrocho e que deverá abrir o verbo em delação. Como em política nada do que se vê é a mesma coisa no segundo seguinte, vale destacar a brilhante frase do poeta Accyole Neto, em A natureza das coisas: “- Amanhã pode acontecer tudo, inclusive nada!”.

Por Nivaldo Santino/Advogado

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CRISE DE IDENTIDADE

Janaina Pereira é Administradora, Especialista em Gerenciamento de Projetos, Consultora há mais de 10 anos em Planejamento Estratégico e Marketing e Diretora Executiva na Porto3 Soluções.

Estes dias, devido ao colapso causado pelas enchentes em Pernambuco e Alagoas, percebemos claramente um dos traços mais bonitos do brasileiro: a sua solidariedade. Temos o perfil de nos colocarmos o lugar dos outros em situações extremas, como a que milhares de pessoas estão vivendo. Por outro lado, muitos oportunistas apareceram neste momento: políticos querendo aparecer sob o pretexto de ajudar na reconstrução das cidades, comerciantes encarecendo os preços de itens como água mineral, devido à grande procura e baixa oferta, e, principalmente, os próprios cidadãos de municípios afetados pelas chuvas, quando saquearam supermercados, por exemplo.

Fiquei pensando, portanto, na nossa identidade enquanto país. Sociologicamente, somos o resultado de uma colonização, e não é novidade para ninguém que grade parte dos nossos antepassados sequer queriam ter ficado aqui. Além disso, os índios foram escravizados e africanos foram traficados pelo seu próprio povo para o trabalho forçado. Somos a mistura de tudo isso – e ainda tem quem queira ser superior! Vai entender…

Mas o tema deste artigo é como, quando conveniente, alguns aspectos de nossa personalidade enquanto povo aparecem com tanta força. E não há um contraponto: para o bem e para o mal, nossas características aparecem sob demanda. No aspecto positivo, destaco a capacidade de nos mobilizar, de ajudar o outro, o voluntariado, especialmente quando uma grande tragédia acomete nossos pares. Para o mal, basta uma greve da Polícia para presenciarmos episódios vergonhosos como o saque a lojas ou o roubo de cargas quando um caminhão tomba (este, em especial, é um contra-senso, pois nem a desgraça do caminhoneiro é capaz de despertar o lado positivo dos oportunistas).

Enfim, parece que a maior característica da nossa identidade é o oportunismo. Não é à toa que aqui no Brasil se discuta de maneira tão veemente a diferença entre corrupto e corruptor, como se houvesse uma diferença substancial entre as duas práticas. Mas não me refiro apenas à política ou a grandes vantagens percebidas. É o oportunismo do dia a dia mesmo, este que nos nem percebemos e, muitas vezes, até elogiamos. É a pessoa “desenrolada”, o fulano que conhece gente “importante”, o troco que veio a mais, a gente percebeu e não disse, a nota fiscal não emitida, o tal “jeitinho” do qual tanto nos orgulhamos. É ultrapassar pelo acostamento, mentir a idade da criança para ela não precisar pagar passagem – e o pior: ensiná-la a fazer isso, e o “menor de idade” se aproveitar de uma legislação frouxa e covarde para pintar miséria sob a égide da impunidade, é furtar água dos mananciais em baixa e ter o disparate de vender a peso de ouro, e tantos outros exemplos que presenciamos todo dia, e que já foram aqui mesmo temas de coluna de um colega.

Porém não queria deixar uma mensagem negativa. E se fôssemos oportunistas no bom sentido? E se esta solidariedade que demonstramos nas enchentes fosse a nossa prática todo o ano? E se acreditássemos mais um nos outros? E se aproveitássemos as grandes datas para presentear comunidades, ao invés de nós mesmos? E se os trotes das faculdades fossem sempre solidários? Com certeza, nossa identidade estaria melhor definida. Seria mais bonito e tranquilo ser brasileiro.

Último artigo publicado:“PACIÊNCIA ETERNA” OU SOBRE COMO “JÁ FIZEMOS ISSO ANTES”

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A hora é agora!

Diz-se que a corrupção no Brasil é endêmica e tem haver muito com as nossas raízes. Resulta do nosso descobrimento, da nossa colonização e da formação da nossa sociedade. Um erro de fabricação, digamos. No entanto, não dá pra buscar justificar, nessa hipótese, para tudo que está acontecendo no Brasil. Não se tem muito mais a acrescentar. É claro que vão surgir ainda muitos escândalos e atos de desvio de conduta de autoridades dos vários poderes e de pessoas dos mais diversos setores.
O fato é que agora ficou cabalmente claro que o nosso sistema político faliu. As práticas políticas não têm mais como se manter da mesma forma. Os partidos políticos, que se fala tanto em seu fortalecimento, não se fortalecerão porque a sociedade não acredita mais neles. Estão todos se refundando, mas certamente, não representarão o eleitorado, extremamente saturado e descrente.
Diga-se que o noticiário está insuportável com esse nhen nhen nhen…Não se fala noutra coisa. Já não tem mais apelo.
Com a desmoralização completa dos políticos e da prática política, não tem mais o que esperar. Algo tem que ser feito, urgentemente!
Ressalte-se o fato extremamente positivo de que, apesar de todo esse descalabro, não há nenhum indicativo de quebra da ordem democrática.
Todos os cenários apontam para a queda do atual governo. Deve ser só uma questão de tempo. Com a saída de Temer pela renúncia, hipótese não descartada, se for encontrada uma saída ‘honrosa’, ou pela cassação da chapa, muito provável ou mesmo pelo impeachment, a solução mais desgastante, a regra é clara: eleição indireta pelo Congresso.
Uma democracia sólida exige que a ordem institucional seja mantida. Uma constituição não pode ser manipulada ao embalo das crises. Isto dá insegurança jurídica e não é bom. Contudo, o momento é excepcionalíssimo! E diante da descrença do povo nos parlamentares, muitos envolvidos em escândalos, justificar-se-ia sim, a mudança na Carta Magna para que se viabilizassem as eleições diretas.
Creio não ser a hora de disputas acirradas com o sujo falando do mal-lavado. É hora de um grande pacto nacional em defesa da democracia. Isso inclui todos os brasileiros. Não dá pra fazer ‘cara de paisagem’ e fingir que não está acontecendo nada e que os fatos atuais não nos dizem respeito. Estamos no centro. No olho do furacão. Não tem espaço para omissões. É hora de agir. Agora!

Por Nivaldo Santino

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Por que tenho que apoiar Lula?

Máximo Neto é radialista e apresentador de TV

Muito se fala que o Brasil nunca se desenvolveu tanto quanto no período em que Lula e Dilma, ou o PT, estiveram no poder; que a vida melhorou substancialmente, as pessoas começaram a viver melhor, investimentos em moradia, com a criação do programa minha casa minha vida, que financiou a compra do imóvel novo ou usado, com o incentivo à aquisição de móveis e eletrodomésticos para as mesmas, redução de IPI para a linha branca, com descontos para geladeiras, fogões, microondas e etc., dentre tantos outros benefícios que nunca existiram antes. Mas como no Brasil nada sai de graça, quem pagou o preço fomos nós todos, pois de onde se tira tem que se repor. No caso do IPI, o desconto veio para as prefeituras, através do FPM, reduzido gradativamente, chegando hoje a números irrisórios, quebrando vários municípios e obrigando gestores a fazerem mágica, no sentido literal da palavra, para honrar com compromissos e desvios de verba pública. A população ainda foi penalizada com falsas baixas de preços que nunca existiram para o consumidor final, na compra do carro ou moto, dos eletrodomésticos, da cesta básica, da gasolina e energia elétrica, o incentivo ficou com o empresário, que sequer repassou centavos ao povão.  A falsa ilusão levou ao consumismo desenfreado, hoje o que vemos é uma gente cada vez mais endividada e empobrecida, o consumo pelo consumo foi provado em vários momentos da história, que só leva ao caos social e econômico, pelo querer e poder, incentiva-se a violência na tentativa cada vez maior da aquisição de produtos que se tornam cada vez mais inacessíveis a todos, desencadeando uma problemática social nunca vista antes, que sequer é pensada ou lembrada por políticos, pensadores ou defensores de siglas partidárias, e hoje se chega à conclusão, o povo continua pagando o pato e a discussão se volta ao ‘rouba mais faz e quem roubou menos’. Por isso eu digo, quem quiser ter seu político de estimação que o tenha, boa sorte, passe bem e seja feliz, porque enquanto estes forem tratados como pop stars, idolatrados como são, viveremos submissos aos interesses escusos, e defesa de suas próprias causas, deixando a população cada vez mais excluída do real papel do gestor político, seja em qual for a esfera do poder.

Último artigo: A água é de todos !?

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A POPULAÇÃO DEVE AGIR EM MEIO A MÁ QUALIDADE DA ÁGUA NAS TORNEIRAS

Neto Torres/Advogado

Uma das frases mais conhecidas advindas da nossa carta magma é a que “o poder emana do povo, porém esse povo nada faz a não ser reclamar quando na verdade deveria agir. Se tem o costume de jogar tudo nas mãos das autoridades políticas, que nem sempre corresponde a vontade da população que o mesmo representa, porém é essa a triste realidade do Brasil.

Aqui em Bezerros, houve por parte do poder executivo e legislativo um efetivo trabalho para que a transposição do rio Sirinhaém nos trouxesse novamente água em nossas torneiras, porém essa água não correspondeu à expectativa e junto com a água os boletos recheados de cobranças, que ao meu ver é uma ofensa ao consumidor pagar por um produto com uma qualidade tão abaixo do que se paga.

Diante dessa situação mais uma vez o povo clama que os políticos façam algo, porém por que ao invés de apenas reclamar, a população juntamente com as associações de seus respectivos bairros e autoridades da nossa cidade, não se unem por esse bem comum? Ao meu ver, está na hora de todos se unirem e propor uma audiência pública cobrando das autoridades responsáveis pelo fornecimento de agua de nossa cidade a nível estadual, para encontrar uma solução em meio a esse problema.

Como diz o compositor Geraldo Vandré “vem vamos embora que esperar não é saber quem sabe faz a hora não espera acontecer.”

Bom Final de semana a todos.

Neto Torres/Advogado

Último artigo publicado: Se Temer renunciar qual o procedimento?

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“PACIÊNCIA ETERNA” OU SOBRE COMO “JÁ FIZEMOS ISSO ANTES”

Janaina Pereira é Administradora, Especialista em Gerenciamento de Projetos, Consultora há mais de 10 anos em Planejamento Estratégico e Marketing e Diretora Executiva na Porto3 Soluções.

Estive assistindo à TV Imprensa esses dias, especificamente quando o tema tratado era uma potencial alternativa de acesso à Serra Negra, pauta que já foi levantada outras vezes e de cuja relevância nós que conhecemos a estrada atual, sabemos bem. Mas não vou falar de novo da Serra Negra, ou pelo menos, não apenas da Serra Negra.

Debatendo mais uma vez a questão da estrada, fiquei pensando em quantas vezes já fizemos isso antes. Já fizemos isso antes em relação ao tal teleférico que o Estado prometeu há anos e hoje, na minha visão, deixou até de ser importante. Temos feito isso com frequência em relação ao vergonhoso serviço da Compesa, à insegurança pública que assola nosso município mais do que os demais, de maneira que se tornou até motivo de reportagem televisiva. Já fizemos isso antes em relação ao trânsito e à necessidade de promover concurso público e possibilitar que nossos agentes do Debetrans tenham de fato autonomia, o que não acontece hoje. Já fizemos isso antes em relação ao lixão. Já fizemos isso antes e, quando eu digo ‘antes’, pode ser bem, bem antes mesmo. Refiro-me a todo e qualquer governo, não necessariamente ao atual. Portanto, sem paixões partidárias nos comentários, por favor!

Prezado leitor, tantas reivindicações mais já fizemos antes! E o que acontece? Elas ficam perdidas no tempo, e nos causam uma canseira tão grande que, em algum momento, esquecemos. Prestem atenção se as respostas não são sempre as mesmas.

Quanto à estrada de Serra Negra, a resposta é que o Estado praticamente nos fez um favor com a pavimentação atual, que, por sinal, em poucas semanas, já apresentava sinais claros do péssimo serviço realizado. Não nos interessa saber de quem é a culpa: é ruim, ponto final. E já dissemos isso antes.

No caso do Debetrans, apesar de já municipalizado, neutraliza-se a problemática através de parcerias com PM e Detran, que, inclusive, multa em Bezerros de dentro das viaturas, colocando à margem a sua missão de orientar para evitar acidentes. Enquanto isso, os agentes do Debetrans continuam sem autonomia para agir quando necessário, sendo apenas orientadores de trânsito. Reconheço a relevância do Debetrans, mas pouco ou nada podem fazer em repressão a quem comete infrações, a não ser acionar órgãos competentes.

Quanto à insegurança pública, ensaiamos um Pacto pela Vida municipal, mas nossa voz foi rouca, pois, segundo a gestão, enquanto o município fez a sua parte, o Estado jamais cumpriu a dele em integralidade, sabe-se lá por quê, de modo que aquilo que poderia ser um excelente caso de sucesso não passou de uma tentativa frustrada de amenizar um dos maiores problemas de Bezerros.

O teleférico deixou de ser relevante, a não ser que ligue o Centro à Serra como meio de transporte, já que, daqui a algum tempo, o atual acesso se tonará impraticável! Inclusive isso era proposta de um candidato a prefeito. De repente, ele estava certo.

Esperamos há anos uma solução definitiva para o lixão. Enquanto essa solução não vem, no mínimo, já teria dado tempo de se realizar uma campanha educativa de separação do lixo, e a coleta seletiva obrigatória ser implantada ao menos nas escolas e repartições públicas. Vereadores, que tal uma lei para isso? Que eu tenha conhecimento, são pelo menos 4 gestões que arrastam esse problema.

Isso acontece porque, em muitas ocasiões não se escuta o que a população realmente quer e precisa. No próximo artigo, citarei um exemplo recente de uma situação em que isso ficou bem claro. Aguardem.

Sonho com uma era, na nossa cidade e no nosso país, em que não precisemos implorar, reclamar, repetir à exaustão o que está tão óbvio que deveria automaticamente fazer parte dos planos cotidianos dos nossos gestores. Enquanto isso não acontece, vamos fazendo tudo de novo.

Em tempo: Se houve solução para alguma destas pautas, desculpo-me com os gestores da época, mas saliento que, no mínimo, a comunicação destas soluções para o público falhou, já que não a maioria não tomou conhecimento. O alinhamento da comunicação é, a propósito, outra questão a ser seriamente pensada, o que evitaria, dentre outras situações, a construção de obras sem obediência aos critérios da própria prefeitura.

Janaina Pereira é Administradora

Último artigo publicado: VOCÊ SABE QUEM ME COLOCOU AQUI?

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