“O que está faltando é responsabilidade e consciência política.Não adianta reclamar e continuar com os velhos hábitos”

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A nossa entrevista de hoje é com a jornalista e radialista Gláucia Oliveira. Ela está à frente de um dos programas de rádio mais ouvidos pelos bezerrenses, o Bezerros Comunidade ( Bezerros FM ). Buscamos elaborar perguntas objetivando conhecer mais sobre os ideais dessa jovem bezerrense, protagonista não apenas no meio da comunicação, mas também da política, já que ousou em ser candidata a vice-prefeita em 2012. Chegamos, portanto, a nossa 10ª entrevista da série que tem merecido elogios diversos pela forma de abordagem das indagações aos entrevistados . Afinal, queremos apresentar para os nossos internautas algo de novo e não apenas um perfil das figuras que já são altamente conhecidas da comunidade. Para acompanhar as demais entrevistas, clique  Mikhail Gorbachiov (presidente do PCdoB), Marcone Borba (Ex-prefeito)Josevânio Miranda (Ex-secretário de Infraestrutura eNivaldo Santino (presidente do PSB e presidente da Câmara, Eugênio do PT, Neguinho de Israel,  Edgar Lino , Vereador Gabeira (PSDB) e Professor Ronaldo Souto Maior

1- BEZERROS HOJE- Você participou de uma seletiva para entrar na rádio Bezerros FM. Como soube daquele chamamento da emissora. Você tinha um sonho para ser uma comunicadora?

GLÁUCIA OLIVEIRA – No ano de 2004 estava em casa ouvindo o programa Expresso 95, na Rádio Bezerros FM, quando o locutor do horário, Luiz Felipe, anunciou que a Rádio estava realizando uma seleção para escolha de uma locutora. Sempre gostei muito da área de comunicação, de acompanhar os noticiários da TV e do rádio, ouvir programas musicais. Então decidi participar! Sem nenhuma experiência, com o veículo rádio, passei a acompanhar e gravar programas de outras locutoras, como Aline Souza, na época funcionária da Rádio Gravatá FM, me espelhando em profissionais experientes, fui participando do processo seletivo, e obtendo êxito em cada etapa. Foram mais de cinquenta participantes, algumas, inclusive, com experiência na função. Fiquei entre as dez primeiras, e na ultima seleção foram escolhidas duas, eu e Edjane Barbosa, que posteriormente não continuou na emissora. Não era um sonho, mas desde então passou a ser! No começo a minha participação nos programas se resumia as dicas de horóscopo, resumo de novelas, ou seja, pequenas participações. Posteriormente, com a saída do locutor Luiz Felipe, passei a apresentar o programa da manhã e alguns meses depois o programa Bezerros Comunidade.

2-BEZERROS HOJE – Em algum momento da sua carreira você se sentiu amedrontada em exercer sua profissão à frente do programa Bezerros Comunidade ou o seu comportamento de mediação lhes deixa confortavelmente na condução do programa.

No começo, sim! Justamente pela falta de experiência. Diante das dificuldades encontradas para conduzir o programa, surgiu a necessidade de ampliar os conhecimentos na área, então iniciei o curso de jornalismo na FAVIP em Caruaru. Durante os quatro anos de graduação fui pondo em prática toda a teoria e os conhecimentos adquiridos em sala. Portanto, o comportamento de mediação veio com o passar do tempo. Hoje me sinto confortável e segura diante das dificuldades e desafios diários deste programa.

3- BEZERROS HOJE – Como se sente à frente de um programa comunitário onde os problemas são sempre os mesmos, ano após anos?

GLÁUCIA OLIVEIRA -Costumo dizer, inclusive em algumas palestras vocacionais, que ser jornalista é desempenhar uma função social de extrema importância. Quando exercida com responsabilidade e ética, a imprensa passa a ser considerada o quarto poder, justamente pela influência dos meios de comunicação, em relação aos outros três poderes. (Legislativo Executivo e Judiciário). Em relação aos problemas, as pautas são recorrentes! Como se não existisse de fato uma solução definitiva. A população busca através do rádio, dar ainda mais visibilidade a esses problemas, que por tantas vezes acabam sendo negligenciados pelo poder público.

4- BEZERROS HOJE – Já houve algum convite para você ir para outras emissoras?

GLÁUCIA OLIVEIRA -De outras emissoras, não! Na época da faculdade passei em uma seleção para trabalhar na própria instituição de ensino, como não dava para conciliar os horários com o da rádio, optei por permanecer na emissora.

5-BEZERROS HOJE – Como surgiu o convite para você ingressar no partido e posteriormente ter aceitado ser candidata a vice-prefeita na chapa de Dr.Carlinhos em 2012? Qual o aprendizado de todo o processo eleitoral?

GLÁUCIA OLIVEIRA -A filiação no partido PSDC surgiu de forma muito inusitada. Um certo dia, apresentando o programa na rádio, o saudoso Givanaldo Vieira me aparece com uma ficha de filiação, estava precisando de filiados para esse partido, e que não teria nenhum problema em me filiar. Assim o fiz. O convite para ser candidata a vice-prefeita, foi ainda mais inusitado. Eu sempre tive um posicionamento muito imparcial à frente do programa Bezerros Comunidade, até então nunca tinha me passado pela cabeça a ideia de ser candidata, muito menos a vice-prefeita, função que considero de extrema importância dentro de um processo eleitoral. O convite inicial foi para trabalhar na campanha, na apresentação do guia eleitoral, não sabendo que mais tarde seria cotada para assumir a vaga de vice-prefeita..

O convite para que eu viesse a compor a chapa majoritária, como vice de Carlinhos, foi uma surpresa para todos. O PC do B encontrava uma porção de dificuldades para encontrar o (a) vice- como já foi exposto na série de entrevistas-, e descobriram que eu estava filiada no PSDC há uma semana da convenção. No dia seguinte fui procurada por Mikhail Gorbachiov e Dáfine Priscila, os  principais articuladores do processo. Fui pega de surpresa, uma vez que já estava certa de apresentar o guia eleitoral da coligação, como jornalista. Mas nunca imaginei que de jornalista, eu viria a ser a candidata à vice. Foi uma semana repleta de conversas, de questionamentos, de medo, mas sobretudo de uma vontade de sair de minha zona de conforto e poder mostrar que eu poderia conhecer mais minha cidade; ver de perto os problemas que todos os dias eu apenas escutava pelo Bezerros Comunidade e olhar no olho de cada cidadão que eu me depararia durante a campanha. Isso foi um elemento determinante para a minha decisão. A coligação “Um novo tempo para Bezerros” já me fazia viver um novo tempo. Não me arrependo de ter tomado a decisão. Visitamos todas as localidades do Município. Fizemos um verdadeiro raio- X de todas as carências e ausências encontradas nas localidades e na população. Realizamos um total de 71 palestras. Onde tivesse uma pessoa disposta a nos escutar, lá estávamos. Chegávamos a visitar 1 localidade e fazer 2 palestras por dia, uma as 18:00, que chamávamos de “mini-palestra” e outra as 20:00 que era de maior porte. O mais importante era que não falávamos todos os dias para as mesmas pessoas, como se é de costume. Mas tirando as pessoas que estavam envolvidas na campanha, todos os dias nossos ouvintes eram pessoas que ainda não tinham nos escutado. Foi um período muito enriquecedor para mim. Uma coisa é você observar a campanha e os candidatos de fora, outra bem distinta é você poder ver e viver uma campanha de dentro. Sentindo suas limitações, a dedicação de quem acredita de fato em um projeto político, e sobretudo a esperança que reside em cada um dos que nos escutava. Isso foi uma experiência ímpar em minha vida

6- BEZERROS HOJE – Mesmo demonstrando certa antipatia pelo processo eleitoral, você estaria disposta a discutir possibilidades para 2016?

GLÁUCIA OLIVEIRA -Não diria que sou antipática ao processo eleitoral. Apenas gosto de analisar de forma externa e discreta, sem me emaranhar e comprometer com quaisquer dos lados que se apresentem. As discussões de certa forma são sempre muito bem vindas. Como cidadã bezerrense e profissional da comunicação, torço pelo crescimento e desenvolvimento de minha cidade, não posso, portanto me abster dessas movimentações. Tenho a consciência que as transformações e mudanças necessárias se dão a partir de todo esse processo.

Quem me acompanha no rádio, provavelmente já me ouviu dizer que tenho esperança em dias melhores, que apesar de tantos escândalos na política, é importante não desanimar, afinal, somos nós que podemos transformar e mudar a nossa realidade, tudo isso a partir do voto, o poder sempre esteve em nossas mãos, o poder que emana do povo, como diz o velho ditado. O que está faltando é responsabilidade e consciência política. Não adianta reclamar e continuar com os velhos hábitos. Na hora certa, no momento certo tomarei minha decisão, seja como candidata ou como eleitora.

7-BEZERROS HOJE -Suas considerações finais…

GLÁUCIA OLIVEIRA -Gostaria de agradecer a oportunidade de poder expor um pouco a minha história como profissional do Rádio Bezerrense, e parabenizar a iniciativa do diretor do Bezerros Hoje, Flávio Melo, que além de amigo é também um grande parceiro da Rádio Bezerros FM. Estendo os meus agradecimentos a Joseiltom Bezerra, o popular Gordinho do Absoluto Som Studio, pelo aprendizado e contribuição para o meu desenvolvimento profissional ao longo desses anos e de forma muito especial, agradeço ao saudoso Givanaldo Vieira, pela confiança que sempre depositou no meu trabalho. Recordo com muita saudade o seu lado empreendedor e otimista como costumava encarar as dificuldades e os problemas! Meu respeito e profunda admiração a esse grande amigo!

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