TÁTICA
Por questão de “tática política”, e tão somente por causa disto, setores do PSB estão dizendo que o candidato do partido à presidência da República só será definido em 2014. Conversa para boi dormir. O candidato será o governador Eduardo Campos e só não ver isto quem é míope. Ele começou a preparar essa candidatura deste que sentou na cadeira de governador, em janeiro de 2013, sendo improvável que vá abrir mão desse projeto em favor de Marina Silva.
A ex-senadora e ex-ministra do meio ambiente tem uma história de vida admirável. Nascida num seringal dos cafundós do Acre, alfabetizou-se aos 16 anos de idade, ajudou a fundar o PT em seu Estado junto com o ambientalista Chico Mendes, tornando-se porta-voz da defesa da Amazônia não apenas no Brasil mas no resto do mundo. No entanto, ela não está politicamente preparada para ser presidente da República porque o Brasil não é apenas a floresta amazônica.
Evidente que a filiação dela ao PSB foi importantíssima para Eduardo Campos. Ela dará charme à campanha e contribuirá para atrair para o palanque aquela parcela de brasileiros que saiu às ruas no último mês de junho. Mas, tomar o lugar dele na chapa majoritária, é improvável.
Marina provará hoje na casa de Eduardo do mesmo tempero que já provaram Lula, Dilma e Aécio
O mais desconhecido
A pesquisa do Datafolha divulgada anteontem constatou que Eduardo Campos é o mais desconhecido dos pré-candidatos a presidente da República. Só 57% dos eleitores dizem já ter ouvido falar no nome dele, ante 43% que o desconhecem totalmente. Dilma é conhecida por 99% dos brasileiros, José Serra por 98¨%, Marina Silva por 88% e Aécio Neves por 78%. Em junho, cerca de 60% dos brasileiros nunca tinham ouvido falar no nome do governador de PE.
Aviso – Em 2010, poucos dias após ter sido eleito para o Senado, Armando Monteiro Neto (PTB) procurou Eduardo Campos para dar-lhe ciência de que, a partir daquela data, iria tentar construir, na Frente Popular, sua candidatura ao governo estadual. Dito e feito. O senador chega ao final de 2013 como candidato senão de toda Frente Popular, mas de uma boa parte dela.
Firme – Mesmo tendo retirado seu apoio a Eduardo Campos (PSB), o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM-GO) segue firmíssimo com Vanderlan Cardoso (PSB) para o governo de Goiás.
Ponte – O ex-deputado Edgar Moury Fernandes (PSB) se ofereceu para ser a “ponte” entre o prefeito Ricardo Teobaldo (PTB-Limoeiro) e o Palácio das Princesas, cujas relações estão abaladas.
A paz – Após quase seis anos de separação, reconciliaram-se o vereador Marco Aurélio Medeiros (Solidariedade) e o presidente do partido e da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (SP).
Devolução – Se dependesse de João Paulo (foto) e do senador Humberto Costa, o PT já teria entregue os cargos que ocupa no governo estadual, seguindo a recomendação de Lula e do presidente Rui Falcão. O problema é que muita gente do partido depende desses cargos para sobreviver. Por isso, se se fizer uma consulta às bases do partido, hoje, 90% é contra a saída.
Relação – Garante Luciano Siqueira, vice-prefeito do Recife, que o PCdoB não precisa necessariamente romper com o PSB para apoiar Dilma à reeleição. “Em 2002 o PSB lançou Garotinho para presidente, o PCdoB apoiou Lula e nada ocorreu”, disse.
Preço – Para não permitir que partidos “da base” celebrem aliança com o PSB visando às eleições de 2014, Dilma Rousseff, a partir de agora, dará tudo que eles pedirem. A primeira “pedida” já foi feita pelo PMDB: Ministério da Integração Nacional.
Carência – Se depender do ex-deputado Osvaldo Coelho (DEM), seu filho, Guilherme (PSDB), vice-prefeito de Petrolina, será candidato a deputado federal em 2014. A banda da família que é ligada ao DEM manteve uma cadeira na Câmara durante 32 anos e está sentindo falta dela para defender os projetos de irrigação do São Francisco desde a não reeleição de Osvaldo em 2006.
“Foi uma notícia que me deixou triste” (Do ex-governador Roberto Magalhães sobre o veto de Marina Silva à presença de Ronaldo Caiado no palanque de Eduardo Campos).
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