Por um Carnaval Popular: O PAPANGU VIVE!

Chegou o tão esperado Carnaval, a nossa festa popular, que mobiliza toda a nossa cidade, gira a economia e nos deu o título de Terra do Papangu! A alegria e o colorido dos foliões já estão começando a tomar as ruas da cidade, porém, não como gostaríamos. Além da expectativa por esse momento tão esperado após dois difíceis anos, há um sentimento de frustração devido às problemáticas da falta de planejamento e organização do Carnaval. Não vou aprofundar aqui as críticas. Teremos o pós Carnaval para fazer todo esse balanço com calma, mas por hora algumas questões precisam ser ditas.
Há muito o que ser discutido sobre a tradição e a cultura do nosso Carnaval de Bezerros, sobre como: o personagem do Papangu, segundo uma das suas histórias populares, têm uma origem camponesa e nasceu da fome; sobre como os artistas e artesãos são desvalorizados; a falta de políticas de geração de renda durante todo o ano; o não reconhecimento dos trabalhadores e trabalhadoras da cultura; o enfraquecimento da tradição de sair vestido de Papangu; como a festa é pensada mais para os turistas do que para os próprios bezerrenses, entre outras questões. Esses problemas são históricos e de acordo com as diferentes gestões estiveram mais ou menos presentes, mas são questões que precisam ser discutidas de forma séria e verdadeiramente superadas, fazendo do Carnaval de Bezerros uma grande festa popular, construída pelos e para os bezerrenses, que é o que ela deve ser.
A expectativa depois de dois anos sem Carnaval é que no 1º de fevereiro já estaríamos em clima de festa, com a cidade decorada com as artes dos nossos artesãos e artesãs, para que pudéssemos ter o mês de festa e estimular o comércio e a economia local, com um Baile municipal histórico e a total valorização dos artistas da terra! Não preciso entrar em detalhes, pois todo bezerrense que andar na cidade sabe que não é isso que tem acontecido. Em todos os cantos as pessoas falam o quanto as casas estão mais decoradas do que as ruas, o quanto não foi construído um clima de Carnaval. Não se trata aqui de criticar por criticar, mas sim sobre defender a cultura e a tradição do nosso Papangu! Uma oposição séria se faz com o reconhecimento dos erros e acertos, queria muito que fossemos surpreendidos nos próximos dias, mas não cabe a nós ficar apenas na espera que isso aconteça. Cabe a nós não esquecer tudo o que tem acontecido e defender nas ruas com alegria e animação a nossa tradição, colocar nossa máscara de Papangu e festejar, fazer nós mesmos a nossa festa popular. É por isso que neste sábado estaremos juntos no ESQUENTA DE ZÉ PEREIRA, no Centro Cultural Popular (rua 9 de janeiro,168), a partir das 14h, para reunir nossa alegria e reivindicar a nossa tradição, uma festa feita por nós e para nós. A alegria também é uma ferramenta de luta. Vamos defender a nossa tradição e mostrar que O PAPANGU VIVE!


Luiza Melo – Ex-candidata a Deputada Estadual pelo

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