“Não, não temos dez leitos de UTI”

Alerta da prefeitura poderia ser mais realista sobre a estrutura do combate à COVID-19.

A subnotificão dos casos da Covid-19 gera uma sensação de que o vírus não está circulando na região. Desde o primeiro caso suspeito, divulgado pelo site, havia a necessidade para chamar a atenção sobre a gravidade do que pode está por vir. As medidas contingências sobre o Isolamento social no município é cumprida em parte. Há muita movimentação no comércio e muitos serviços não essenciais continuam funcionando. Também há uma negação generalizada sobre os possíveis casos suspeitos. Como descartá-los sem que se faça um exame? Nos últimos dias o próprio diretor da Unidade Mista foi internado no hospital privado de Recife com suspeita de Covid-19. O médico teria tido contato com outros pacientes que também apresentavam sintomas. O caso só veio à tona porque, mais uma vez, o site buscou apurar os rumores pela cidade. Ontem, quinta-feira (2), a prefeitura divulgou uma morte suspeita da doença. A paciente teria dado entrada na Unidade Mista para tratar de um ferimento nas costas e o quadro evoluiu para os sintomas da Covid-19. A família repele a possibilidade de contaminação pelo coronavírus.

A prefeitura observando a resistência da população sobre as medidas do combate a Covid-19 resolveu “alarmar”. E faz bem! É melhor pecar por excesso de zelo do que pela omissão. Acontece que o quadro pintado pelo governo municipal ainda é romântico para a nossa realidade. Não, não temos dez leitos de UTI’s, como mostra publicidade do governo. Os leitos são do Hospital Jesus Pequenino, que vende os serviços ao governo de Pernambuco e estão, na maioria das vezes, ocupados. Ou seja, a prioridade do cidadão bezerrense na utilização deles é igual ao de qualquer cidadão pernambucano. Sobre a estrutura que o município de Bezerros oferece deve-se apenas a três ventiladores mecânicos que dispõe a Unidade Mista, informação também adiantada pelo site. Hoje, se trezentas pessoas necessitarem de uma maior assistência ( como projeta a prefeitura em um pior cenário) praticamente 100% delas devem ser transferidas para outras unidades de saúde do Estado ( se houver disponibilidade). A não ser que o governo Breno siga o exemplo de municípios como Toritama e Ipojuca, que providenciariam hospitais de campanha para atender aos seus munícipes mesmo não tendo nenhum caso da Covid-19 confirmados nos respectivos municípios. Talvez isso até seja tarde diante das notícias sobre a falta dos equipamentos no mercado.

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