Governo Lucielle chega aos cem dias com crise política e redes sociais efervescentes

“A herança herdada da famigerada gestão passada foi o carro chefe da transmissão da live curiosamente protagonizada por um comunicador simpático ao ex-prefeito”

Com articulação política equivocada e gestão engessada pelo “excesso burocrático”, o novo governo ainda não conseguiu girar a máquina administrativa, que enfrenta severas críticas nas ações básicas por parte da população. O fato é que a medida que o tempo vá passando, a paciência da população, ávida por resultados de primeira hora, vá diminuindo.

A conta da “revolução silenciosa” trabalhada pela prefeita durante a campanha eleitoral chegou na mesma velocidade contrariando o seu discurso político. O que se assistiu foram assalariados de contratos lamentando a perca do trabalho e ganhando a solidariedade da população. No campo político, a prefeita não acertou o passo e elegeu para si uma prematura e consistente oposição no legislativo quando o ambiente inicial era de amplo diálogo. Sete dos quinze vereadores continuam alinhados a gestão sob bênçãos da velha política.

Aos cem dias de gestão, após semanas de distanciamento das redes sociais, a prefeita convocou para uma live dos cem dias. A distância para com “os seus” também era uma queixa recorrente ainda após as eleições. O contato fácil que mantinha foi abruptamente encerrado gerando indagações e contrariedades. A herança herdada da famigerada gestão passada foi o carro chefe da transmissão curiosamente protagonizada por um comunicador simpático ao ex-prefeito Breno Borba. A exposição da herança já é fato superado em municípios vizinhos onde houve mudanças de governos, como Sairé, Gravatá e Riacho das Almas. A justificativa para fazê-lo agora é que informações não foram repassadas e que a transição, de fato, não existiu. Para tanto, além dos dos 5 milhões de salários atrasados de dezembro (informados em janeiro), a gestão elenca agora mais 2 milhões de restos a pagar e aponta 41 milhões de déficit com o IPREBE. Outro ponto de detaque, e que merece o registro, foi o fato do governo do Estado ter pedido a devolução de caçamba, um sinal de crise política com o governo Paulo Câmara, PSB.

A arrumação da casa é a palavra de ordem na gestão Lucielle, que acerta no calendário previsto de pagamento de salários dos servidores e na luta para tirar o município do CAUC, que impede a chegada de recursos por pendências para projetos diversos.

É óbvio que não dá pra analisar uma gestão recém nascida, com apenas 100 dias de mandato, mas é fato que os fatos apontam para caminhos turbulentos, seja no campo político, seja no admistrativo. Hoje é possível analisar mais claramente o perfil da gestora, de personalidade forte e com vontade de acertar, mas talvez não muito aberta a contradição. O “acertar sozinho” é possivel, mas para gerir a vida de mais de 60 mil pessoas se faz necessário lançar mão do diálogo e da diplomacia de forma ampla e irrestrita. Que a “Fé no que virá” não seja frustrante quanto a “revolução silenciosa”.

Da redação de política

Para assistir a live, clique na imagem

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