Fogo Cruzado- Por Inaldo Sampaio

  • É difícil entender o que faz a Secretaria da Mulher no organograma do governo estadual

Seguiu sexta para a Assembleia Legislativa o projeto de lei de autoria do Poder Executivo sugerindo mudanças na estrutura administrativa do governo estadual. Não haverá redução do número de pastas e sim alterações na nomenclatura. Algumas mudanças têm razão de ser, como a junção de Esporte com Educação, e Cidades com Habitação. Também é racional a criação da Secretaria de Infraestrutura e Recursos Hídricos, absorvendo as atribuições da Secretaria de Transportes, bem como a de Políticas de Prevenção às Drogas que é o maior problema de Pernambuco na atualidade. Talvez coubesse também nesse redesenho uma Secretaria de Administração Penitenciária, absorvendo Justiça e Direitos Humanos e a extinção da Secretaria da Mulher por falta de foco. Em relação à primeira, a população carcerária de Pernambuco cresceu assustadoramente nos últimos 10 anos, com a presença de gangs organizadas em nossos presídios, e uma secretaria para cuidar exclusivamente dessa área talvez fosse mais adequado que uma secretaria executiva. No que toca à segunda, é difícil até entender o que faz a Secretaria da Mulher. Uma senhora que vem do interior para o Recife atrás de tratamento médico é assunto da Secretaria da Mulher ou da Saúde?. Já uma adolescente da rede estadual que está fazendo intercâmbio no exterior entra na cota da Secretaria de Educação ou da Mulher? É por isso que não há muito sentido na existência dessa pasta. Até porque questões de gênero, hoje, estão espalhadas por quase todas as outras secretarias.

Máquina enxuta

Bolsonaro prometeu reduzir de 29 para 15 o número de ministérios, mas vai ficar nos 22. Já o governador eleito de Minas, Romeu Zema (NOVO), vai honrar a promessa de campanha e governar com apenas 11 secretarias. O governador reeleito do Ceará, Camilo Santana (PT), em linha oposta à de Paulo Câmara, resolveu extinguir a Secretaria de Combate às Drogas.

Imexível – Roberto Tavares, presidente da Compesa, é um dos poucos nomes “imexíveis” do governo Paulo Câmara. Ou fica onde está ou assumirá a futura Secretaria de Recursos Hídricos. Tavares é oriundo da Fazenda, mas é quem mais entende de “água” hoje em Pernambuco.

Harmonia – O governador deve manter também o secretario de Defesa Social, Antonio de Pádua, cujo trabalho pela redução da criminalidade já dá os primeiros frutos. Ele é delegado da Polícia Federal e isso por si só ajuda a manter em harmonia as Polícias Civil e Militar.

Outro lado – A imprensa pega pesado no pé de João de Deus, acusado de vários estupros em Abadiânia (GO). Mas talvez já fosse a hora de mostrar também “o outro lado”, ou seja, pessoas que ele curou pela mediunidade, inclusive um conhecido marqueteiro de Pernambuco.

O Natal – Nos últimos 20 anos, a ornamentação natalina do Recife foi a mais pobre. Não se ornamentou as pontes do centro nem o trecho da Avenida Agamenon Magalhães que vai de Olinda à subida do viaduto Capitão Temudo, que era uma tradição nas gestões passadas.

Presentaço – Quem procura livro para dar de presente neste Natal, uma boa opção é “Autópsia do medo” do repórter policial Parcival Barroso. Trata-se de uma azeitada biografia do delegado Sérgio Fleury (SP), cujo nome se confunde com tortura e esquadrão da morte. No capítulo “A maldição dos porões”, ele conta o trágico fim de pelo menos duas dezenas de torturadores.

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