Fogo Cruzado- Por Inaldo Sampaio

Até quando o PCdoB não obedecerá às ordens do PT?

Através dos seus líderes Tadeu Alencar (PE), André Figueiredo (CE) e Orlando Silva (SP), o PSB, o PDT e o PCdoB, respectivamente, anunciaram a formação de um bloco parlamentar na Câmara Federal para fazer oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro. Não se sabe bem por qual motivo o PT foi excluído desse bloco, se é o principal partido de esquerda do país e também fará oposição ao novo. Será que os três partidos pretendem fazer uma oposição mais“light” ao futuro governo? Improvável. Porque no dia da vitória de Bolsonaro o PCdoB divulgou nota questionando a legitimidade do presidente eleito e anunciando oposição feroz às suas teses. O estranho na composição dessa bloco é o PCdoB ter concordado em deixar o PT no isolamento, dado que sempre foi satélite do Partido dos Trabalhadores. Diga-se o mesmo do PSB, que não só apoiou Fernando Haddad no segundo turno como retirou a candidatura de Marília Arraes ao Governo de Pernambuco para atender a um pedido do ex-presidente Lula. Sendo assim, como explicar esse repentino distanciamento do PT? Com relação ao PDT, a posição é auto-explicável depois que seu candidato a presidente, Ciro Gomes, declarou que foi “miseravelmente”traído por Lula e que nunca mais fará campanha para candidatos petistas. Aguardemos, pois, a instalação do novo Congresso para aferir o posicionamento dos quatro em relação ao novo governo. Se o discurso for o mesmo, como tudo indica que será, terá sido pouco produtiva a formação desse bloco sem a participação do PT, que acaba de sair de uma eleição onde foi apoiado pelo PSB e o PCdoB.

A defesa da democracia

Do senador Renan Calheiros (MDB-AL) sobre liminar expedida pelo ministro Marco Aurélio (STF) determinando que a eleição para a mesma do Senado deve ser pelo voto aberto e não secreto:”Se a democracia ficar exposta a pedrada de doido e a coice de burro, será mais complicado defendê-la. Todo dia tem que matar um leão. Mas o difícil é enfrentar as antas”.

Interferência – Renan acha que a liminar de Marco Aurélio é uma “interferência indevida” nos assuntos do Poder Legislativo, e tem razão. A continuar assim disse ele, é melhor o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE) entregar a chave da Casa ao STF.

Vem pra cá – O governador eleito de Minas, Romeu Zema (NOVO), convidou o ex-prefeito de Juiz de Fora, Custódio Mattos (PSDB), para fazer parte do seu governo. Custódio já presidiu o PSDB mineiro e votou no candidato derrotado, Antonio Anastasia (PSDB).

A volta – Márcio França (PSB), governador de São Paulo, anunciou ontem que vai se dedicar às questões do seu partido e reabrir seu escritório de advocacia que está fechado desde que foi eleito vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB) em 2014.

O super – Como diz o senador Armando Monteiro (PTB), esse negócio de “super ministro” não deu certo em lugar nenhum. Bolsonaro fará de Paulo Guedes o seu “superministro” da Economia e talvez depois de arrependa.

Os poderes – Paulo Guedes vai comandar o Ministério da Economia, fruto da fusão dos Ministérios da Fazenda, Planejamento e Desenvolvimento Econômico, e escolheu, sozinho, todos os integrantes da área econômica: presidentes do BC, do Banco do Brasil, da CEF, do BNDES, secretário da Receita Federal, e por aí vai.

O quartel – Um pernambucano que esteve recentemente no escritório de transição de Bolsonaro, em Brasília, voltou impressionado com o que viu. “O local parece um quartel. Tem mais militares do que assessores, quando deveria ser o contrário”.

A simplicidade – O deputado e presidente da Assembleia Legislativa, Eriberto Medeiros (PP), não deixou que o poder lhe subisse à cabeça. No último dia 8 subiu o Morro da Conceição com a mulher e um filho e sem nenhum segurança por perto.

O anúncio – Espera-se que até a próxima sexta-feira o governador Paulo Câmara faça o anúncio do seu novo secretariado. Consta que ele ainda está indeciso em relação a algumas pastas, onde pretende colocar gente da confiança absoluta dele.

A força – Independente do cargo que venha a ocupar, um dos assessores mais fortes do futuro governo será José Francisco Cavalcanti Neto, que substituiu o deputado federal eleito João Campos (PSB) na chefia de gabinete.

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