Fogo Cruzado – por Inaldo Sampaio

Ser secretário de Paulo Câmara nada acrescentaria à biografia do deputado eleito João Campos

Continuam as especulações no PSB sobre se o primogênito de Eduardo Campos, João, deve exercer o mandato de deputado federal para o qual foi eleito com 460 mil votos ou se deve ficar em Pernambuco como secretário de Paulo Câmara. Só os que torcem para que o rapaz não tenha futuro defendem esta última solução. Ele tem que ir para Brasília, desempenhar o mandato que o povo lhe outorgou, até para conhecer os meandros do Congresso, os bastidores da política, o jogo para a eleição dos membros da mesa diretora, dos líderes de bancada e dos presidentes das comissões, a briga por relatorias de projetos importantes, os freios que o Poder Legislativo terá que impor ao futuro governo de Bolsonaro, enfim, a política como ela realmente se revela na pele dos seus atores do governo e da oposição. É isso que o jovem João Campos tem que fazer a fim de tornar-se um verdadeiro homem público como o foram seu pai, Eduardo Campos e seu bisavô, Miguel Arraes. Ser secretário do governo Paulo Câmara, independente da pasta que viesse a ocupar, acrescentaria o que à biografia dele? Nada. Pelo contrário, teria o gabinete cheio de prefeitos, de segunda a sexta, atrás de obras ou de recursos que não terá como oferecer. Sendo assim, que vá logo para Brasília para não decepcionar os milhares de eleitores que o sufragaram nas urnas exatamente para estar na Câmara.

Pauta policial

Moro aceitou ser ministro da Justiça de Bolsonaro para daqui a dois anos ser nomeado por ele para a vaga de Celso de Mello (STF). Até a gestão do pernambucano Fernando Lyra à frente dessa pasta (governo Sarney), a principal responsabilidade dela era fazer a coordenação política do governo. Hoje, tem contornos policiais. Vai cuidar da PF, tráfico de drogas, violência, etc.

Três em um – O Governo do Estado está contando tostões para juntar o dinheiro necessário ao pagamento do 13º salário dos servidores públicos estaduais. O esforço que está sendo feito é no sentido de que sejam pagam três folhas no período de 30 dias: novembro, dezembro e o 13º.

As grifes – Bolsonaro colocou até agora duas “grifes” em seu ministério: Sergio Moro (Justiça) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia). Ônyz Lorenzoni (Casa Civil) é brigão e Paulo Guedes (Economia) gosta de dizer que é o único economista que ficou rico sem trabalhar para governos.

Lula livre – Depois das eleições, nem o PT está falando mais no “Lula livre”. O ex-presidente continua quieto no seu canto, em Curitiba, cumprindo a pena a que foi condenado, parou de escrever carta para os correligionários e, pela vontade de Bolsonaro, “vai mofar na cadeia”.

O dialogo – Bolsonaro não teve o apoio de nenhum dos 9 governadores do Nordeste mas vai precisar de interlocutores na região para abrir diálogo com os governos estaduais. Não se sabe ainda quem poderia cumprir esse papel nem se haverá algum nordestino no ministério dele.

Meta futura – De um assessor do prefeito Geraldo Júlio (PSB) após o 2º turno da eleição presidencial: “Pronto, cumprimos o nosso papel que era virar o jogo no Recife. Haddad ganhou de Bolsonaro. Agora é hora de trabalhar para elegermos em 2020 o sucessor do atual prefeito”.

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