FOGO CRUZADO – POR INALDO SAMPAIO

Bolsonaro será o primeiro fardado eleito depois do general Eurico Gaspar Dutra

Partidos de esquerda como o PT, o PSB, o PCdoB e o PSOL defendem a criação de uma “frente democrática” para enfrentar Jair Bolsonaro neste segundo turno da eleição presidencial. A intenção pode até ser boa, mas o resultado será ineficaz, pois quem tinha de aderir ao candidato do PT já o fez na noite do domingo do primeiro turno, como o ex-candidato do PSOL, Guilherme Boulos e a direção nacional do PSB. Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT) não votam em Bolsonaro, “de jeito nenhum”, mas também não garantem apoio ao ex-prefeito de São Paulo. Esta é também a posição do ex-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. Além do mais, “frentes democráticas” em regime democrático não têm apelo eleitoral algum. Só teria se ainda vivêssemos sob um regime autoritário, o que não é caso. Os eleitores, em sua maioria, já fizeram sua opção no primeiro turno e nada indica que irão mudar de opinião neste segundo. Bolsonaro será novamente majoritário em todas as regiões do país, à exceção do Nordeste, onde o ex-presidente Lula ainda é mitificado. Por outro lado, Haddad já esgotou seu arsenal de acusações ao candidato do PSL, sendo que ele não foi suficiente para tirar-lhe a condição de favorito, conforme mostram quatro pesquisas divulgadas nos últimos 8 dias: uma do Datafolha, uma do Ibope, uma do Ipespe e outra do BTG Pactual. Bolsonaro já pode se considerar o futuro presidente da República, sendo o primeiro militar a chegar ao Planalto pelo voto direto e secreto depois do general Eurico Dutra. Se dará certo ou não à frente do governo, o tempo dirá.

Como virar o jogo?

Para cumprir o compromisso com o PT, que o apoiou em troca da retirada da candidatura de Marília Arraes ao governo estadual, Paulo Câmara reunirá na próxima sexta-feira os principais líderes dos partidos da Frente Popular para definir como será feita a campanha de Haddad em Pernambuco neste 2º turno da eleição presidencial. Até agora, o desânimo é total.

Só 14 – Eleito deputado federal com mais de 400 mil votos, João Campos (PSB) desfez ontem o mito de que fora apoiado por quase todos os prefeitos do PSB. Dos 70 que o partido tem, só foi apoiado por 14, que lhe deram 88 mil votos. Os outros 370 mil foram votos espontâneos.

De férias – Reeleito deputado estadual, Antonio Moraes (PP) fez a “festa da vitória” em Macaparana, sua terra. O convite dizia que a concentração seria em frente à casa do “prefeito de férias”, Paquinha (PSDB), do seu grupo político. Paquinha foi eleito em 2016, mas perdeu a reeleição para Maviael Cavalcanti (DEM). Moraes dá o retorno dele como certo em 2020.

Vem pra cá – Coordenador da campanha de Bolsonaro, em Olinda, no 1º turno, o ex-prefeito José Arnaldo (PSL) está tentando convencer o prefeito Lupércio (SD) a apoiar o capitão.

A frente – Bolsonaro deve derrotar Haddad neste 2º turno por uma diferença superior a 20 milhões de votos, segundo todas as pesquisas, inclusive a do Ibope divulgada ontem.

O time – Meirelles, ao ser convidado por Temer para o Ministério da Fazenda, exigiu “carta branca” para comandar toda a área econômica e montou uma equipe que foi elogiada por gregos e troianos. Paulo Guedes, o “Meirelles” de Bolsonaro, ainda não tem nomes para montar o seu time.

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