FOGO CRUZADO – POR INALDO SAMPAIO

Ex-prefeito de Pelotas é favorito para se eleger governador do Rio Grande do Sul no 2º turno

O PSDB saiu destroçado do primeiro turno dessas eleições tanto no plano nacional como também estadual. Seu candidato a presidente da República, Geraldo Alckmin, teve uma votação pífia para quem foi governador de São Paulo quatro vezes, tinha o apoio de 9 partidos e o maior tempo de TV dentre todos os postulantes. É certo que o partido está no 2º turno em São Paulo, Minas, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Roraima, mas independente de ganhar ou perder já encolheu na Câmara e no Senado. Em Pernambuco, então, o PSDB sofreu a maior derrota de sua história. Elegeu apenas 1 deputado estadual (Alessandra Vieira, de Santa Cruz do Capibaribe) e está sem qualquer perspectiva para as eleições municipais de 2020 no Recife e cidades da área metropolitana. O partido elegeu em 2016 para a prefeitura de Caruaru a então deputada Raquel Lyra, de tradicional família de políticos daquele município, de quem se esperava maior inserção na política pernambucana e nacional. No entanto, ela fez opção pela “não política”. Dedica-se apenas aos seus afazeres na prefeitura e não fala para o restante do Estado como uma liderança política emergente que se esperava que fosse. Além de ter apoiado um pepessista para a Câmara Federal (Daniel Coelho) e uma demista para a Assembleia Legislativa (Priscila Krause), nada disse até agora sobre a derrota dos seus candidatos Geraldo Alckmin, Armando Monteiro, Mendonça Filho e Bruno Araújo. De um líder não se espera o silêncio diante de resultados eleitorais, muito pelo contrário. Por isso era importante que ela também falasse para os pernambucanos sobre a política estadual, pois é assim que se constroem os grandes líderes. Taí o exemplo do ex-prefeito de Pelotas, Eduardo Leite, da mesma geração (36 anos) e do mesmo partido de Raquel. Está com um pé no governo do Rio Grande do Sul.

Miopia política

Quem conhece a política de Minas sabia que o governador Fernando Pimentel (PT) não seria reeleito e que Antonio Anastasia (PSDB) teria dificuldades por ser aliado de Aécio Neves. Era a vez, portanto, de o PSB entrar com Mário Lacerda, que deixou a prefeitura de BH bem avaliado. Mas o PSB rifou-o, em acordo com o PT, e Romeu Zema (Novo) ocupou o espaço e será eleito.

Históricos – Candidata à reeleição, a deputada Laura Gomes (PSB) obteve apenas 15.700 votos, mas deve ser chamada para fazer parte do governo Paulo Câmara. Ela tem crédito no PSB por ser um dos “históricos” do partido ao lado do marido, Jorge, que foi vice de Miguel Arraes.

Tá na cara! – Diz a sabedoria sertaneja que, pela cara, conhece-se o caráter de certas pessoas. Olhe-se para a cara de João Doria (PSDB) e de Márcio França (PSB) e tire as suas conclusões. Ambos disputam o governo de SP, sendo que Doria já foi chamado de “traidor” por Alckmin.

Fará falta – Humberto Costa (PT), senador reeleito, não entra no mérito das acusações que pesam sobre Romero Jucá (MDB-RR), senador não reeleito. Mas reconhece que ele fará falta ao Senado por ser um “bom parlamentar”, dos melhores, talvez, que aquela Casa já conheceu.

A mudança – Diversos deputados estaduais que estavam com dificuldades em seus partidos se abrigaram no PP para ver se escapavam, mas não adiantou. Foram eles Ricardo Costa, João Eudes, Vinicius Labanca e Beto Acyoli. Salvaram-se apenas Antonio Moraes e Joel da Harpa.

Não deu – Lucinha Mota, mãe da garota Beatriz que foi encontrada morta com 42 facadas nas dependências do Colégio Maria Auxiliadora, em Petrolina, em 2015, candidatou-se a deputada estadual pelo PSOL mas só obteve 16.326 votos. Usaria o mandato para continuar procurando o assassino da filha.

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