O governador Eduardo Campos retomou sábado, no Rio de Janeiro, a sua agenda política nacional. Ela estava interrompida desde abril devido à insistência da mídia nacional de tratá-lo como candidato a presidente. O governador estava ficando incomodado com esse tratamento porque toda opinião que emitia era interpretada como ponto de vista de candidato à sucessão de Dilma. Por isso parou de opinar sobre os rumos da economia para não ser confundido como um novo Ciro Gomes.
Agora, porém, não teve como recusar o convite feito por um deputado do seu próprio partido, Gualber Braga, do PSB do Rio de Janeiro, para participar de um evento partidário. A finalidade deste encontro foi unificar o posicionamento do partido sobre a conjuntura econômica nacional, que está se agravando a cada dia. Não há indicativo até agora de que a inflação de alimentos retrocedeu nem de que o PIB de 2013 será muito superior ao de 2012. Daí o retorno do PSB à cena política nacional.
Perece sincera e fruto de uma decisão amadurecida a opinião externada pelo governador de que somente no próximo ano é que o PSB decidirá o que pretende fazer na eleição presidencial. Ele insiste na tese de que o espaço político está aberto para um candidato a presidente que empunhe a bandeira das mudanças. Esse candidato tanto pode ser ele como o senador Aécio Neves, a ex-senadora Marina Silva, ou um quarto que não despontou, ainda. Mas o que irá fazer em 2014 só decidirá em 2014.
Por Inaldo Sampaio
