Como andam as aulas remotas no nosso município?

Na verdade elas não andam, elas estão engatiando.
Essa é a sensação que temos ao analisarmos a aplicabilidade das aulas remotas em Bezerros.
A verdade é que esse novo sistema de ensino continua causando em nós professores, frustrações, angustias e muito estresse. Estresse porque nos sentimos impotentes diante das situações adversas que vem agregando a essa prática.
Podemos elencar, dentre outros, a falta de recursos tecnológicos, a falta de habilidade no manuseio dessa nova ferramenta de ensino, a exposição de nossa imagem e o desgaste na produção de vídeo aula que exigem muito de nós.
Com tudo isso, há um sentimento que é mais latente e esse sim, nos faz refletir sobre o papel social da Educação, que nos permite fazer um questionamento. A Educação é para todos, ou para alguns?
Sem dúvidas, essa nova forma de ensino é Excludente, e isso podemos confirmar a cada vídeoaula que é produzida e um número muito reduzido de alunos é que vem acompanhando nossas aulas.
E os outros?
Os outros são crianças e adolescentes que ficaram de fora, porque não foram lembrados, pensados, analisados. São crianças e jovens que estão de fora porque não tem um aparelho celular, não tem um notebook, nem acesso a internet. E assim, estão à margem, estão fora do nosso novo sistema de ensino.
Assim, como grande massa de alunos, muitos professores também estão de fora, porque não se sentem preparados para atuar com essa metodologia.
Então vamos tocando o barco. É verdade, existe por parte da S.M.E, alguns profissionais que realmente estão buscando dá suporte aos educadores e que passam noites preparando exercícios complementares para a melhor aplicabilidade. Porém, têm outros que preferem fazer de conta que está tudo bem. Não se colocam no lugar dos professores angustiados e dos alunos excluídos.
Concluo afirmando novamente: Aulas Remotas, podem dá certo para muitos, mas não para todos.

Professora -Elisângela Silva

Ex-secretária de Educação de Bezerros

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