CENÁRIO POLÍTICO ESTADUAL/POR INALDO SAMPAIO

50 ANOS

Hoje, 31 de março de 2014, faz exatamente 50 anos que teve início em Minas Gerais o deslocamento de tropas militares para derrubar o governo constitucional do presidente João Goulart, que arrastaria por tabela o governador Miguel Arraes. Apesar desse dilatado período histórico, não há uniformidade de interpretação sobre a denominação daquele episódio. Foi uma “revolução”, uma “contrarrevolução” ou simplesmente um “golpe militar?”. Poderia ter sido apenas um “golpe preventivo” se os militares que tomaram o poder tivessem mantido as eleições que estavam marcadas para o ano seguinte. Mas evoluíram para a ditadura quando decidiram cassar mandatos, fechar o Congresso, prender, torturar e exilar adversários da nova ordem, e suspender direitos e garantias individuais. Hoje, até as “Organizações Globo” fizeram autocrítica pelo apoio dado ao movimento, passando a tratá-lo como “golpe militar”.

A imprensa no golpe de 64

Para derrubar o presidente João Goulart em 31/03/64, os militares tiveram o apoio da maioria da classe média, de poderosos setores do empresariado, da Igreja Católica e de 99% dos órgãos de imprensa. A exceção foi o jornal “Última Hora”, dirigido pelo jornalista Samuel Wainer, que era declaradamente governista. Sua sucursal que funcionava no Recife, onde trabalhavam os jornalistas Ronildo Maia Leite e Milton Coelho da Graça, dava sustentação ao governo Arraes.

Simbologia – O governador Eduardo Campos recusou diversos convites para participar de manifestações pelos 50 anos do golpe de 64, mas abriu uma exceção na manhã de hoje. Às 10h, no cemitério de Santo, Amaro, colocará uma coroa de flores no túmulo de Miguel Arraes e às 11h30, na Sé de Olinda, nos túmulos de Dom Hélder Câmara e do padre Henrique Pereira Neto.

Apoios – Dois influentes prefeitos do PSB já estão fechados com Tadeu Alencar (Casa Civil) para a Câmara Federal: Alexandre Arraes (Araripina) e Carlinhos do Moinho (Carpina).

Equipe – O vice-governador João Lyra Neto definiu ontem os 10 novos secretários de sua equipe. Não há nome “improvisado” porque ele sabe que terá apenas nove meses de gestão.

Chapa – O ex-deputado Pedro Eurico (PSDB), secretário estadual de Criança e Juventude, está apoiando Felipe Carreras (PSB) para deputado federal e Raquel Lyra (PSB) para estadual.

A volta – Filiado ao PDT, o ex-prefeito de Carpina, Manoel Botafogo (foto), já acertou com seu grupo político que se for eleito deputado estadual disputará novamente a prefeitura em 2016. Até o slogan da campanha já foi escolhido pelos amigos: “Volta, negão!”.

Programa – Faz sucesso na cidade de Lajedo um programa do prefeito Rossine Blesmany (PSD) que foi inspirado na 1ª gestão de Jarbas Vasconcelos (PMDB) como prefeito do Recife: o “Prefeitura nos bairros”. Blesmany começou a testá-lo pela zona rural.

Versão 1– Guilherme Uchoa (PDT) atribui a setores de cúpula do seu partido a versão de que seria candidato a deputado federal nas próximas eleições, mas nega categoricamente essa pretensão. Garante que vai disputar a reeleição fazendo dobradinha com o ex-prefeito Marinaldo Rosendo (Timbaúba), que também desmente a notícia de que teria desistido da candidatura.

Versão 2 – Humberto Costa (PT) não confirma a versão de que o partido estaria na cola do ex-prefeito Marinaldo Rosendo (PSB) por supostamente dever ao fisco. “Além de termos uma boa relação com ele, tanto eu quanto João Paulo”, garante o senador, “o PT não faz uso da máquina estatal para perseguir adversários”. O senador atribui o fato à briga interna do PDT com o PSB.

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