Fogo Cruzado – por Inaldo Sampaio

Ser secretário de Paulo Câmara nada acrescentaria à biografia do deputado eleito João Campos

Continuam as especulações no PSB sobre se o primogênito de Eduardo Campos, João, deve exercer o mandato de deputado federal para o qual foi eleito com 460 mil votos ou se deve ficar em Pernambuco como secretário de Paulo Câmara. Só os que torcem para que o rapaz não tenha futuro defendem esta última solução. Ele tem que ir para Brasília, desempenhar o mandato que o povo lhe outorgou, até para conhecer os meandros do Congresso, os bastidores da política, o jogo para a eleição dos membros da mesa diretora, dos líderes de bancada e dos presidentes das comissões, a briga por relatorias de projetos importantes, os freios que o Poder Legislativo terá que impor ao futuro governo de Bolsonaro, enfim, a política como ela realmente se revela na pele dos seus atores do governo e da oposição. É isso que o jovem João Campos tem que fazer a fim de tornar-se um verdadeiro homem público como o foram seu pai, Eduardo Campos e seu bisavô, Miguel Arraes. Ser secretário do governo Paulo Câmara, independente da pasta que viesse a ocupar, acrescentaria o que à biografia dele? Nada. Pelo contrário, teria o gabinete cheio de prefeitos, de segunda a sexta, atrás de obras ou de recursos que não terá como oferecer. Sendo assim, que vá logo para Brasília para não decepcionar os milhares de eleitores que o sufragaram nas urnas exatamente para estar na Câmara.

Pauta policial

Moro aceitou ser ministro da Justiça de Bolsonaro para daqui a dois anos ser nomeado por ele para a vaga de Celso de Mello (STF). Até a gestão do pernambucano Fernando Lyra à frente dessa pasta (governo Sarney), a principal responsabilidade dela era fazer a coordenação política do governo. Hoje, tem contornos policiais. Vai cuidar da PF, tráfico de drogas, violência, etc.

Três em um – O Governo do Estado está contando tostões para juntar o dinheiro necessário ao pagamento do 13º salário dos servidores públicos estaduais. O esforço que está sendo feito é no sentido de que sejam pagam três folhas no período de 30 dias: novembro, dezembro e o 13º.

As grifes – Bolsonaro colocou até agora duas “grifes” em seu ministério: Sergio Moro (Justiça) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia). Ônyz Lorenzoni (Casa Civil) é brigão e Paulo Guedes (Economia) gosta de dizer que é o único economista que ficou rico sem trabalhar para governos.

Lula livre – Depois das eleições, nem o PT está falando mais no “Lula livre”. O ex-presidente continua quieto no seu canto, em Curitiba, cumprindo a pena a que foi condenado, parou de escrever carta para os correligionários e, pela vontade de Bolsonaro, “vai mofar na cadeia”.

O dialogo – Bolsonaro não teve o apoio de nenhum dos 9 governadores do Nordeste mas vai precisar de interlocutores na região para abrir diálogo com os governos estaduais. Não se sabe ainda quem poderia cumprir esse papel nem se haverá algum nordestino no ministério dele.

Meta futura – De um assessor do prefeito Geraldo Júlio (PSB) após o 2º turno da eleição presidencial: “Pronto, cumprimos o nosso papel que era virar o jogo no Recife. Haddad ganhou de Bolsonaro. Agora é hora de trabalhar para elegermos em 2020 o sucessor do atual prefeito”.

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Fogo Cruzado -por Inaldo Sampaio

O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, fez toda sua carreira no setor privado

Bolsonaro elegeu-se presidente da República prometendo fazer mudanças no país. Mudança nos critérios de composição do ministério, mudança no tamanho da máquina pública, mudança na qualidade dos homens que comporão o governo, mudança no Estatuto do Desarmamento para que a compra de armas em nosso país seja flexibilizada. Mudanças, enfim, em todas as áreas de todos os setores para que o Brasil se transforme rapidamente num país próspero e justo. Entretanto, não se muda um país como o Brasil apenas com vontade política, ou através de um “tiro só” como Collor prometeu fazer com a inflação em 1989. A vontade é importante, mas serão necessários vários tiros, e necessário também que o atirador acerte o alvo. A fusão dos Ministérios da Fazenda, Planejamento e Desenvolvimento Econômico em torno do super Ministério da Economia, por exemplo, não foi bem recebida pelas classes produtoras, especialmente porque o futuro ministro Paulo Guedes não tem experiência no setor público. É economista formado pela UFMG, com doutorado na Universidade de Chicago, mas fez toda sua carreira no setor privado – Banco BTG Pactual, Ibmec, Instituto Millenium, Bozzano Investimentos, etc. É certo que o presidente eleito prometeu fazer um “governo de ruptura”. Mas o Brasil talvez não esteja preparado para ter no Ministério da Economia alguém que, mesmo antes de assumir, já partiu para o confronto com setor industrial dizendo que “vamos salvar a indústria brasileira, apesar dos industriais brasileiros”. A indústria representa 24% do PIB nacional e não é interessante iniciar o governo comprando uma briga com esse setor. Se o futuro ministro acha que pode, aguardemos para conferir.

Presidente sem porta-voz

Bolsonaro fez a campanha e ganhou a eleição sem um “porta-voz” de imprensa para se comunicar com os jornalistas. Seu partido tem um assessor, a jornalista pernambucana Érika Siqueira, mas ele, não. Tanto que coube a Luciano Bivar anunciar a extinção do Ministério das Cidades e a Ônix Lorenzoni a fusão dos Ministérios da Agricultura com Meio Ambiente.

Barata tonta – Partidos de esquerda que apoiaram Haddad (PT) estão feito “barata tonta” no pós eleições. Cada qual diz uma coisa e não se sabe exatamente como será organizada a oposição. Melhor seria deixar a “poeira abaixar” para depois elaborar um plano de trabalho.

Em todos – O único Estado em que Bolsonaro ganhou em todos os municípios foi Rondônia. Já Haddad venceu em todos do Ceará, Piauí e Sergipe. Em São Paulo, o candidato do PT só ganhou em 13 e em Pernambuco perdeu para Bolsonaro apenas em Santa Cruz do Capibaribe.

Jogo duro – O deputado Bruno Araújo (PSDB) foi próximo de Serra em 2014, de Aécio em 2014 e de Alckmin em 2018. Agora, no pós eleições, já se aliou ao governador eleito de SP, João Doria, para tirar Alckmin da presidência nacional do partido. Joga duro e sem emoção.

Sem trauma – Paulo Câmara não está preocupado com a eleição da mesa diretora da Assembleia Legislativa. A maioria que o governo tem lá o tranquiliza, seja para deixar Eriberto Medeiros ((PP) na presidência, seja para substituí-lo por Waldemar Borges ou Aluisio Lessa (PSB).

E depois? – Representantes da Frente Nacional dos Prefeitos, presidida por Jonas Donizette (PSB), de Campinas (SP), insurgiram-se ontem contra a extinção do Ministério das Cidades. Querem saber quem vai cuidar das políticas de habitação, saneamento, drenagem e transportes.

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Fogo Cruzado – por Inaldo Sampaio

Cabe ao PCdoB e aos outros partidos de oposição respeitar a vitória de Jair Bolsonaro

Jair Bolsonaro obteve vitória incontrastável nas eleições do último domingo, derrotando o candidato do PT, Fernando Haddad, por mais de 10 milhões de votos. A campanha teve muito radicalismo do inicio ao fim devido às posições polêmicas do capitão sobre democracia, direitos humanos, respeito às minorias e o golpe militar de 64. Mas não se pode acusá-lo de ter escondido o pensamento para ganhar a eleição. Ele disputou dentro das regras do jogo, por um partido nanico que tinha apenas oito segundos de televisão e, sem nenhuma aliança relevante, chegou ao segundo turno e sagrou-se vitorioso. Até aí, nada demais! Há que se respeitar a vontade da maioria do eleitorado como fizeram, entre outros, Marina Silva, Ciro Gomes e Fernando Haddad. O surpreendente nessa história foi nota infantil divulgada pelo PCdoB, mais para grêmio estudantil do que para partido político com quase um século de existência. A nota assinada pela presidente nacional do partido, Luciana Santos, vice-governadora eleita de Pernambuco, não faz jus à sua inteligência e nem à história dos comunistas. Ela contém uma série de obviedades sobre a influência das “fake news” no processo eleitoral, diz que Bolsonaro é uma ameaça à democracia e à soberania nacional, que foi eleito pregando a violência e o ódio, e que a “lisura” do pleito foi comprometida “para favorecer o candidato da extrema direita”. Ora, se a lisura do pleito estava comprometida, por que o PCdoB participou dele como a candidata a vice Manoela D’Ávila? O país não está à beira do caos como se diz e nem vai acabar-se por causa da vitória de Bolsonaro. Houve um processo normal de alternância de poder e cabe ao PCdoB curvar-se ao resultado das urnas. É assim que as democracias funcionam.

O gás derrotou Bolsonaro

Formado em marketing nos EUA, o engenheiro João Sombra tem uma explicação para Bolsonaro ter vencido a eleição no grande Recife no 1º turno, e perdido no 2º: a promessa de Haddad de baixar o preço do gás para R$ 49,00. Sombra diz que enquanto as elites estavam preocupadas com o “futuro da democracia”, o povão colocou o “bolso” em primeiro lugar.

Sem perfil – É normal que Bolsonaro coloque o senador não reeleito Magno Malta (PR-ES) em algum cargo no governo, mas no Ministério da Educação seria uma afronta à inteligência nacional. Se o presidente eleito deseja convidar um “técnico competente”, há nomes de sobra.

Voto duro – Era tão acentuado o desejo de uma parcela dos brasileiros de derrotar o PT nessas eleições que nem os absurdos ditos por Bolsonaro sobre minorias e direitos humanos mexeram nesses votos. O objetivo era impor uma derrota ao ex-presidente Lula e ele foi alcançado.

Guerra fria – Em nenhum outro estado do Brasil o “comunismo” foi tão discutido nessas eleições como em SP. O governador eleito, João Doria (PSDB), ganhou a eleição pegando carona em Bolsonaro e acusando seu adversário, Márcio França (PSB), de ser “comunista”.

Ponta a ponta – Em seu 2º mandato, Paulo Câmara poderia se inspirar no governador reeleito Camilo Santana (PT-CE), que através do programa “Ceará de ponta a ponta” fez 1.600 km de estradas entre restaurações e duplicações. Nesse particular, Pernambuco leva desvantagem.

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Bezerros terá representante nas eleições do CREF12

No dia 6 de Novembro acontecerá as eleições de 14 membros para o Conselho Regional de Educação Física – CREF12. Pode-se dizer que o CREF equivale-se a entidades como: OAB, CREMEPE, CREA entre outras que regulamentam as profissões.
Pela primeira vez em 20 anos de regulamentação e 18 anos de CREF em Pernambuco a eleição terá mais de uma chapa concorrendo. Sendo a CHAPA 1 composta por profissionais da “situação” e a CHAPA 2 que representa a Oposição, da qual faz parte o Bezerrense Diego Lima (único concorrente domiciliado no interior doestado).
A duas semanas integrantes da CHAPA 2 estiveram em Bezerros e conversaram com a imprensa e visitaram as academias. Uma das principais propostas da CHAPA 2 é a descentralização e interiorização do CREF12 criando subseccionais em várias cidades do interior de Pernambuco.
Ressalta-se a importância do CREF para a Educação Física e sociedade, pois para atuar em academias, escolas, clubes ou qualquer atividade relacionada à Educação Física o formado em educação física deve se inscrever junto ao CREF de seu estado. Sendo ainda este órgão o responsável por fiscalizar os espaços de prática e a atuação de falsos profissionais nas atividades privativas do Profissional de Educação Física.

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Fogo Cruzado – Inaldo Sampaio

Sul e Sudeste entendem que o discurso de Bolsonaro encarna melhor interesses dessas regiões

O Nordeste tinha tudo para embarcar no discurso messianista do presidente eleito Jair Bolsonaro, mas se manteve fiel à pregação de Haddad que se apresentou aos eleitores como continuador da obra de Lula. Todo mundo sabe que Lula não é santo. Até porque se o fosse não estaria preso em Curitiba. Todavia, a maioria dos nordestinos não o vê como “presidiário corrupto”, como o define a grande mídia, e sim como um governante que olhou para os mais pobres, inserindo seus interesses na agenda social do governo. Do contrário, o Nordeste não teria sido um ponto fora da curva no 2º turno da eleição presidencial. Bolsonaro foi derrotado em todos os Estados da região, onde sete governadores eleitos cerraram fileiras com o candidato do PT logo no primeiro turno: Flávio Dino (MA), Wellington Dias (PI), Camilo Santana (CE), João Azevedo (PB), Paulo Câmara (PE), Renan Filho (AL) e Rui Costa (BA). Espera-se após a posse do novo presidente que a região não seja retaliada, dado que em seu primeiro pronunciamento à nação, na noite do domingo, Bolsonaro prometeu que será o presidente de “todos os brasileiros”, e que seu futuro governo terá “mais Brasil e menos Brasília”. Não se imagine que o Nordeste virou agora uma “região de esquerda” por ter dado a vitória a Fernando Haddad. Do mesmo jeito que o Sul/Sudeste deram ampla maioria a Bolsonaro por achar que o discurso dele encarna melhor os interesses dessas regiões, o Nordeste entendeu o contrário.

Vitória na Suprema Corte

Quando requereu registro de sua candidatura a deputado estadual, o ex-prefeito de Caruaru, José Queiroz (PDT), que conseguiu se eleger, foi surpreendido por uma impugnação do Ministério Público Eleitoral. Ganhou a batalha por 7 x 0 no TRE, mas o MPE recorreu para o TSE. Ontem, finalmente, em decisão monocrática, o ministro Édson Fachin confirmou a sentença do TRE.

Até quando? – Brasília deu impressionantes 70% dos votos a Bolsonaro, ante 30% a Fernando Haddad, mas esse namoro com o presidente eleito deve durar pouco. Se o futuro ministro da Fazenda, Paulo Guedes, cortar privilégios no serviço público, como promete, o DF se rebelará.

Quem te viu? – Minas, que já foi o maior celeiro de políticos do país, mandou para o Palácio da Liberdade nessas eleições o dono de uma rede de lojas (Romeu Zema) por falta de coisa melhor. Tancredo Neves, Benedito Valadares e Afonso Arinos devem estar tremendo no túmulo.

Day after – Pelo menos 4 novos governadores irão herdar estados financeiramente quebrados: Eduardo Leite (RS), Wilson Witzel (RJ), Romeu Zema (MG) e Fátima Bezerra (RN). Esta última é quem mais vai penar para arrumar a casa porque nunca administrou nada na vida.

A varrição – Dos 54 senadores que disputaram a reeleição, apenas 8 conseguiram salvar-se, entre eles dois craques da política: Renan Calheiros (MDB-AL) e Jáder Barbalho (MDB-PA). Jarbas Vasconcelos (MDB) já foi lançado por Humberto Costa (PT) para presidir o Senado.

Sem receita – O TCE tem orientado prefeitos pernambucanos a cobrar os impostos de sua competência, mas eles fazem ouvidos de mercador. A prefeitura de Brejão em 2015 arrecadou apenas R$ 5.996,75 de IPTU e R$ 180,83 de cobrança da dívida ativa.

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Fogo Cruzado – Por Inaldo Sampaio

Candidato com perfil para unir o país seria Geraldo Alckmin não fosse um político provinciano

Nem o mais arguto político mineiro seria capaz de prever que 54 anos depois do golpe militar de 64 um legítimo e sincero defensor daquele movimento, que interrompeu a democracia em nosso país durante 21 anos, seria eleito presidente da República ontem por mais de 50 milhões de brasileiros. O próprio Bolsonaro tinha dúvidas sobre suas chances porque sempre fez parte do baixo clero na Câmara Federal, não tinha por trás de si um grande partido e até o convite que fez ao PR para fazer parte de sua coligação foi recusado. Obrigou-se a convidar para vice o general da reserva Hamilton Mourão, filiado ao PRTB, única alternativa que lhe restou para conseguir fechar a chapa. O presidente eleito já provou na prática que não tem propriamente formação democrática, mas foi ajudado pelo fato de 70% dos eleitores brasileiros não terem conhecimento do que se passou no país nos “anos de chumbo” e seu principal meio de informação ser as redes sociais, onde predominam notícias falsas (“fake news”). Daí poder-se dizer com alguma margem de certeza que um terço dos eleitores do capitão votaram em solidariedade às suas teses. Mas os outros foram votos antipetistas em protesto contra a volta do partido ao poder depois que seu principal líder foi parar na cadeira acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Bolsonaro prometeu na campanha que seria o presidente da “pacificação nacional”, mas isto provavelmente não ocorrerá devido à sua ojeriza aos “vermelhos” que deram mais de 40% dos votos a Fernando Haddad. Afinal, como unir o Brasil com um discurso excludente e contra determinados tipos de minorias? Candidato com perfil para pacificar o Brasil seria o tucano Geraldo Alckmin, não fosse um político mais paulista do que nacional e não tivesse sido obrigado a carregar nas costas o desgaste de Aécio Neves e a traição da cobra que ele próprio criou para mordê-lo depois (João Doria).

Empurrão na reforma política

A reforma política que o Congresso não fez, e não fará jamais, acabou sendo empurrada pela eleição presidencial. Bolsonaro terá no Congresso o apoio de todas as “direitas”, independente de siglas (ruralistas, evangélicos, bancada da bala, etc.), e a oposição de todas as “esquerdas” (PT, PCdoB, PSB, PDT, PSOL, PSTU, etc). Teremos na Câmara um bipartidarismo de fato.

Dor doída – Ciro Gomes prestou notável serviço à campanha de Haddad mesmo não tendo declarado apoio ao petista. Só ter pedido aos seus eleitores que não votassem em Bolsonaro já foi uma ajuda. Cobrar-lhe apoio ao PT depois da “rasteira” que levou de Lula seria demais.

As portas – Apenas 2 dos 25 deputados federais pernambucanos têm trânsito com Bolsonaro para não deixar Paulo Câmara sem canal com Palácio do Planalto: Luciano Bivar (PSL) e Pastor Eurico (Patriotas). Parte deles ainda vai aderir à bancada do governo, mas não agora.

O vácuo – O PSDB saiu destroçado em Pernambuco no 1º turno e ninguém ainda se habilitou para tentar reconstruí-lo. O presidente Bruno Araújo vai morar no DF e não quer mais saber do cargo. A prefeita Raquel Lyra (Caruaru) poderia exercer esse papel, mas não mostra vontade.

A tradição – Desde 1998, quando a reeleição foi introduzida do Brasil por emenda de Mendonça Filho (DEM), nenhum governador do RS foi reeleito. O atual, Ivo Sartório (MDB), que encontrou o Estado quebrado, vai devolvê-lo ao ex-prefeito de Pelotas, Eduardo Leite (PSDB), um pouco melhor, mas ainda quebrado.

Reduto forte – Haddad, que é paulista, viu nessas eleições o quanto Lula ainda é forte no Nordeste. Foi nesta região onde aconteceram os maiores comícios de sua campanha: Natal, Fortaleza, São Luís, Recife, João Pessoa e Salvador. Mesmo derrotado, foi um belo consolo.

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Coluna Fogo Cruzado – por Inaldo Sampaio

Os brasileiros voltarão às ruas neste domingo (28) para escolher o seu presidente da República. Mais uma vez, estamos diante de dois caminhos, a mudança com Jair Bolsonaro ou a volta do governo petista com Fernando Haddad. Havia outras opções de mudança bem mais palatáveis ao país como Geraldo Alckmin, Ciro Gomes e Álvaro Dias. Mas a maioria dos eleitores levou ao segundo turno um candidato assumidamente de direita e outro que é o “mais tucano” dos petistas, segundo definição do ex-presidente Lula. Bolsonaro lidera as intenções de votos em todas as pesquisas e continua sendo o favorito para ganhar a eleição, apesar do seu passado homofóbico, racista, totalitário, saudosista da ditadura militar, e de sua idolatria pelo falecido coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o único brasileiro que o judiciário reconheceu até hoje como torturador. Ele soube capitalizar como competência o voto “antipetista” que é palpável em todas as classes sociais, dando uma pitada de “segurança” ao seu discurso, prometendo enfrentar os marginais com mão de ferro e tratar o MST como “movimento terrorista”. Já Haddad prometeu aos brasileiros um governo desenvolvimentista como o do ex-presidente Lula, que lançou vários programas sociais que beneficiaram a população mais pobre como o Bolsa Família, por exemplo. Neste final de semana, Haddad se animou com a “virada” em São Paulo, onde Bolsonaro venceu com folga no primeiro turno. Mas ainda não se sabe se esta onda vai contaminar o resto do país. Seja qual for o vencedor, o Brasil terá dias difíceis a partir de janeiro. Se der Bolsonaro, como as pesquisas indicam, ele terá uma oposição raivosa e enfurecida tanto no Congresso Nacional como fora dele. E se o vitorioso for Haddad, os bolsonaristas podem ressuscitar a tese de que as urnas eletrônicas não são confiáveis e partir para aquilo que o deputado Eduardo Bolsonaro (1,8 milhões de votos em São Paulo no primeiro) prometeu em Curitiba três meses atrás: fechar o Supremo Tribunal Federal com apenas um cabo e dois soldados.

Uma despedida aquém do esperado

Foi fraco o último programa eleitoral dos dois candidatos a presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). Repetiram imagens e falas de programas anteriores. O último programa deveria ter sido utilizado apenas com a imagem dos dois candidatos falando ao “coração” dos brasileiros, mas passaram batido.

O aniversário – Neste domingo, o Aeroporto de Petrolina estará completando 37 anos de administração pela Infraero. Ele se tornou um dos principais modais de distribuição de frutas do Vale do São Francisco, segundo maior produtor de frutas do país. Entre janeiro e agosto deste ano, foram exportadas 1.069 toneladas de frutas para o exterior.

Vapt-vupt – O ministro Raul Jungmann (Segurança Pública) desembarcará neste sábado no Recife apenas para votar em Fernando Haddad (PT). Assim que cumprir este compromisso ele voltará imediatamente a Brasília para coordenar a central de segurança das eleições.

A Resolução – O TCE publicou em seu Diário Oficial Eletrônico no último dia 24 Resolução TC nº 37/2018 relativa à execução de serviços contábeis de natureza permanente. A Resolução se originou de uma representação do Ministério Público de Contas devido à contínua prática de contratação temporária de contadores e escritórios de contabilidade, não respeitando a natureza técnica e contínua dos serviços.

Dinheiro no bolso – Mesmo com o prefeito Lula Cabral (PSB) preso, a Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho pagou nesta sexta-feira o salário de seus servidores aposentados e pensionistas. Aliás, desde que voltou à prefeitura, o prefeito sempre pagou em dia o salário do seu pessoal.

À educação – O deputado federal eleito Tulio Gadelha (PDT-PE), namorado da apresentadora Fátima Bernardes, pretende dedicar seu mandato à causa da educação. Ele fez uma visita ao senador não reeleito Cristovam Buarque (PPS-DF), que faz desse tema sua razão de viver.

Tese errada – Do prefeito de Itapetim, Adelmo Moura (PSB) sobre opinião do diretor-presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, de que eleitor de estado que já elegeu seu governador não tem o mesmo interesse na eleição presidencial: “É falso. Eleição no interior é uma festa e aqui em Itapetim o povo da zona rural bota a melhor roupa para vir votar”.

De palavra – Paulo Câmara (PSB) cumpriu integralmente seu acordo com o PT celebrado nessas eleições. Empenhou-se na reeleição do senador Humberto Costa (PT) e deu a alma pela eleição de Fernando Haddad (PT), quando governadores do próprio PT desaceleram suas militâncias.

As críticas – Jarbas Vasconcelos (MDB) continua recebendo críticas pelas redes sociais por ter declarado voto em Fernando Haddad (PT). Porém, mesmo sendo crítico histórico do PT, ele alega que não tinha outra alternativa: ou ficava com a “civilização”, mesmo corrupta, ou com a “barbárie”, marcada pelo autoritarismo.

O azar – Assessores de Bolsonaro não gostaram da fala dele dizendo que já está como a “mão na faixa”. Lembram que em 1985 o então candidato a prefeito de São Paulo, Fernando Henrique Cardoso, sentou na cadeira, antes do tempo, a pedido de revista “Veja”, e perdeu a eleição para Jânio Quadros. Essas antecipações costumar dar azar.

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FOGO CRUZADO – POR INALDO SAMPAIO

Pai de Chico Buarque foi quem primeiro escreveu que o brasileiro seria um “homem cordial”   

Há precisamente 82 anos, o historiador alagoano Sérgio Buarque de Holanda ao estudar o caráter do brasileiro definiu-o como “um homem cordial”. Durante muitas décadas isso foi interpretado como homem cordato, gentil. Mas os fatos da atualidade desmentem na prática esse conceito, o que levou o historiador a explicar, posteriormente, que “homem cordial” não era “homem gentil” e sim aquele que age sob os impulsos do “coração”. Basta lembrar em que 2017 foram assassinadas no Brasil mais de 60 mil pessoas e cada um desses crimes teve como causa, óbvio, uma “ação cordial”, ou seja, proveniente do coração. Isso fez com que numa entrevista recente à TV Nova o romancista pernambucano Raimundo Carrero tenha sustentado a contratese de que não somos um “povo cordial” no sentido de povo lhano, e os fatos também lhe dão razão. Como sustentar a tese da “cordialidade” se na presente campanha presidencial o tema central da disputa foi a violência, a tortura, a liberação da compra de armas e a definição do MST como “movimento terrorista” que deve ser enfrentado na base da pistola? Talvez preocupada com esse quadro de radicalismo, a cúpula das Forças Armadas reuniu-se em Brasília na última quarta-feira para defender que o próximo presidente da República, seja ele quem for, trabalhe pela pacificação do país. A tese dos militares está correta. Mas a provável vitória de Bolsonaro não aponta em direção à conciliação tanto por causa dos “radicais” dele como também pelos “radicais” que desejam fazer-lhe oposição.

O desprestígio do STF

O jornalista paraibano José Nêumanne Pinto, radicado em SP, ratifica a tese do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) de que se algum ministro do STF for preso ninguém sairá às ruas para protestar. Ele diz que quem desmoraliza o STF são seus próprios membros, citando nominalmente Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Celso de Melo, Lewandowski e Dias Toffoli.

A fusão – Bolsonaro desistiu da tese de fundir o Ministério da Agricultura com Meio Ambiente se porventura for eleito no próximo domingo. Mas a fusão do Ministério do Planejamento com o da Fazenda continua de pé, assim como o da Educação com o da Cultura e o do Esporte.

Sem visita – Lula Cabral (PSB), prefeito de Santo Agostinho, não quer ser visitado por amigos e colaboradores da prefeitura enquanto estiver preso no Cotel. Só abriu exceções até agora para a mulher, os filhos e seu advogado Ademar Rigueira. Quem insistir em ir lá perderá tempo.

Os erros – O ex-prefeito de São Lourenço, Ettore Labanca (PSB), admite que cometeu erros nessas eleição, sendo o maior deles ter aconselhando o filho, Vinicius, a trocar o PSB pelo PP. Calculava que Cleiton Collins seria o “grande puxador” de votos do PP, o que não ocorreu. E que não haveria “puxador” de votos no PSB. Resultado: Gleide Ângelo se elegeu e arrastou três.

A queda – Assessores de Cleiton Collins também avaliam que o maior erro dele foi preocupar-se mais com a eleição de Paulo Câmara (PSB) para o Governo do Estado do que a dele para a Assembleia Legislativa. Esperava reeleger-se com 300 mil votos e obteve apenas 106 mil.

As vaias – Mesmo tendo apoiado a reeleição do senador Humberto Costa (PT), Paulo Câmara (PSB) ainda não foi assimilado pela militância do PT, que já o havia vaiado na passeata com Haddad na Praça Maciel Pinheiro, e o vaiou novamente ontem no largo da Igreja do Carmo. Haddad pousou no Recife feliz. A diferença que o separa de Bolsonaro caiu para 12 pontos.

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Fogo Cruzado -por Inaldo Sampaio

Almir Reis, Alexandre Vasconcelos e Flávio Bonfim debateram a reforma previdenciária

A campanha eleitoral se encerra hoje, pelo menos no rádio e na TV, sem que os dois candidatos a presidente tenham apresentado à nação o que propõem para enfrentar seu mais grave problema na atualidade, talvez até mais grave que o desemprego: a reforma previdencária. Isso vale também para os estados, onde os candidatos eleitos e não eleitos passaram ao largo dessa questão. Alega-se que é um tema “impopular” e que quem tocasse nele perderia votos. Pode ser. Porque o PT demonizou essa reforma dizendo que ela tiraria direitos dos trabalhadores. Porém, nada é mais popular e urgente do que um debate em torno de um problema que diz respeito à vida de todos os brasileiros. Adiar o enfrentamento do problema, aí sim, obrigar o governante de plantão, seja ele quem for, a tomar medida duras, pois o dinheiro do OGU não pode ser integralmente destinado ao pagamento de aposentadorias e pensões. Essa reforma não foi debatida em Pernambuco nem por Paulo Câmara nem por Armando Monteiro, pelo menos com a profundidade que merecia. E foi tratada superficialmente por Jair Bolsonaro e Fernando Haddad. Enquanto isso, ela foi debatida ontem nos estúdios da Rádio CBN, com objetividade, profundidade e seriedade por três especialistas em Direito Previdenciário – Almir Reis, Alexandre Vasconcelos e Flávio Bonfim. Os dois presidenciáveis teriam tirado bom proveito se porventura tivessem assistido ao debate, travado em alto nível do início ao fim.

A favor da democracia

Historicamente antipetistas, os ex-governadores Jarbas Vasconcelos (PE) e Alberto Goldman (SP) decidiram votar em Haddad neste 2º turno da eleição presidencial. Alegam que o outro candidato, Jair Bolsonaro, é uma “ameaça à democracia”. Goldman é um dissidente no PSDB de SP. Votará em Márcio França (PSB,) e não em Doria (PSDB), com quem brigou em 2016.

A costura – Deve-se aos três senadores de Pernambuco o acordo celebrado com as bancadas da Bahia na Câmara e no Senado que permitiu a prorrogação, até 2025, dos incentivos fiscais às montadoras instaladas no Nordeste. Sem eles, Pernambuco poderia perder a Fiat e, a Bahia, a Ford.

O diálogo – O ministro Dias Toffoli, presidente do STF, chamou para uma reunião hoje em Brasília os ministros do TCU e todos os presidentes de Tribunais de Contas. O de Pernambuco, Marcos Loreto, viajou ontem. Toffoli deseja aproximar o STF dos órgãos de controle.

Bodas de prata – Batizada com o nome de Joaquim Arcoverde, a Inspetoria do TCE localizada em Arcoverde completa hoje 25 anos de fundação. Joaquim Arcoverde, nascido na vila de Cimbres, então município de Pesqueira, foi o primeiro cardeal da América Latina.
A gratidão – Reeleito deputado estadual com mais de 60 mil votos, Lucas Ramos (PSB) começou a visitar seus municípios para agradecer os votos recebidos. O primeiro foi Surubim, onde foi majoritário, após 35 dias de campanha, com apoio da prefeita Ana Célia Farias (PSB).

O comício – Haddad encerrará sua campanha hoje, no Recife, no mesmo local em que se realizou em 1989 o maior comício da história da cidade nos últimos 50 anos, quando se enfrentaram Lula e Collor. Lula, estrela do comício, tinha o apoio de Arraes, então governador.

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FOGO CRUZADO -POR INALDO SAMPAIO

CUIDADO COM A DEMOCRACIA

Autor do já consagrado Como as democracias morrem, o cientista político norte-americano Steven Levitsky, professor da Universidade de Harvad, numa entrevista dada ao repórter desta Folha, Renato Raposo, faz um alerta aos brasileiros para preservarem a democracia, que não estaria totalmente sólida em nosso país mesmo depois do advento da Constituição de 88. O livro trata da ascensão de líderes autoritários ao poder, pelo voto popular, citando casos como o de Hugo Chavez, na Venezuela e de Rodrigo Duterte, nas Filipinas, os quais depois de eleitos não manifestaram o menor apreço pelo regime democrático. Mas não inclui ainda o brasileiro Jair Bolsonaro, que está na iminência de tornar-se presidente do maior e mais influente país da América do Sul com os votos de pelo menos 50 milhões de brasileiros. Bolsonaro é um fenômeno eleitoral a ser estudado pelos politólogos e historiadores depois de sua provável vitória no próximo dia 28. Ele nunca se destacou na Câmara como deputado federal e de repente tornou-se a opção de milhões de brasileiros que se desencantaram com os dois principais partidos que se revezaram no poder entre 1995 e 2016: o PSDB e o PT. E o que é pior: sem nunca ter demonstrado apreço pela democracia, que sempre tratou como mercadoria de segunda classe. A facada que ele levou em Juiz de Fora pode até tê-lo tornado mais conhecido, mas não foi determinante para sua vitória no primeiro turno. É mais um “case” a ser estudado pelo professor Levitsky, a fim de ser incluído na próxima edição de Como as democracias morrem.

Não é hora de neutralidade

Levitsky disse também em sua entrevista que “não se defende a democracia com neutralidade”, citando especificamente o ex-presidente FHC que não pretende votar em Haddad e muito menos em Bolsonaro. Ocorre que o “voto branco” é também uma posição política. É dado pelo eleitor que não se identifica com nenhum dos dois candidatos, como parece ser o caso de FHC.

A pobreza – O Senado terá uma série de senadores inexpressivos a partir de 2019. Poderia ter uma composição melhor do ponto de vista político se o povo tivesse elegido César Maia (RJ), Requião (PR), Suplicy (SP), Mendonça Filho (PE), Garibaldi Alves (RN) e Dilma (MG).

O time – É natural que Paulo Câmara queira montar um “governo novo” com os quadros do anterior, até porque as opções para o secretariado nos partidos políticos são raras. Tanto que Eduardo Campos montou parte de seu time com técnicos do TCE e da Secretaria da Fazenda.

O fim – Como as coligações proporcionais não poderão mais existir a partir de 2020, há muita inquietação na Câmara Municipal do Recife, onde a maioria dos vereadores se elegeu por partidos que não superaram a cláusula de barreira. Muitos deverão migrar para partidos grandes.

A desculpa – Ao declarar numa palestra que o STF pode ser fechado por apenas “um soldado e um cabo”, o deputado federal reeleito Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse exatamente aquilo que pensa. Ele pediu desculpas à Suprema Corte, mas continua pensando do mesmo jeito.

A bobagem – O propaganda de Haddad diz na TV que Bolsonaro não é o “candidato do povo” e sim dos “milionários”. Bobagem. O capitão teve votos dos milionários, sim, mas também da classe média e das classes baixas. Não fosse assim, como teria vencido no Recife, Olinda, Jaboatão, Cabo, Paulista e Caruaru. Será que essas cinco cidades só têm milionários?

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Fogo Cruzado – Por Inaldo Sampaio

  1. Candidato do PSB ao governo do Amapá foi assessor especial de Miguel Arraes

Sob o comando do pernambucano Carlos Siqueira, o PSB elegeu três governadores no primeiro turno e está no segundo em quatro estados. Elegeu Paulo Câmara em Pernambuco, Renato Casagrande no Espírito Santo e João Azevedo na Paraíba. Casagrande já tinha sido governador entre 2011 e 2014, mas foi derrotado na reeleição por Paulo Hartung, a quem agora sucederá. E Azevedo foi o candidato do governador Ricardo Coutinho, que está concluindo seu segundo mandato com grande prestígio político na Paraíba. Neste segundo turno, o partido vai perder no Distrito Federal (o governador Rodrigo Rollemberg será derrotado pelo advogado Ibaneis Rocha) e em Sergipe (o deputado Valadares Filho está perdendo nas pesquisas para o governador Belivaldo Chagas). Mas pode ganhar no Amapá e em São Paulo, onde a disputa está empatada no limite da margem de erro. No Amapá, o candidato pessebista é o senador João Capiberibe, que já trabalhou em Pernambuco como assessor especial do governo Miguel Arraes e tem como adversário o pedetista Waldez Goes. E em São Paulo o candidato do PSB é o governador Márcio França, que foi tesoureiro do partido nas gestões de Arraes e de Eduardo Campos e tem como opositor o ex-prefeito da capital, João Doria, filiado ao PSDB. Eventual vitória do PSB em São Paulo dará ao partido um poder político e econômico que nunca teve e fará de França o principal líder nacional da legenda, cargo ocupado hoje por Paulo Câmara.

Relatores setoriais

Os relatores setoriais do Orçamento estadual de 2019 já foram escolhidos pela Assembleia Legislativa. O deputado Romário Dias (PSD) ficou responsável pelas áreas de Defesa Social, Justiça e Direitos Humanos, e Fazenda. A Lei Orçamentária Anual começou a tramitar no último dia 4 e a votação do relatório final está prevista para ocorrer em novembro próximo.

Só a Justiça – Haddad pode não ter em Pernambuco a votação que a Frente Popular espera por falta de transporte no dia da eleição. Os prefeitos gostariam de colocar transporte à disposição dos eleitores, mas isto é vedado pela Lei Etelvino Lins. Só a Justiça é que pode fazer isto.

Apoio crítico – O Brasil inventou essa história de “apoio crítico”, que possivelmente não existe em nenhum outro lugar do mundo. Primeiro foi Ciro Gomes (PDT) e agora Marina Silva (Rede) declarando “apoio crítico” à candidatura de Haddad, só para marcar posição contra Bolsonaro.

Cadê Geraldo? – O deputado estadual e federal eleito Sílvio Costa Filho (PRB) reclama a ausência do prefeito Geraldo Júlio (PSB) nas manifestações pró Fernando Haddad (PT). Ele acha que isso só está ocorrendo porque Bolsonaro deve vencer de novo na capital neste 2º turno.

Os erros – Bruno Ribeiro, presidente regional do PT, ainda crê numa “virada” de Haddad até o dia 28. Diz que as pesquisas erraram no RJ e em MG ao não prever a chegada ao 2º turno dos candidatos Wilson Witzel (PSC) e Romeu Zema (Novo). E podem errando novamente agora.

A adesão – Mendonça Filho (DEM) e Bruno Araújo (PSDB) mergulharam de corpo e alma na campanha de Bolsonaro, mas o senador Armando Monteiro (PTB), não. A impressão é que o petebista pretende fazer como José Serra e FHC: nem Haddad (PT) e nem Bolsonaro (PSL).

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OPERAÇÃO ABISMO RESPINGA EM BEZERROS; PREFEITO DEMONSTRA-SE INDIGNADO

A operação da Polícia Federal Abismo, que apurou fraudes praticadas no Município do Cabo de Santo Agostinho, onde mais de R$ 92 milhões dos recursos da previdência dos servidores foram desviados por meio de aplicações em títulos podres, culminando com a prisão do prefeito Lula Cabral, respingou em Bezerros e Gravatá.

Na operação, a Polícia Federal apurou que vários municípios pernambucanos estariam sendo assediados pela quadrilha presa na semana passada. A interceptação de diálogos realizados em dezembro de 2017 revelou diversos municípios da Paraíba e de Pernambuco no foco dos desvios, com previsão de que arrecadassem, somente em janeiro de 2018, pelo menos R$ 50 milhões, inclusive apontando percentuais de propinas.

O blog da Noeli Brito, que trouxe as informações à tona, teria consultado os Portais da Transparência dos Municípios de Gravatá e Bezerros e constatou que em ambos inexistem informações sobre as aplicações dos recursos da Previdência de seus servidores, “…não sendo possível, ainda, confirmar se naqueles Municípios foram efetivadas as mesmas fraudes que foram perpetradas no Cabo de Santo Agostinho. Entretanto, a falta de transparência quanto a essas informações já é motivo suficiente para que o TCE/PE e o MPPE com atuação naqueles Municípios entrem em ação para obrigá-los a cumprir a legislação que impõe às prefeituras obrigação de transparência com relação a esse tipo de informação”, conclui a reportagem.

O prefeito Branquinho conversou com a reportagem a respeito da denúncia e demonstrou-se indignado com a acusação. Ele prometeu acionar o blog na justiça no tocante a informação de que dados do IPREBE não constam no Portal da Transparência, o que, segundo ele, não procede. O prefeito afirmou ainda que o município tem saldo devedor para com o IPREBE e que dividiu em parcelas dentro da lei. Por fim, fez um desabafo quanto as acusações injustas ‘que só estimulam homens de bens a se afastarem da política’.  A assessoria de Comunicação do Município divulgou nota  refutando as acusações.

 SIGA LINK NOTA DE REPÚDIO

A reportagem completa do Blog da Noeli Brito você acessa aqui

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COLUNA FOGO CRUZADO – POR INALDO SAMPAIO

Partido de Bolsonaro ficará apenas com 10% das cadeiras da Câmara Federal

O presidenciável Jair Bolsonaro disse em entrevista à Rádio Folha que não gostaria de que o pernambucano Luciano Bivar fosse candidato à presidência da Câmara na eleição que se realizará em fevereiro próximo. Bivar é filiado ao mesmo partido dele (PSL) e isso poderia estreitar sua eventual base de sustentação política naquela Casa. Sendo assim, entende que o substituto de Rodrigo Maia não deve pertencer ao mesmo partido do presidente da República. Foi a primeira decisão correta do candidato líder nas pesquisas, cujo partido elegeu apenas 52 deputados federais – 10% do total de cadeiras da Câmara, perdendo apenas para o PT que elegeu 56. O PSL, sendo o maior partido da coalizão bolsonarista, poderia muito bem reivindicar a presidência e Bivar tinha a primazia por ser o mais antigo no partido e já ter sido o seu presidente nacional. Além disso, foi o responsável pela entrada de Bolsonaro nos quadros da legenda. Porém, Bolsonaro é deputado e sabe que o presidente da República precisa do apoio de pelo menos 308 deputados para aprovar reformas constitucionais, e abrindo mão da presidência da Câmara pode construir com mais facilidade essa maioria. Bivar tem o apoio dele para fazer parte da mesa diretora, mas o sonho de presidir a Casa está adiado em nome da governabilidade.

Visita protocolar

Deputado estadual eleito, Fabrízio Ferraz (PHS), que chegará à Assembleia Legislativa com apenas 17.729 votos, já foi recebido em Palácio por Paulo Câmara, a quem comunicou que fará parte da futura bancada governista. Ele foi acompanhado pelo prefeito de Floresta, Ricardo Ferraz (PRP) e o secretário de Projetos Especiais da PCR, João Guilherme Ferraz.

A menor – Fabrízio Ferraz obteve menos votos que 10 deputados que não foram reeleitos: Socorro Pimentel (PTB), Zé Humberto (PTB), Augusto César (PTB), Dr. Valdi (PP), Vinicius Labanca (PP), Beto Acyoli (PP), João Eudes (PP), Zé Maurício (PP), Eduíno (PP) e Ricardo Costa (PP).

A maior – Dos 25 deputados federais eleitos em Pernambuco, o que teve menos votos foi Fernando Rodolfo (PHS): 52.824. Tiveram mais votos do que ele, mas não foram reeleitos, os deputados João Fernando Coutinho (PROS), Kaio Maniçoba (SD) e Zeca Cavalcanti (PTB).

A decepção – Tiveram menos de 1/3 dos votos que esperavam os deputados federais não reeleitos Adalberto Cavalcanti (37.369), Marinaldo Rosendo (36.367) e Betinho Gomes (20.026). O candidato André Carvalho (PPS), diretor da Rádio Maranata, obteve apenas 25.223.

Sem deputado – Ainda não foi desta vez que o Sertão do Araripe conseguiu eleger um filho da terra para a Câmara Federal. O presidente do CREA, Evandro Alencar (PRTB), de tradicional família de Araripina, não conseguiu sensibilizar os conterrâneos. Obteve apenas 9.112 votos.

A troca – Uma das apostas do PT nessas eleições era o deputado estadual Odacy Amorim, que pleiteou uma vaga na Câmara Federal. Ele obteve apenas 40.050 votos. Já sua mulher, Dulcicleide (PT), elegeu-se para a Assembleia Legislativa com apenas 22.359 votos.

Na multidão – O ex-deputado José Genoíno, que já foi presidente nacional do PT, foi visto anteontem em Fortaleza no grande comício realizado por Haddad na Praça do Ferreira.

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GRAVATÁ: Governador reuniu prefeitos e lideranças em encontro pró-Haddad

Reeleito no primeiro turno em Pernambuco, o governador Paulo Câmara (PSB) reuniu, na tarde de sexta-feira (19), um grande conjunto de prefeitos, ex-prefeitos, vereadores, deputados e lideranças políticas pernambucanas para reafirmar o apoio ao presidenciável Fernando Haddad (PT) no segundo turno das eleições 2018. Cerca de mil líderes de todas as regiões do Estado lotaram o Centro de Convenções do Hotel Canariu’s, em Gravatá, no Agreste, para confirmar que estão ao lado de Paulo e Haddad para garantir dias melhores no Brasil.

Durante o encontro, Paulo fez um agradecimento às lideranças pelo apoio dado no primeiro turno em Pernambuco e pediu que a mobilização se repita na campanha de Haddad, sobretudo nesta reta final que antecede o pleito. “O desafio que nós temos até dia 27 é importante e necessário. O Brasil já está dando passos para trás e a gente não pode deixar dar passos mais largos ainda. Vamos em frente nesta última semana. Vocês viram no primeiro turno que na última semana aconteceu muita coisa. Não vamos desistir do Brasil e vamos mostrar essa resistência em Pernambuco”, afirmou.

O socialista destacou que a força do Nordeste será primordial para garantir resultados expressivos em favor de Haddad e lembrou os avanços promovidos na gestão do ex-presidente Lula, sobretudo na região. “O caminho de Lula de diminuir desigualdade sociais e regionais, de gerar emprego e renda são valores que não podemos deixar escapar de maneira nenhuma. Falar nisso é falar de futuro. O que a gente já conhece e sabe que dá certo. Haddad representa isso. Ele teve pouco tempo de mostrar na campanha e está se esforçando no segundo turno. As fake news estão espalhadas e com grupos poderosos por trás disso, como foi noticiado. Mas a verdade sempre estará na frente”, defendeu o governador.

Eleita vice-governadora, a presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos, destacou que a eleição de Bolsonaro representa uma ameaça ao Brasil e que é preciso dialogar com a população e mostrar o melhor projeto presidencial. “Ele representa o que há de pior na política. Precisamos, portanto, fazer o debate de ideias. A primeira semana após o primeiro turno foi de violência política. Esta candidatura (de Bolsonaro) está fazendo caixa dois e financiamento eleitoral. É a junção de crimes cometidos com as fake news. Pernambuco vai demonstrar que tem altivez. Vamos garantir a vitória do que representa o legado do melhor presidente que já tivemos, que foi Lula”, declarou.

O senador reeleito Humberto Costa (PT) e Dani Portela (PSol) destacaram, respectivamente a disparidade entre os projetos representados por Fernando Haddad e Jair Bolsonaro, risco que o o candidato oposto apresenta para o Brasil e a união realizada na segunda etapa do pleito em favor de Haddad.

Já o chefe executivo de Afogados da Ingazeira, José Patriota (PSB)n, representando mais de 100 prefeitos pernambucanos que participarm do encontro, reforçõu reforçou a necessidade de cada liderança municipal no pleito que se aproxima. Ele também falou da importância da vitória de Haddad para garantir as parcerias entre Pernambuco e o Governo Federal. “Não podemos baixar a cabeça e nos omitir. Esta é a hora de demonstrarmos força, coragem e autonomia. Eleição se ganha no dia com o voto. Vamos trabalhar e mostrar a liderança de Paulo Câmara garantindo uma vitória expressiva de Haddad”, pontuou.

Blog do Magno

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FOGO CRUZADO – POR INALDO SAMPAIO

Coluna Fogo Cruzado – 20 de outubro de 2018

O PSB de Pernambuco reuniu ontem os seus prefeitos em Gravatá para pedir-lhe mais empenho na campanha de Fernando Haddad à Presidência da República. Com isto, o PSB está cumprindo o compromisso assumido com os petistas ainda no primeiro: o PT “rifaria” a candidatura de Marília Arraes ao Governo de Pernambuco e, em troca, o PSB “rifaria” a candidatura de Márcio Lacerda ao Governo de Minas. Cada qual fez um gol nesse jogo. O PSB reelegeu Paulo Câmara, algo que talvez não conseguisse sem o apoio do PT, e os petistas garantiram a reeleição do senador Humberto Costa, algo que também não ocorreria se ele não tivesse sido candidato pela Frente Popular. A reunião com os prefeitos foi apenas para “cumprir tabela”, já que eles nada poderão fazer para evitar a derrota de Haddad. Já deram seu sangue para reeleger o atual governador e agora vão cuidar das eleições de 2020 que é muito mais negócio. Afinal, de que adiantará pedir votos para um candidato a presidente da República que está 20 pontos percentuais abaixo do seu oponente, Jair Bolsonaro? Nem os prefeitos vão perder tempo com isto e nem os eleitores seguem orientação de prefeito em eleição presidencial.

E se Patrícia quiser ser candidata?

Até prova em contrário, não passa pela cabeça da delegada Patrícia Domingues trocar a Polícia Civil pela carreira política. Mas se ela decidir se candidatar a vereadora pelo Recife em 2020, poderá repetir o fenômeno Gleide Ângelo, que se elegeu deputada estadual pelo PSB com mais de 400 mil votos.

Perda de tempo – A essa altura do 2º turno, não adianta mais o PT mostrar aos brasileiros quem é Jair Bolsonaro: saudosista do golpe militar de 64, defensor da tortura para arrancar confissões e fã de um torturador condenado pela Justiça: o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, falecido em 2015. Mais de 50 milhões de brasileiros querem Bolsonaro na Presidência da República. E ponto final.

Manifesto – O presidente da Adufepe, professor Edeson Siqueira, entregou ontem a Fernando Haddad (PT), no RJ, manifesto de apoio subscrito por professores de todas as Universidades de Pernambuco. Eles defendem também mais recursos para as universidades públicas.

Encerramento – Haddad (PT) escolheu o Recife para encerrar sua campanha eleitoral, na próxima quinta-feira, confiando na força da Frente Popular. Afinal, foi em Pernambuco que ele realizou os dois maiores atos de sua campanha, um em Recife e outro em Petrolina.

Ao penta – O deputado estadual eleito José Queiroz (PDT), que já foi quatro vezes prefeito de Caruaru, está se animando para ir ao penta. Se houver acordo com o deputado reeleito Tony Gel (MDB), que indicaria o vice, ele toparia concorrer.

Repeteco – Se as pesquisas estiveram certas, Bolsonaro vai ganhar de novo em todas as regiões do Brasil, exceto no Nordeste, onde o PT reelegeu três governadores (PI, CE e BA) e poderá eleger um quarto: Fátima Bezerra (RN). Na região Haddad tem ainda o apoio dos governadores de PE, AL, PB e MA.

Décimo garantido – Como á receita de impostos em Pernambuco, especialmente o ICMS, o 13º salário dos servidores públicos estaduais está garantido e deverá ser pago junto com o salário de dezembro.

Gol de placa – O PSB terá feito um gol de placa de conseguir reeleger Márcio França para o governo de São Paulo, que automaticamente assumiria a liderança nacional do partido.

Boi manso – Do ex-prefeito de São José do Egito, Antonio Valadares (sem partido), sobre o 1º turno da eleição: “Votei em Armando (PTB) pra governador, mas ele é muito desanimado. Parece um boi manso. Candidato tem que animar a militância, ou, do contrário, não ganha a eleição”.

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Fogo Cruzado -por Inaldo Sampaio

Brejinho, de apenas 7 mil habitantes , conseguiu colocar todas as suas crianças na escola

Numa hora em que a “segurança” é a principal bandeira de campanha do candidato a presidente, Jair Bolsonaro, que está, como ele próprio diz, com uma “mão na faixa”, alegra saber que em 11 pequenos municípios de Pernambuco, quatro dos quais localizados no Pajeú, não se registrou nenhum crime de morte de janeiro a setembro deste ano. Foram eles Quixaba, Santa Terezinha, Calumbi e Brejinho. O que ainda amedronta a população desses municípios é o risco de explosão de caixas eletrônicos, o que a deixa sem serviços bancários por longo tempo. Todavia, no que diz respeito aos assassinatos, está prevalecendo a cultura da paz. Não era à toa, por exemplo, que Miguel Arraes considerava o Pajeú a região “mais politizada” do Estado. Impressionava-o, sobretudo, a quantidade de artistas que existem na região, especialmente cantores, escritores, compositores e poetas populares, apesar do seu déficit de representação na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal.

Historicamente, vota-se mais em “candidatos de fora” do que em “candidatos da região”, mas isso é outra história. Conforta saber que um município pequeno como Brejinho, com pouco mais de 7 mil habitantes, na divisa com a Paraíba, passou mais de uma década sem registrar um único homicídio e que tem todas as suas crianças na escola. Essa cultura de paz que há no município foi iniciada há mais de 20 anos pelo ex-prefeito José Vanderley e teve continuidade com a atual, Tânia Maria. Ambos são do PSB.

Pergunta-se, então: se Brejinho, que sobrevive apenas do FPM, conseguiu zerar sua taxa de homicídios este ano e pôr todas as suas crianças na escola, por que os municípios grandes não podem fazer o mesmo?

TSE cassaria a chapa?

O PDT vai requerer ao TSE a anulação do 1º turno da eleição presidencial depois que a Folha de São Paulo noticiou que empresários bolsonaristas gastaram 12 mil para comprar um pacote de “fake news” para divulgar nas redes sociais. Há 2 anos, por 4 votos contra 3, o TSE manteve o registro da chapa Dilma/Temer. Mas iria ao extremo de cassar a chapa Bolsonoro/Mourão?

Muito prazer! – Erick Lessa (PP), deputado estadual eleito, conhecido em Caruaru como “Delegado Lessa”, já esteve na Assembleia Legislativa para conhecer suas instalações. Foi recebido pelo colega reeleito, Joaquim Lira (PSD), filho do ex-prefeito de Vitória, Elias Lira.

O gesto – O ex-deputado Ayrinho (PSB) não esquece um “gesto humanitário” do governador de SP e candidato à reeleição, Márcio França (PSB). Foi diagnosticado no Recife com uma doença degenerativa e, por sugestão de Eduardo Campos, foi a SP em busca de tratamento. Lá, França arranjou-lhe hospital e colocou um carro à sua disposição.

A fusão – O presidente da Contag, Aristides Santos, irmão do deputado federal eleito Carlos Veras (PT), presidente da CUT-PE, acha que a proposta de Bolsonaro de fundir o Ministério da Agricultura como do Meio Ambiente “não dará certo”. E vai provar que está com a razão.

Às ruas – Mesmo Bolsonaro tendo sido majoritário no Recife, no 1º turno, os partidos da Frente Popular, que apoiam Haddad, pretendem fazer uma “passeata de arromba” no centro da cidade, na próxima 5ª feira, com a presença do petista. Todos os prefeitos do PSB foram convidados.

Pelo mandato – O deputado federal eleito, João Campos (PSB), já avisou ao partido que não aceitaria eventual convite de Paulo Câmara para integrar o seu secretariado. Quer exercer seu mandato, em Brasília, a fim de conhecer os “meandros do Congresso”, como fez o seu pai.

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Fogo Cruzado- por Inaldo Sampaio

General eleito pelo PSL do RN é a prisão e o impeachment de ministros do Supremo

Impulsionados pela força do bolsonarismo, dezenas de policiais civis e militares se elegeram para as casas legislativas do país. Em Pernambuco o saldo foi modesto, mas ainda assim o Estado não passou em branco. Elegeram-se os delegados Gleide Ângelo e Erick Lessa e o ex-soldado Joel da Harpa, sendo que a primeira foi a campeã de votos para a Assembleia Legislativa, obtendo votação recorde na história política do Estado. Os três estarão na linha de frente em defesa de suas instituições, assim como ex-secretário de Segurança, Antonio Moraes, delegado de polícia aposentado. São Paulo também surfou na onda bolsonarista, elegendo para senador o deputado federal Major Olímpio, filiado ao PSL, sem esquecer também que um cabo do Rio de Janeiro, Daciolo, que se elegeu à Câmara Federal em 2014 após liderar uma greve de bombeiros militares, disputou este ano a Presidência da República pelo Patriotas e obteve mais votos que Marina Silva. No entanto, o que chamou mesmo atenção foi a eleição de dois generais para deputado, um em São Paulo e outro no Rio Grande do Norte, defendendo as mesmas teses de Jair Bolsonaro para a área de segurança. Como eles já vestiram o pijama, nada mais os impede de participar do processo eleitoral, assim como faz o general Hamilton Mourão, vice do candidato líder nas pesquisas. Oxalá o discurso de alguns não contamine os que estão na ativa, nem resvale para o desrespeito à Constituição, dado que não deixa de ser preocupante o general Eliéser Girão Monteiro Filho, deputado estadual eleito pelo PSL potiguar, estar defendendo o impeachment e a prisão de ministros do STF que ordenaram a soltura do ex-ministro José Dirceu e os ex-governadores Beto Richa (PR) e Marconi Perillo (GO). Espera-se que se trate de um caso isolado, e que o futuro presidente da República fique longe disto.

Faz parte da política

Sílvio Costa (Avante) disse ontem que sua reconciliação com o senador eleito Jarbas Vasconcelos (MDB) “faz parte da política”, e que não poderia se negar a apertar a mão de quem o procurou para fazer as pazes. Se isso “faz parte da política”, o deputado erro ao ter atacado Jarbas por ter-se aliado ao PT, porque, afinal de contas, isso também “faz parte da política”.

A vitória – Embora não tenha sido reeleita à Assembleia Legislativa, Laura Gomes (PSB) exaltou ontem a vitória do “socialismo democrático” em Pernambuco capitaneada pela eleição de João Campos para deputado federal e de Gleide Ângelo para estadual, ambos com mais de 400 mil votos.

Apenas um – A partir de fevereiro, o município de Limoeiro terá apenas um deputado, Ricardo Teobaldo (Podemos), reeleito para a Câmara Federal. Seu irmão, José Humberto, deputado estadual e presidente regional do PTB, não foi reeleito, algo muito lamentado por seus colegas.

Nas ruas – Em muitas cidades do interior, a eleição municipal de 2020 já está nas ruas. Zeca Cavalcanti (PTB) para prefeito de Arcoverde, Guilherme Uchoa Júnior (PSC) para prefeito de Igarassu, Tony Gel (MDB) para prefeito de Caruaru, Augusto César (PTB) para prefeito de Serra Talhada, e assim por diante.

Tapa-buraco – Uma as primeiras ações do governo Paulo Câmara a partir de janeiro será a “operação tapa-buraco”, já que grande parte das rodovias estaduais está em estado deplorável. Esse compromisso foi assumido pelo governador reeleito em sua campanha eleitoral.

Ao arquivo – Eleita para a Câmara Federal, a vereadora Marília Arraes (PT) não guarda mágoas do seu partido por tê-la impedido de disputar o cargo de governadora nas últimas eleições. Quer seguir “olhando para frente”, sem abrir mão dos compromissos que tem com o ideário político que foi defendido por seu avô, Miguel Arraes, até à morte.

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FOGO CRUZADO – POR INALDO SAMPAIO

Se Bivar não disputar agora a presidência da Câmara Federal, amanhã pode ser tarde demais 

O pernambucano Luciano Bivar não é propriamente um veterano na Câmara Federal porque agora é que irá cumprir seu terceiro mandato naquela Casa. Todavia, reúne as condições políticas mínimas para ser o seu próximo presidente, desde que acredite que isto é possível. Em primeiro lugar, a Casa teve 50% de renovação e os velhos cabos eleitorais do atual presidente, Rodrigo Maia, não estarão mais lá em 2019, fazendo com que o deputado fluminense tenha se inviabilizado como candidato à reeleição. Maia viabilizou-se em meio a uma crise, que foi a saída de Eduardo Cunha da presidência, com apoio do presidente Michel Temer e dos partidos de esquerda. Em segundo lugar, os cerca de 250 novos parlamentares que irão tomar posse em fevereiro próximo talvez nem conheçam Rodrigo Maia. Logo, não têm qualquer compromisso com a reeleição dele. É esse vácuo que poderá ser preenchido pelo deputado Luciano Bivar, cujo partido (PSL) saiu das urnas com a segunda maior bancada da Câmara Federal (52 parlamentares). Por último, Bivar contaria com o apoio do virtual futuro presidente da República, Jair Bolsonaro, a quem cedeu a legenda do PSL para se candidatar. Só precisa crer que a vitória é possível, como Severino Cavalcanti acreditou e chegou lá, e ter uma conversa com os líderes dos outros partidos para montar uma chapa proporcionalmente representativa do tamanho das bancadas, algo que poderá ser feito após o segundo turno da eleição presidencial. O cavalo está selado à sua espera e se ele não montar agora talvez não tenha outra chance no futuro. Como escreveu o poeta, “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.

O destino na vida do capitão

Bolsonaro está há 28 anos na Câmara Federal e sempre fez parte do baixo clero. Nunca integrou a mesa diretora, nem ocupou cargo de líder ou vice-líder do governo ou da oposição. Não gosta da tribuna, nem de fazer parte de comissões, e tem pouquíssimos amigos no Congresso, nenhum deles de Pernambuco. Apesar de tudo isto, está a um passo de tornar-se presidente da República.

O fiasco – No início deste ano, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pousou em Cajazeiras (PB), terra do seu pai, César Maia, como pré-candidato do DEM a presidente da República. Recuou porque só tinha 1% na pesquisa, e disputou à reeleição. Resultado: 74 mil votos.

O capital – Paulo Câmara (PSB), governador reeleito, venceu em 149 dos 184 municípios pernambucanos e vai tentar transferir esse capital político para Fernando Haddad (PT) neste 2º turno da eleição presidencial. Armando Monteiro (PTB), que venceu em 25, está calado.

As trocas – O governador deverá fazer no 2ª mandato o que fez Eduardo Campos após ser reeleito em 2010: um governo “novo” com “peças” velhas. Nenhum secretário foi repetido na pasta em que se encontrava. Todos foram remanejados para outras funções.

Era ele – Márcio França (PSB), governador de SP e candidato à reeleição, sempre que pode reverencia a memória de Eduardo Campos, que foi presidente nacional do seu partido. Ele diz que se Eduardo não tivesse morrido em 2014, seria hoje o presidente da República.

Levou tudo – As extraordinárias votações obtidas por Gleide Ãngelo (PSB) para deputada estadual e por João Campos (PSB) para deputado federal (mais de 400 mil votos) inviabilizou a eleição de muitos candidatos do governo e da oposição. A delegada obteve 11 mil votos em Abreu e Lima sem o apoio de ninguém.

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FOGO CRUZADO – POR INALDO SAMPAIO

Bolsonaro será o primeiro fardado eleito depois do general Eurico Gaspar Dutra

Partidos de esquerda como o PT, o PSB, o PCdoB e o PSOL defendem a criação de uma “frente democrática” para enfrentar Jair Bolsonaro neste segundo turno da eleição presidencial. A intenção pode até ser boa, mas o resultado será ineficaz, pois quem tinha de aderir ao candidato do PT já o fez na noite do domingo do primeiro turno, como o ex-candidato do PSOL, Guilherme Boulos e a direção nacional do PSB. Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT) não votam em Bolsonaro, “de jeito nenhum”, mas também não garantem apoio ao ex-prefeito de São Paulo. Esta é também a posição do ex-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin. Além do mais, “frentes democráticas” em regime democrático não têm apelo eleitoral algum. Só teria se ainda vivêssemos sob um regime autoritário, o que não é caso. Os eleitores, em sua maioria, já fizeram sua opção no primeiro turno e nada indica que irão mudar de opinião neste segundo. Bolsonaro será novamente majoritário em todas as regiões do país, à exceção do Nordeste, onde o ex-presidente Lula ainda é mitificado. Por outro lado, Haddad já esgotou seu arsenal de acusações ao candidato do PSL, sendo que ele não foi suficiente para tirar-lhe a condição de favorito, conforme mostram quatro pesquisas divulgadas nos últimos 8 dias: uma do Datafolha, uma do Ibope, uma do Ipespe e outra do BTG Pactual. Bolsonaro já pode se considerar o futuro presidente da República, sendo o primeiro militar a chegar ao Planalto pelo voto direto e secreto depois do general Eurico Dutra. Se dará certo ou não à frente do governo, o tempo dirá.

Como virar o jogo?

Para cumprir o compromisso com o PT, que o apoiou em troca da retirada da candidatura de Marília Arraes ao governo estadual, Paulo Câmara reunirá na próxima sexta-feira os principais líderes dos partidos da Frente Popular para definir como será feita a campanha de Haddad em Pernambuco neste 2º turno da eleição presidencial. Até agora, o desânimo é total.

Só 14 – Eleito deputado federal com mais de 400 mil votos, João Campos (PSB) desfez ontem o mito de que fora apoiado por quase todos os prefeitos do PSB. Dos 70 que o partido tem, só foi apoiado por 14, que lhe deram 88 mil votos. Os outros 370 mil foram votos espontâneos.

De férias – Reeleito deputado estadual, Antonio Moraes (PP) fez a “festa da vitória” em Macaparana, sua terra. O convite dizia que a concentração seria em frente à casa do “prefeito de férias”, Paquinha (PSDB), do seu grupo político. Paquinha foi eleito em 2016, mas perdeu a reeleição para Maviael Cavalcanti (DEM). Moraes dá o retorno dele como certo em 2020.

Vem pra cá – Coordenador da campanha de Bolsonaro, em Olinda, no 1º turno, o ex-prefeito José Arnaldo (PSL) está tentando convencer o prefeito Lupércio (SD) a apoiar o capitão.

A frente – Bolsonaro deve derrotar Haddad neste 2º turno por uma diferença superior a 20 milhões de votos, segundo todas as pesquisas, inclusive a do Ibope divulgada ontem.

O time – Meirelles, ao ser convidado por Temer para o Ministério da Fazenda, exigiu “carta branca” para comandar toda a área econômica e montou uma equipe que foi elogiada por gregos e troianos. Paulo Guedes, o “Meirelles” de Bolsonaro, ainda não tem nomes para montar o seu time.

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