“Antes mesmo de ser uma pessoa com deficiência, é uma criança trancada porque foi aparentemente “esquecida” dentro de um ônibus escolar”

Há alguns anos, acompanho o trabalho de algumas entidades que lidam com a causa da pessoa com deficiência em Pernambuco. A luta é, a princípio, pelo óbvio: dignidade. Dignidade que inclui acesso a políticas públicas que já deveriam ser universalizadas e asseguradas a todos, indistintamente.
No caso da pessoa com deficiência, a dignidade necessita diretamente da ISONOMIA, que é tratar os desiguais de modo desigual para que eles possam acessar de modo justo estas políticas. O direito à educação inclusiva é um deles, e o direito ao acesso à escola – via transporte público – é um outro exemplo.

Antes mesmo de ser uma pessoa com deficiência, é uma criança trancada porque foi aparentemente “esquecida” dentro de um ônibus escolar.
Se esquecem de quem literalmente vêem, o que dizer dos direitos que, embora constitucionalmente garantidos, não são acessados na prática por estas pessoas?
Em Pernambuco, o percentual de pessoas com deficiência é de cerca de 28%, maior que a média nacional, que é de 25%.
Fica a reflexão: como estamos tratando quase 1/3 da nossa população, que já sofre por preconceito, discriminação, capacitismo…?
Será que nossa cidade também anda “esquecendo” esta população em escolas, hospitais, áreas de lazer?

Janaína Pereira

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