A terra é nossa! Ocupe-a!

Luiza Melo, 20 anos, estudante de Terapia Ocupacional, UFPE. Feminista, atuante do Movimento Estudantil e em projetos sociais de Sapucarana-Bezerros-PE.

O ambiente o qual indivíduo pertence faz parte da sua construção enquanto ser, uma vez que o contexto influencia nas ocupações e nas rotinas sociais e culturais das pessoas. Dessa forma, toda terra ocupada deve ter uma função social para que a comunidade possa fazer uso efetivo do espaço onde mora.   Com efeito, podemos dizer que um dos principais direitos da pessoa humana é o direito à cidade, sendo garantido pela Lei 10.257, de 10 de julho de 2001 e que de forma macro ratifica o direito a terra, que é garantido desde a Constituição.

Para além disso, questiono quantas vezes você saiu na sua cidade tranquilamente caminhando sem ter que resolver algo ou ir para algum lugar? Quantas vezes você visitou as comunidades rurais da sua cidade? Não conhecemos a terra em que pisamos, a sua história, os seus potencializadores sociais e culturais. Na maior parte do tempo vivemos dentro de bolhas e invisibilizamos o nosso contexto, fechando os olhos para o que está ao nosso lado e isso é um aspecto que potência a despolitização, uma vez que nos deixa indiferentes aos problemas ao nosso redor, já que não os conhecemos.O grande educador Paulo Freire já dizia que antes de ler a palavra é necessário ler o mundo, sendo um ato necessário para compreender e modificar a realidade.

Dessa maneira, o sentimento de pertencimento potencializa o sentir-se responsável, logo estimula a participação social, cultural e política. Não falo de nacionalismo, mas sim de pertencimento ao mundo, nesse caso o mundo o qual estamos inseridos. Para atuar no mundo é preciso conhecê-lo, então, se me permite dar um conselho; pegue uma garrafa de água, passe protetor solar, coloque um sapato e vá dar um volta na sua cidade e nas comunidades rurais, converse com as pessoas nas calçadas, visite os espaços públicos, sente nas praças, conheça o que existe e cobre aos representantes o que falta. Você pode até achar que quem faz isso é desocupado, mas na verdade essa é uma forma efetiva de conhecer e ocupar a cidade, afinal ela é nossa. Do campo à cidade, do rural ao urbano, da capital ao interior, a terra é nossa! Ocupe-a!

Luiza Melo é estudante de Terapia Ocupacional, UFPE. Feminista, atuante do Movimento Estudantil e em projetos sociais de Sapucarana-Bezerros-PE.

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