A solidão do Chapolin Colorado

Imaginemos que o Presidente espectro Michel Temer tenha tirado um breve cochilo pois, não obstante a presença de Marcela é pouco provável que tenha dormido prazerosamente nos últimos dias. Suponhamos ainda, que nessa siesta tenha sonhado e buscado por socorro – quem poderá me salvar?

Imediatamente ouviu.

– Eu! Chapolin Colorado! Não priemos cânico!

Aliviado, Temer, começa a relatar suas agruras e em fim o pedido que passa a ser missão para o super-herói. Diz que precisa melhorar a ridícula aprovação e inédita rejeição junto à população, tirar a pecha de traidor, enfrentar o Congresso Nacional para não ser defenestrado do cargo e também vencer o STF.

Para melhorar a missão do super-herói diz que conta com maioria na Câmara e no Senado, embora a custo de cooptação através de emendas parlamentares, favores impublicáveis, distribuição de cargos para o baixo clero e outras manobras não republicanas.

Para encorajar e ajudar ainda mais o ‘salvador da pátria’, o presidente postiço apresentou a sua tropa de choque. O seu grupo de elite, tirado dentre os “notáveis” da equipe que apresentou à nação para tocar o seu governo “restaurador”.

Começou com os assessores Rocha Loures,Tadeu Filippelli, José Yunes e Sandro Mabel. Também os ministros, Eliseu Padilha e Moreira Franco. Todos encrencados na Lava Jato e os ministros caídos Romero Jucá, Geddel Vieira e Henrique Eduardo Alves. Além de deputados escolhidos dentre os 300 picaretas do Congresso. Muitos da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara.

O ingênuo super-herói achando que podia contar com uma força tarefa para auxiliá-lo exortou o grupo e bradou.

– não contavam com a minha astúcia! Sigam-me os bons!

Só aí se deu conta que a sua última máxima não encontrava eco e, à míngua de um único componente que preenchesse tal requisito, viu-se só.

Não se sabe o desfecho, pois nesse momento, Michelzinho, inadvertidamente, aumentou o volume do vídeo game ao mesmo tempo em que Marcela, recatada e do lar, derrubou uma panela e Temer acordou. Ao que parece com olheiras e cheio de incertezas.

Nivaldo Santino é advogado

Último artigo publicado: O futuro do Brasil foi ontem?

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