Muitas vezes as lamentações e sofrimentos nossos sobre determinadas situações ou pessoas são consequências de nossas próprias escolhas e decisões. Porque muitos de nossos conflitos e insatisfações estão ligados diretamente a situações em que nos permitimos permanecermos nela. Às vezes há pessoas que já não somam em nosso caminho, que podem até nos provocar sentimentos ruins, nos menosprezar, magoar e nos decepcionar com frequência, e a gente ainda continua ignorando essas atitudes rudes e insistindo em permanecer na convivência ao lado delas. Há também ambientes e situações que só nos fazem mal, que nos causam sofrimentos e nos enchem de problemas, e ainda assim, a gente persiste por está no meio deles. E são essas escolhas e falta de decisão que muitas vezes nos fazem viver uma vida inteira de lamentações, insatisfações e sofrimentos, quando na verdade a gente poderia ter dado um basta e mudado o rumo do caminho. Claro que há circunstâncias e cenários em que não podemos fazer nada para promover uma mudança, seja para sairmos de um contexto ou para nos afastarmos de alguém. Mas, quando a situação nos permite sair dela, mudar a rota e dar adeus ao que não nos faz bem, então não há porque insistirmos no que já não insiste positivamente na gente, não há porque temermos a mudança, o desprendimento, o adeus, pois novas pessoas e novos contextos só podem surgir a partir de novos espaços. Tudo tem começo, meio e fim nessa vida, e a gente não pode se prender por consideração a algo ou a alguém que já nos fez bem, mas que hoje não faz mais. Preservemos a saúde de nossas emoções, aprendamos a nos libertarmos das amarras que nos sufocam, e a cultivar apenas as memórias dos tempos bons, nos desprendendo daquilo que não soma mais, pois do contrário, possa ser que nem boas lembranças nos restem mais se permanecermos infelizes convivendo em meio aos incômodos e sofrimentos.
A palavra para hoje é DESAPEGO.
(Mariana Helena de Jesus)
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