O Brasil é o país do futebol, da cerveja gelada, do samba no pé e da folia, é claro. Fugindo totalmente dos tradicionais blocos de rua e dos caros camarotes dos sambódromos, o Carnaval de Bezerros, em Pernambuco, é um colorido e animado baile de máscaras a céu aberto.
Os mascarados em questão são chamados de Papangus, que completam 113 anos em 2018, na terra do Frevo. Figuras fortes nas tradições locais, especialmente no interior do estado, eles têm muitas versões de suas origens centenárias, mas uma delas diz que tudo começou com uma brincadeira familiar de senhores de engenho, que durante um antigo festejo que hoje é o Carnaval, saíam vestindo máscaras para comer angu, prato típico no sertão pernambucano, feito com fubá, água e sal.
Os personagens antes temidos pelas crianças se popularizaram nos anos de 1990 com ajuda da imprensa, que passou a divulgar toda a alegria e cultura desta festa nordestina. Os foliões exibem suas fantasias religiosamente no domingo de Carnaval, nas praças e na BR-232 da serrana cidade de Bezerros, a 107 km de Recife. Os festejos incluem blocos, shows com grandes ícones da música brasileira e muito angu, é claro, muito frevo, ritmo predominante na festa.
Para quem acha que as fantasias não rendem mais do que olhares, aí está um engano. Mediante inscrição prévia, os mascarados que capricham na fantasiam podem concorrer a mais a prêmios, distribuídos entre as modalidades adulto individual, grupo e dupla, infanto mirim e infanto juvenil.
Além disso, as vestimentas colaboram não só com este legado cultural, mas com os artesãos locais como Lula Vassoureiro, que chega até a exportar as máscaras para países como Itália, Portugal, Japão e Estados Unidos. Com encomendas feitas meses antes do grande evento, cada artesão chega a produzir cerca de 300 peças por semana, com preços que variam entre R$ 10 e R$ 300.
