Pernambucanos decidem empreender para ajudar a pagar as contas de início de ano

Fisioterapeuta Priscilla Duarte, 28, passou a vender doces em dezembro do ano passado para ajudar nas despesas de casa (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)

Fisioterapeuta Priscilla Duarte, 28, passou a vender doces em dezembro do ano passado para ajudar nas despesas de casa (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)

As primeiras parcelas de impostos como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), assim como os gastos com matrícula e material escolar, para quem tem filhos, são algumas das despesas já previstas para o mês de janeiro. Além das usuais faturas de luz, telefone, água e cartão de crédito, os custos podem se tornar um pesadelo para quem não tem orçamento suficiente. Para situações como essa, há quem encontre saídas pelo ramo empreendedor, que surgem em momentos de crise e, com o planejamento adequado, são capazes de durar o ano inteiro.

“O indivíduo precisa pagar as contas, mas houve redução da renda nos últimos meses. Ele entende, então, que precisa empreender para ter uma outra fonte de renda”, comenta o analista de atendimento individual do Sebrae-PE, Vitor Abreu. É o caso do radialista Victor Lins, 28, que enxergou, nas redes sociais, uma oportunidade de ganhar dinheiro divulgando locais em que há promoção de cervejas de marcas nacionais e internacionais.

Recém-formado e sem trabalho fixo, ele costumava publicar fotos de cervejas em promoção em suas redes sociais pessoais até perceber que as publicações poderiam se tornar rentáveis. “Comecei a lucrar no início de 2016, quando fiz um perfil exclusivo para a divulgação de promoções e alguns supermercados e distribuidoras me procuraram para fazer parcerias de divulgação”, conta o recifense.

“É importante entender sobre o produto, a maneira de fazê-lo e o mercado que vai consumi-lo”
Vitor Abreu, analista do Sebrae-PE

Atualmente com mais de 17 mil seguidores, o perfil já rende um montante capaz de ajudar nas despesas de casa. “Já consigo tirar dinheiro para ajudar os meus pais e para lazer”, conta. Atualmente pensando em ampliar o negócio, Lins espera que o trabalho cresça a ponto de se tornar, num futuro próximo, uma agência de promoções.

Para o analista do Sebrae-PE, o planejamento é a palavra-chave para “fermentar” o negócio. Quando a necessidade da renda é urgente, algumas das etapas podem ser puladas, o que pode comprometer a longevidade do empreendimento. “Em alguns casos, o empreendedor pode até ter o produto certo, mas, por falta de planejamento, pode direcionar as vendas ao público errado. Por isso, é preciso estudar para identificar a necessidade do mercado em relação ao serviço que a pessoa quer oferecer”, alerta Vitor Abreu.

Profissionalização
Ainda segundo Abreu, os cursos profissionalizantes são uma saída para quem deseja ir além e dar à ideia um ar de profissional. Para ele, os segmentos de prestação de serviços na área de beleza e de alimentação costumam ser os mais procurados. “Nesses casos específicos, o conhecimento técnico pode ser adquirido mais facilmente”, indica o analista. “É importante entender sobre o produto, a maneira de fazê-lo e o mercado que vai consumi-lo”, complementa.

Essa foi a saída encontrada pela fisioterapeuta Priscilla Duarte, 28, que começou a vender doces em dezembro de 2016. Depois de fazer bolos caseiros após o nascimento de um primo, em 2014, ela recebeu incentivos da família e de amigos para começar a comercializar os brownies e bolos feitos em casa. “Foi aí que eu decidi fazer um curso para me especializar. Eu já gostava de fazer os doces e resolvi vender para complementar a renda de casa”, conta a olindense.

Sem atuar na área de formação desde 2014, Priscilla explica que o novo negócio é uma forma de pagar as despesas do mês. “Tenho um filho de dois anos e, desde que deixei de atuar, meu marido assumiu o orçamento. Agora, nesse mês de janeiro, tem IPVA, IPTU, gastos com matrícula, e esse negócio vem justamente pra complementar o dinheiro das contas”, diz a empreendedora.

Num mercado competitivo como o de alimentação, Priscilla percebeu que se dedicar à qualidade dos doces é uma forma de dar destaque ao seu negócio. “Pretendo conquistar meu espaço aos poucos, priorizando a qualidade dos produtos”, afirma. Pesquisas de mercado para avaliar o preço, a apresentação e o sabor de produtos concorrentes também são uma estratégia adotada por Priscilla.

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