PAULO ALVES FALA SOBRE A REESTRUTURAÇÃO DO BANCO DO BRASIL

PAULO ALVESO sistema financeiro é um mercado altamente competitivo, o que obriga as instituições financeiras a ser bastante criativas, inovadoras e capazes de fazer o “muito mais com o muito menos”.

Para tanto, elas contam com movimentos visando a concentração de atividades, a especialização da mão de obra, a modernização do parque tecnológico e a intensificação e popularização da informatização.

No Banco do Brasil, que é uma empresa moderna, líder de mercado e bastante competitiva, esses movimentos de reestruturação têm sido uma constante nos últimos anos.

De acordo com o “Fato Relevante” divulgado para o mercado em 20.11.2016, o BB justificou que a reestruturação visa adequar-se ao novo perfil e comportamento dos clientes, com aproveitamento de sinergias, otimização de estruturas e ampliação dos serviços digitais, sem comprometimento da sua presença nos municípios em que atua.

A reestruturação anunciada pretende a redução de estrutura com a desativação de 402 agências, a transformação de outras 372 em postos de atendimento e a possibilidade de aposentadoria incentivada (por opção) de até 18.000 funcionários.

Particularmente, compreendo que a redução da estrutura física anunciada não trará maiores consequências para o atendimento bancário, eis que precedida de prévio estudo quanto ao seu impacto.

Por outro lado, o programa de aposentadoria incentivada era algo esperado e desejado pelo próprio público alvo, qual seja, aqueles funcionário que já estão aposentados pela previdência oficial ou que tenha condição de fazê-lo.

Portanto, acredito que as medidas anunciadas contemplam os interesses de todas as partes envolvidas: a) o banco porque promove o necessário enxugamento de estrutura e de pessoal com ganhos financeiros; b) o funcionário público-alvo porque já esperava ansiosamente por esse programa de aposentadoria incentivada; c) aos funcionários que ficarão porque surgirão novas e interessantes oportunidades; e, finalmente, d) o mercado acionista porque só com o anúncio das medidas as ações do BB subiram quase oito por cento num único dia.

Porém, com quadro mais reduzido e muito mais enxuto, induvidosamente isso significará não apenas mais oportunidades, mas também maiores desafios para os funcionários que ficarão, no entanto essa tem sido a tônica vivida no mercado financeiro.

Paulo Alves- Advogado e funcionário aposentado do Banco do Brasil

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