O nosso 26º entrevistado, como já adiantamos, teve uma participação efetiva nos movimentos políticos de Bezerros, é militante de esquerda e esteve a frente da UESB, entidade estudantil bastante atuante na década 90. Gildo Bezerra tem 41 anos, é representante comercial de empresas também encarregado de construtoras. A atualmente gerencia Churrascaria e Pousada em Afogados da Ingazeira, Sertão do Pajeú. Ele foi filiado ao PCdoB e participou de muitas campanhas do ex-prefeito Marcone Borba. Na entrevista abaixo, responde questões sobre a política atual e comenta os processos eleitorais.
BEZERROS HOJE – Quando começou a sua militância política nos movimentos estudantis em Bezerros?
GILDO BEZERRA- No início da década 90 o movimento estudantil renasceu com toda força no país, os caras pintadas mobilizaram o país num movimento de ética na política, foi aí que fui convidado por Geandre pra fazer parte do movimento estudantil. Em 95, eleito presidente da UESB, criamos grêmio estudantil em todas as escolas de Bezerros e até em alguns distritos, também lutamos bastante pelo respeito da lei da meia entrada em Bezerros.
BEZERROS HOJE- Por que a UESB (União dos Estudantes Secundaristas de Bezerros) não deu certo como movimento permanente?
GILDO BEZERRA- Toda entidade estudantil, sindicato ou movimento social, tem por característica o contraponto, o questionamento, o movimento estudantil é um ato de cunho marxista/socialista, algumas das lideranças que me sucederam não carregavam em si essas características e traíram o ideal do movimento, resultando no enfraquecimento do mesmo
BEZERROS HOJE- Você com alguns companheiros fundaram o PCdoB no município. A linha ideológica se mantém e como foi a sua atuação ao longo dos anos no município?
BEZERROS HOJE- Como militante de esquerda, tanto na UESB quanto no PCdoB, fazia forte oposição aos governos da ‘Mocó’. Essa linha de atuação foi assertiva?
GILDO BEZERRA- No campo ideológico sim, politicamente também, mas quando observo o presente vejo que para o município não houve avanço político, conseguimos mudar a administração do município, não as práticas, a cidade continuou com todas as mazelas sociais e polícias da antiga gestão, nepotismo, corrupção, má gestão, aquela velha máxima de que o poder corrompe as pessoas imperou.
BEZERROS HOJE- A vitória de Marcone para prefeito representou de fato um avanço para as esquerdas no município?
BEZERROS HOJE- A sua participação na imprensa escrita em Bezerros merece destaque. Voz de Bezerros, Folha do Agreste e Bezerros Hoje são exemplos de veículos onde você teve forte atuação. Na sua opinião, o que falta mais na imprensa atual. Ser mais opinativa?
BEZERROS HOJE- Você é crítico da administração municipal. É possível fazer uma análise apontando os pros e os contras da atual gestão?
BEZERROS HOJE- Por ter posições claras e forte, você foi convidado para o PSOL de Bezerros, recém lançado, que tem à frente o comunicador Máximo Neto. É possível ainda acreditar na militância de base no município?
GILDO BEZERRA- Sempre acreditarei em ideais, e militância é coisa de idealismo, de crença, as vezes até podemos nos perder nos caminhos tenebrosos da política, mas o importante é seguir o seu ideal, e o PSOL é a último farol de esperança da política brasileira, o único partido no país que pode questionar as atrocidades do PT, pois muitos da liderança nacional abandonaram o governo e o PT por não aceitarem os rumos equivocados do partido dos trabalhadores, tenho certeza que em Bezerros, tomaremos o rumo certo, dentro de uma discussão de grupo onde a maioria vai prevalecer pelo bem de nossa política e de nossa cidade, somos uma semente e vamos crescer sem o adubo da hipocrisia, e os nossos frutos terão o sabor da ética na política, sem projetos pessoais, sem oportunismo.
BEZERROS HOJE – Quais suas expectativas para eleições 2016 no município?
GILDO BEZERRA- Estamos num cenário não muito favorável a evolução política, 2016 será um ano em que as forças políticas terão que se reinventar, ou até renascer, pois um município sem debate político é um sério candidato a desordem social, pois vem da política as decisões que embalam a saude, educação entre outros serviços indispensáveis a população, hoje temos uma oposição desarticulada, até o presente momento não houve uma equalização de forças capaz de acender um cenário que motive as pessoas insatisfeitas com a gestão atual de levantarem alguma bandeira, acho que se não houver consenso entre as várias correntes de oposição estaremos fadados a ter uma eleição fria, sem o calor da opinião popular, juntas essas forças são bem competitivas, separadas não haverá um bloco consistente de oposição, mesmo com relevantes entraves no grupo do governo quanto a composições futuras, o quadro é desanimador, mais com diria uma música de carnaval, as águas vão rolar. Tudo na política é inconstante e imprevisível.
BEZERROS HOJE- Suas considerações finais…