JC TRAZ EXTENSA MATÉRIA SOBRE PROBLEMAS ENFRENTADOS POR ALUNOS DO CEEETA

Margarida Azevedo/ mazevedo@jc.com.br

 / Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem

Foto: Alexandre Gondim/JC Image

Segundo colégio da rede estadual a adotar o modelo de ensino integral em Pernambuco, nove anos atrás, a Escola de Referência em Ensino Médio de Bezerros, no Agreste, estava, até ontem, com aulas em esquema de rodízio. Por dia, duas turmas de 1º ou 2º anos, cerca de 90 alunos, ficavam em casa. O revezamento começou na segunda semana de julho, logo após as férias.

Parte da escola funciona em um prédio vizinho, pertencente ao Instituto Alcides de Andrade Lima (IAAL), organização não governamental. O colégio utiliza cinco salas de aula, banheiros, auditório, refeitório e laboratórios. Como não houve renovação do convênio que formaliza a cessão do espaço, firmado com a Secretaria Estadual de Educação, os alunos ficaram sem ter onde estudar. Para piorar, não tiveram permissão para pegar os livros guardados nas salas do IAAL.

A escola tem cerca de 700 alunos. No prédio há 10 salas de aula e duas salas da coordenação pedagógica. Ficam no prédio do IAAL as cinco turmas de 3º ano do ensino médio. As outras nove turmas (quatro 1º anos e cinco 2º anos) usam a estrutura da unidade de ensino.

Como os estudantes dos 3º anos estão se preparando para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em novembro, e para vestibulares, a direção da escola decidiu, com docentes e discentes, não incluí-los no esquema de rodízio.

“Nossos professores fazem o máximo para nos motivar, para dar boas aulas. Nossa escola é muito boa. Está difícil agora, sem usar o prédio do instituto, porque há dias as aulas são em salas improvisadas, o que dificulta o aprendizado”, ressalta Andrielle Pereira, 16 anos, do 3º ano. Ela denunciou o problema, semana passada, ao Ministério Público Estadual.

Professor de física, Flaviano Félix ratifica a queixa da aluna. “Queremos apenas realizar nosso trabalho, como sempre fizemos. Sem improviso”, diz. “É uma falta de respeito com alunos e professores”, complementa Erivelton Fonseca, docente de biologia.

Segundo o assistente de contratos e convênios do IAAL, Sandro Silva, o convênio com a Secretaria de Educação expirou em fevereiro deste ano. “Como ficamos sem receber o valor do convênio, não tivemos como pagar os funcionários, responsáveis pela manutenção e limpeza do prédio. Por isso a escola ficou sem funcionar este mês”, explica Sandro Silva. A dívida soma R$ 188 mil.

RETOMADA – A Secretaria Estadual de Educação informou que as aulas para todas as turmas seriam retomadas ontem. Mas professores, alunos e o assistente de contratos e convênios do IAAL disseram que somente hoje o rodízio será suspenso. Um calendário de reposição vai ser elaborado para compensar os dias em que os estudantes ficaram sem aula.

De acordo com o procurador do Estado Rafael Bezerra, foi feito um acordo verbal, ontem, para resolver o impasse, até que um novo convênio seja firmado. O pagamento de fevereiro a junho, ao IAAL, será realizado mediante um termo de ajuste de contas.

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