FOGO CRUZADO – POR INALDO SAMPAIO

Bruno Araújo vai se apresentar como opositor de Lula, do PT, do petismo e de Haddad

O deputado Bruno Araújo tornou-se o mais importante líder do PSDB de Pernambuco após o falecimento do ex-deputado Sérgio Guerra, que lhe deu prestígio e capilaridade enquanto esteve à frente do partido. Bruno, apesar de sua pouca idade, sempre integrou o “alto clero” da Câmara Federal e se tornou líder de sua bancada com apoio dos seus maiores caciques, entre eles Aécio Neves (antes de ser alvejado pela Lava Jato) e Geraldo Alckmin. Após a queda de Dilma, tornou-se ministro das Cidades como representante do PSDB no governo Temer e tinha tudo para renovar o mandato nessas eleições. No entanto, para não deixar Geraldo Alckmin sem palanque em Pernambuco, aceitou o desafio de disputar uma vaga no Senado com o colega de bancada, Mendonça Filho, tendo no lado oposto o senador Humberto Costa e o deputado Jarbas Vasconcelos. Bruno é o 5º colocado na pesquisa do Ipespe divulgada por esta Folha, perdendo para Jarbas, Humberto, Mendonça e o deputado Silvio Costa. Mas não se considera “fora do jogo” alegando que o voto para senador só é decidido nos últimos dias de campanha. Citou o caso de Fernando Bezerra Coelho, que até uma semana antes da eleição de 2014 perdia para o petista João Paulo. No entanto, quando os votos foram computados, foi eleito na chapa da Frente Popular. Se Jarbas se apresenta aos eleitores como “neoaliado” do PT de Humberto Costa, Bruno quer ser exatamente o oposto: o candidato que combate Lula, o PT, o petismo e Fernando Haddad, dizendo que este é a “nova Dilma” que Lula quer oferecer ao Brasil.

Os excessos da Lava Jato

É preciso que surja uma voz forte no Brasil para combater os excessos do Ministério Público Federal. Ele leva meses, e até anos, para concluir seus inquéritos, muitos dos quais são arquivados por falta de provas, e nada acontece. Havia necessidade de pedir a prisão do ex-governador do PR e candidato ao Senado, Beto Richa (PSDB), a três semanas da eleição? Se havia provas, por que não o prenderam antes?

Ao arquivo – O STF arquivou anteontem, por falta de provas, um inquérito que investigava Aécio Neves (PSDB), Fernando Bezerra Coelho (MDB) e Kátia Abreu (PDT), todos senadores, e ninguém lhes pede desculpas por tê-los colocados na condição de réus durante tanto tempo.

Sem fim – Tramitam no STF uma dezena de inquéritos contra os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Romero Jucá (MDB-RR) e essas investigações não terminam nunca? É certo deixar dois homens públicos na condição de suspeitos por tanto tempo, sem que se saiba se são culpados ou inocentes?

Discurso errado – Bruno Araújo (PSDB) deve rever sua estratégia de campanha neste final de semana. Tentar ganhar votos com o “Minha casa, minha vida” é perda de tempo porque esse programa está associado à imagem de Dilma, assim como o “Chapéu de palha” está associado à imagem de Arraes, o “Plano Real” à imagem de FHC e o “Bolsa Família” à imagem de Lula.

A separação – Conhecendo o temperamento de Jarbas Vasconcelos (MDB), Mendonça Filho (DEM) já sabe que muito provavelmente ele não irá mais dirigir-lhe a palavra por estarem em campos opostos na disputa por uma vaga de senador. Jarbas não gostou de ver o seu ex-vice colocar na televisão ele fazendo o “L” de “Lula livre” num evento em Floresta.

Bodas de prata – A Inspetoria de Controle Externo do TCE localizada em Petrolina completa hoje 25 anos. O presidente Marcos Loreto estará lá para participar de uma programação organizada pelos servidores. A Inspetoria foi batizada com o nome de Clementino Coelho, pai do ex-governador Nilo Coelho, que criou o Tribunal em 1968.

 

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