Fogo Cruzado – Por Inaldo Sampaio

Major Ferreira insere nome de Pedro Jorge na lista de mártires

Foi sepultado ontem no Recife o corpo do ex-major José Ferreira dos Anjos, protagonista de um crime que abalou o país no dia 3 de março de 1982 (3 de março foi também o dia do assassinato, só que em 1945, do líder estudantil Demócrito de Souza Filho, que lutava contra a ditadura do Estado Novo). Ferreira, tido como corajoso e exímio atirador, teria prestado à ditadura militar os serviços mais sujos. E pagou caro por sua ousadia ao transformar-e no autor intelectual da morte do primeiro procurador da República assassinado no exercício de suas funções: o alagoano Pedro Jorge de Lima e Silva, então com 35 anos de idade. De formação católica, o procurador investigava um escândalo na agência do Banco do Brasil, em Floresta, onde o major era pessoa influente, da qual se tirava dinheiro para plantar mandioca e nada se plantava. Porém, apesar de sua reconhecida valentia, o major não praticou o crime com as próprias mãos. Contratou um pistoleiro para fazê-lo, pelo que também pagou caro porque todos foram condenados a mais de 30 anos de prisão. Em decorrência da condenação, teve a patente cassada pelo então governador Roberto Magalhães, porém 40 dias após a prisão, com a ajuda de colegas da própria PM, fugiu do Batalhão de Cavalaria Dias Cardoso e foi viver escondido nos cafundós da Bahia até ser recapturado em 1996. Isso pode parecer banal, mas não é: o crime nem compensa para ocultar investigações nem tampouco para enriquecimento ilícito. Que o digam Joesley, Lula, Palocci, Maluf, Eduardo Cunha e outros ex-bacanas que estão na prisão. Sem os crimes de que são acusados, poderiam estar esperando de outra forma a chegada do governo Bolsonaro.

Pernambuco desertificado

Até quem nasceu no Sertão fica assustado com a desertificação de Pernambuco nas regiões Agreste e Sertão. Nelas, em se plantando nada se colhe, por absoluta falta d’água até para matar a sede dos animais. Daí a obra mais importante de Pernambuco, na atualidade, ser a conclusão da Adutora do Agreste, que se arrasta a passo de cágado desde a gestão da Dilma Rousseff.

E depois? – Para fazer média com a CNM (Confederação Nacional dos Municípios), Temer assinou decreto criando um comitê para fazer um “acerto de contas” entre as prefeituras e o INSS. Pura perda de tempo, pois sem o aval de Paulo Guedes esse comitê não servirá de nada.

Pra frente! – O Congresso tem que tirar de pauta, com urgência, todo tipo de projeto que envolva “caixa dois” para o Brasil poder caminhar. Ficar discutindo quem recebeu ou não “dinheiro não contabilizado” para suas campanhas eleitorais, 10 anos depois, é idiotice.

Algo mais – Sérgio Moro vai priorizar no Ministério da Justiça o “combate à corrupção” na linha dos procuradores da Lava Jato, mas isso não pode ser programa de governo. No máximo, complemento. Corrupção sempre existiu, e existirá, apesar do desejo do MPF de exterminá-la.

A inversão – Dói saber que o governo estadual insiste na construção de 4 novos hospitais no interior, apesar da deficiência dos atuais A prioridade deveria ser assistir aos pacientes que precisam de hemodiálise e o reabastecimento da farmácia básica do Estado. O resto pode esperar.

Em bloco – Antes de marcar seu primeiro encontro com Bolsonaro, a bancada nordestina de governadores fará uma reunião preliminar para combinar a pauta. O pastor e amigo presidente, Silas Malafaia, diz que ele trará tecnologia israelense para acabar com a seca e dizimar o PT na região.      

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