Fogo Cruzado – por Inaldo Sampaio

Governador eleito de Minas promete não nomear nenhum deputado para o seu secretariado

Romeu Zema, governador eleito de Minas Gerais, empresário do ramo varejista com mais de uma centena de lojas em seu Estado, foi a grande novidade política no Brasil no segundo turno da eleição. Deixou para trás o governador Fernando Pimentel, que nem ao segundo turno foi, e o senador Antonio Anastasia, que já tinha passado pelo Palácio da Liberdade como sucessor de Aécio Neves. Zema também surpreeendeu os brasileiros ao declarar, ainda na noite do primeiro turno, que não convidaria nenhum deputado estadual ou federal para a sua equipe. Formaria um governo exclusivamente com técnicos para sepultar no segundo maior colégio eleitoral do país, com mais de 850 municípios e uma tradição de alternância de poder que teve início no Estado Novo, a prática do “toma lá dá cá”. Zema é um jovem empreendedor que se elegeu por um partido (NOVO) que não tem sequer um único representante na Assembleia Legislativa. Embalou-o a força arrebatadora do bolsonarismo, que na reta final de campanha mandou Pimentel ir para a casa e não quis a volta ao governo de alguém ligado a Aécio Neves, cujo desgaste político dispensa comentários. É preciso, pois, dar um crédito de confiança às suas promessas, mesmo sabendo que elas estão mais para não serem cumpridas do que o contrário.

A montagem do time

De volta das férias, Paulo Câmara vai tirar os próximos 10 dias para montar seu novo time. Mudanças bruscas não haverá. O novo time será “político” assim como é o atual. Será aberto espaço no 1º escalão para o PT e o PCdoB terá seus espaços ampliados. A dúvida é saber se o PP de Eduardo da Fonte e o PSD de André de Paula continuarão com os espaços que têm hoje.

A exceção – Até agora, o único nordestino na equipe econômica de Bolsonaro é Mansueto Almeida, cearense formado pela UFCE. Ele continuará na Secretaria do Tesouro. Aliás, sob a batuta de Paulo Guedes, só os “chiques” com doutorado em Chicago terão vez na economia.

A volta – Após 8 anos afastado da Câmara Municipal do Recife, o ex-vereador João Arraes (PSB) estará de volta àquela Casa na próxima 5ª (22), às 16h, para assistir à entrega da medalha José Mariano, projeto de sua autoria, ao corregedor Fernando Cerqueira (Tribunal de Justiça).

A sucessão – Luciano Bivar vai reunir-se amanhã com os 4 senadores e os 52 novos deputados do PSL, partido que voltou ao seu comando, para falar sobre a sucessão na Câmara e no Senado. Ele tem interesse na vaga de Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas Bolsonaro quer que seja outro.

A captura – Em sua última conversa com Sérgio Moro para tratar da transição, o ministro Raul Jungmann (Segurança Pública) deu-lhe uma notícia preocupante. Todos os presídios do Brasil estão sob controle de facções criminosas (70) e quem entra lá tem que fazer parte de uma delas.

A mudança – Caso se confirme sua eleição para presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo terá que iniciar por Pernambuco o seu trabalho de reconstrução. Aqui o partido elegeu apenas um deputado estadual. Se a mudança de fato acontecer, é sinal de que seus fundadores (FHC, Serra, Aloysio Nunes, Alberto Goldman, etc.) não têm mais interesse no partido.

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