FOGO CRUZADO – POR INALDO SAMPAIO

Erundina ganhou de Maluf em 1985 e João Doria ganhou de Haddad em 2016

Esta é a segunda eleição que o PSB está disputando sem Eduardo Campos no comando. Em 2014, o partido conquistou os governos de Pernambuco (Paulo Câmara), Paraíba (Ricardo Coutinho) e Brasília (Rodrigo Rollemberg). Agora, Rollemberg caminha para uma derrota fragorosa (foi um péssimo governador), Câmara caminha para a reeleição e Coutinho deve eleger o sucessor (João Azevedo). O partido vai reconquistar o governo do Espírito Santo (Renato Casagrande) e se tivesse mais duas semanas de campanha poderia marcar um tento histórico: ganhar o governo de São Paulo. O governador e candidato à reeleição, Márcio França, assiste de camarote à briga fratricida entre João Doria (PSDB) e Paulo Skaf (MDB) e está comendo os dois pelas beiradas, como se diz no Nordeste. No Datafolha de anteontem, ele chegou a 16% de intenções de votos, ao passo que seus dois adversários têm pouco mais de 20%. França fez uma campanha de alto nível, é um político absolutamente limpo, até prova em contrário, e entrou no ritmo de crescimento nos últimos 15 dias. São Paulo costuma revelar surpresas em eleições. Foi assim na vitória de Erundina contra Maluf em 1985 e na de João Doria contra Fernando Haddad em 2016. Quem sabe amanhã não decida fazer uma grande virada.

O desgaste do PT

Bolsonaro (PSL) chegou à reta final da campanha com 35% de intenções de voto, na média das pesquisas, ocupando o espaço do “antipetismo”. Esse espaço seria naturalmente ocupado com Geraldo Alckmin, caso Aécio Neves e Eduardo Azeredo, ambos de Minas, não tivessem sujado a imagem do PSDB.

Os primeiros – Quem primeiro vislumbrou em Pernambuco que Bolsonaro poderia chegar à Presidência da República foram o ex-presidente do TRT Clóvis Corrêa e o diretor da Rede Nordeste de Comunicação Vicente Jorge Spíndola. Corrêa colocou o nome do capitão em letras garrafais na entrada de sua fazenda, em Bezerros.

A renovação – O PSB está vindo com um time de caras novas para a Assembleia Legislativa. Além de Lucas Ramos (reeleição), deverá emplacar também Aglailson Victor (Vitória de Santo Antão) e Fabíola Cabral (Cabo de Santo Agostinho).

A força – O PP, sob o comando de Eduardo da Fonte, continuará tendo a partir de 2019 a maior bancada da Assembleia Legislativa, o que vai lhe garantir de novo a presidência. O partido elegerá entre 15 e 18 deputados estaduais.

Os patriotas – O partido Patriota está com a faca e o queijo na mão para eleger dois deputados federais. A primeira vaga seria do Pastor Eurico e, a segunda, seria disputada pelos candidatos Paulo Roberto, David Muniz e André Siqueira.

O confronto – Diogo Moraes (PSB) e Alessandra Vieira (PSDB) disputam o título de deputado estadual mais votado em Santa Cruz do Capibaribe. Há um terceiro candidato, Thallys Maia (Avante), filho do ex-prefeito José Augusto, que deve ficar em terceiro.

Bem maiores – Alguns petistas vão sair dessas eleições maior do que quando entraram: Marília Arraes, o prefeito de Serra Talhada, Luciano Duque, o presidente da CUT-PE Carlos Veras e o presidente da Fetape Doriel Barros.

O adeus – Amanhã, por volta das 19h, as urnas já terão mandado para casa um punhado grande de deputados estaduais, alguns deles da ala histórica do PSB.

Três cadeiras – Ipojuca, sede do Porto de Suape, corre o risco de, este ano, eleger três deputados estaduais: Simone Santana (PSDB), Débora Serafim (PSC) Romero Sales (PTB).

Carga no pai – O prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira (PR), aproveitou a reta final da campanha para dar carga no pai, Manoel (PSC), ex-deputado, que deseja voltar à Assembleia Legislativa e no irmão gêmeo, André (PSC), candidato a deputado federal.

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