Por Redação
A Rocinha já tem enredo para o Carnaval 2018. A escola da Série A decidiu que vai retratar na Sapucaí a história da xilogravura no Brasil, a partir da obra do maior gravador brasileiro e um dos artistas folclóricos mais celebrados da América Latina, o pernambucano J. Borges, hoje aos 81 anos.
Para aprofundar a pesquisa, o carnavalesco Marcus Ferreira – atual campeão da Série A pelo Império Serrano – já teria viajado para Bezerros, cidade natal de J. Borges, com apoio da Secretaria de Cultura da cidade.
Xilografia é a técnica de impressão rústica, que é feita através de desenho entalhado na madeira e posterior impressão numa série de papéis, compondo uma tiragem – uma única aplicação de tinta possibilita várias impressões. Inventada pelos chineses, foi usada como método de impressão primitivo na era medieval da Europa e, mais tarde, com a invenção da imprensa e desenvolvimento da tecnologia, possibilitou a impressão de gravuras em livros. Com o tempo, passou a ser instrumento mais específico para artesãos e artistas.
Os temas mais solicitados no repertório do influente xilogravurista são: o cotidiano do pobre, o cangaço, o amor, os castigos do céu, os mistérios, os milagres, crimes e corrupção, os folguedos populares, a religiosidade, a picardia, enfim todo o universo cultural do povo nordestino. Para o artista, dentre todas as xilogravuras que já fez, a sua preferida é “A chegada da prostituta no céu”, construída em 1976.
J. Borges já recebeu vários prêmios e distinções, entre os quais se destacam os concedidos pela Fundação Pró-Memória (Brasília, 1984), pela Fundação Joaquim Nabuco (Recife, 1990), pela V Bienal Internacional Salvador Valero (Trujilo/Venezuela, 1995), a comenda da Ordem do Mérito Cultural (Ministério da Cultura, 1999), o prêmio UNESCO na categoria Ação Educativa/Cultural. Em 2002, foi um dos treze artistas escolhidos para ilustrar o calendário anual das Nações Unidas, com a xilogravura “A Vida na Floresta”. Em 2006, foi tema de reportagem no The New York Times.
Desde 2006, J. Borges é considerado Patrimônio Vivo de Pernambuco, título dado pelo Governo do Estado.
A Rocinha será a quarta a desfilar no Sábado de Carnaval, pela Série A.