Depoimento de professora comove rede social em Bezerros

Ao justificar voto em Haddad do PT para presidente, a professora Mileide Santos relembra ‘tempos da fome’ vividos pelos bezerrenses. Fatos que chegavam a ganhar manchetes nacionais. 

VENÇA QUEM VENCER
Peço a Deus que olhe e proteja os mais fracos a pobreza .
Os jovens de 30 não se recordam disso
E os menos nunca ouviram falar .
Não quero aqui falar como BRASIL
Nem tão pouco como NORDESTE ou PERNAMBUCO. Quero falar apenas como Bezerros.
No passado não tão distante era de cortar coração.
QUEM NÃO LEMBRA ?
– caixãozinhos passarem pelo comércio arrodeados de crianças com flores na mão , indo em direção ao cemitério . Muitos curiosos paravam até para pedir pra olhar . Crianças da nossa cidade que quando não morriam doentes morriam de FOME .
– Pedintes pedindo esmolas a todo instante a nossa porta . Jovens , adultos idosos com sacolinhas pedindo a um e a outro ao sol escaldante fracos e sem forças . Mas tinham que perambular pra não morrer de FOME .
– A fome assolava em nossa Bezerros nos sítios chegaram a dar audiência em rede nacional por nossos irmãos tão pertinho de nós comerem palma cozida, sem falar da maldita PELAGRA .
Se admire não ainda tem mais …
Quantas vezes a cada mês. O governo com pena enviou caminhões do exército trazer sacos e mais sacos de comida para o nosso povo faminto . Fazíamos fila ali no Largo da estação onde a fila dava até perto do lixão. SOLDADOS fortemente armados organizando a fila pra que não desse confusão. Pessoas do sítio e da cidade se misturavam naquele dia na esperança de levar pra casa a ajuda tão sonhada . Eu estava ali . E jamais vou esquecer da ignorância muitas vezes dos soldados empurrando nossa barriga com o cano de uma 12 . Passa ! Feijão que não cozinhava , macarrão tão escuro que parecia integral , e o arroz era na palha ainda . Pagavamos 1 Cruzeiro para moer cada quilo .
– quem sabe disso só quem viu ou quem passou tomei muito leite de soja e pão de manhãzinha na fila da MOCÓ. Muitas vezes era a sorte de meus filhos levar até de lanche pra escola .
– a feira do CAIC pessoas viravam a noite ao relento para pegar seu saquinho de feira. Filas enormes de um povo que só queria apenas matar a FOME . .
Eu ali no meio meia desconfiada . Não por vergonha mas com medo de alguém gritar tira o nome dela ela não precisa ela é professora.
Sim era professora ganhando menos que um salário mínimo , saia com àquele peso nos braços até em casa dando graças a Deus . Porq aquela ajuda daria pra aguentar até o final do mês.
Depois veio o cadastramento que em vez da entrega de feiras seria um cartão.
CHAMADO BOLSA FAMÍLIA .
Subi com orgulho na secretaria pedir para excluir.

Veja depoimento na íntegra aqui

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