Coluna da sexta-feira do Blog do Magno Martins

O PSB e a corrosão de valores

A operação da Polícia Federal, ontem, no Recife, aponta que a eleição deste ano será marcada pelo debate da corrupção, do desvio ético e da moralidade. Mas em se tratando de PSB, nenhuma novidade. O partido tem suas digitais em outros escândalos locais e federais, como a Lava Jata, no plano nacional, e a Casa de Farinha, no estadual. O ingrediente que se apresenta novo agora é a da canalhice, da estupidez e da desfaçatez.

Meter a mão em dinheiro destinado a salvar vidas de gente que agoniza nos hospitais, arrastada para o túmulo pela Covid-19, é crime odiento, horrendo e inafiançável. O preço maior deve ser político, pago nas urnas com o povo usando a sua arma mais poderosa, o voto. Nunca se viu na história algo mais arrepiante, e até inacreditável: comprar respiradores usados em porcos para quem está entre a vida e a morte numa UTI pública.

Nem Hitler! Isso prova que o fascínio não morreu, que há gente capaz de tudo, inclusive de cometer genocídio. O Brasil, especialmente Pernambuco, cansou. Fim a insensatez sem limites! Nada floresceu para o bem nessa era socialista em Pernambuco. O vermelho do socialismo exercitado no Estado, com forte odor concentrado na Prefeitura do Recife, é o do ódio, da mentira, de políticas perversas e enganadoras.

O verdadeiro socialismo prega que nenhuma pessoa pode ser dona das máquinas e dos outros recursos utilizados na produção de bens de consumo.  É a humanidade, por assim dizer, a dona desses recursos. Aqui, isso é o inverso na era PSB, prática do capitalismo disfarçado. O socialismo daqui resultou em escassez, ineficiências e desperdícios assombrosos com o dinheiro alheio.

Desnecessário dizer que, quando não se tem compromisso social nem elevado espírito público, o preço maior quem paga é a sociedade, afundada em um empobrecimento progressivamente deteriorante, como se observa hoje num Estado que já foi no passado um leão e numa capital, orgulhosamente conhecida lá fora como a Veneza Brasileira. Os pobres por aqui não foram feitos para usufruir do que o poder emana, mas para sustentar o poder de políticos maus, insanos e irresponsáveis.

A triste realidade, por fim, é constatar que a corrupção política é apenas uma consequência das escolhas do povo. Meu avô dizia que o povo tem o governo que merece. A política, quando gera corrupção na célula social, é um verdadeiro câncer que destrói toda a sociedade e os seus valores morais. A corrupção moral, política, a da palavra e da alma, enfim, leva o povo, a família, amigos e amores à corrosão de valores.

Raio bem maior – Na operação da Polícia Federal o que chamou atenção, ontem, foi que se destinou atingir apenas um alvo da busca e apreensão de documentos: o secretário de Saúde, Jailson Correia, quando é sabido que o prefeito Geraldo Júlio tem um exército de áulicos cumpridores de missões quase impossíveis. A PF não foi advertida sobre esse detalhe extremamente importante ou está escondendo a parte mais importante da sua investigação? Oxalá a segunda opção, porque as compras suspeitas do prefeito estão em torno de R$ 700 milhões e não apenas de R$ 11,5 milhões, objeto da operação da Federal no gabinete da Saúde e na casa do secretário.

Falta aprender – Seria cômico se não fosse trágico o prefeito do Recife afirmar, na maior cara de pau, que mandou devolver a dinheirama referente às compras de respiradores para porcos e que em função desse gesto estaria impune de qualquer punição. Ora, o direito versa sem arrodeios que isso, na prática, é confissão do crime. Se o assunto não tivesse vindo à mídia, a partir inicialmente de denúncia neste blog, a farra então com o dinheiro público estaria mantida. Deveria aprender que não entrou na política para agradar corruptos nem fazer corrupção, mas para lutar pela dignidade do povo, que está morrendo sem saúde, sem educação, sem segurança e sem emprego, por causa do alastramento dos efeitos da Covid-19.

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