Carnaval serviu de termômetro para João Campos e Raquel Lyra

Raquel Lyra e João Campos – Alexandre Aroeira/Folha de Prrnambuco

Em ano de eleição, o Carnaval torna-se uma grande oportunidade para as costuras políticas e ganho de visibilidade, um movimento real de pré-campanha, que se revela como um termômetro eleitoral. A dualidade entre os “territórios” do prefeito do Recife, João Campos (PSB), e da governadora Raquel Lyra (PSDB) foi a principal marca dos festejos de Momo no Estado.

Segundo o cientista político Isaac Luna, o Carnaval trouxe para a avenida o que já vinha acontecendo nos bastidores há meses. Só para se ter uma ideia, o prefeito e a governadora disputaram, inclusive, as aberturas do Carnaval de Recife e de Olinda, que antes aconteciam em dias alternados e, desta vez, João Campos decidiu fazer a abertura na quinta (8), ao invés da sexta. Como se não bastasse todos os holofotes voltados para si, com a onda de nevar o cabelo, o prefeito que já tem grande destaque nacional teve sua popularidade ainda mais evidenciada ao interagir com o público nos eventos e nas redes sociais e, claro, ao aparecer cercado de apoiadores políticos de peso como a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman, e dos senadores Teresa Leitão e Humberto Costa. Enquanto isso, coube à governadora Raquel Lyra procurar os espaços onde ela fosse a protagonista, já que o Recife estava tomado por João. A tucana abriu o Carnaval de Olinda e se destacou em Bezerros e Nazaré da Mata. Não há dúvidas de que o jogo está posto, embora os dois gestores não falem oficialmente sobre agendas políticas. No quesito popularidade, o prefeito está numa situação confortável. Por outro lado, as movimentações da governadora demonstram que ela está no jogo, mas ainda existem ajustes a serem feitos para aprimorar suas estratégias políticas e tornar-se mais competitiva diante do seu principal adversário, instrumentos para equalizar o jogo não lhe faltam. Afinal de contas, as eleições de outubro são uma prévia para 2026, quem fizer mais prefeitos e vereadores, terá mais palanque e mais apoio.

Folha de Pernambuco

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