“Bezerros passou por um período de muita calmaria politicamente falando”

terinho valtere filhoValtere de Souza Leão Filho, 34 anos, formado em Ciência da Computação e cursando Engenharia Civil, é o nosso 37º entrevistado da série. Casado com a jornalista Morgana Tamyres, filho do renomado empresário Valtere Leão, Terinho, como é carinhosamente chamado, aborda assuntos de família, dá dicas de sucesso nos negócios e fala um pouco da política no âmbito municipal e federal. Conheça um pouco mais sobre esse bezerrense na entrevista que segue.

BEZERROS HOJE- O seu pai tem uma referência respeitável quando o assunto é empreendimentos na região. Você também o segue no caminho empresarial. Qual a receita do empreendedorismo de sucesso?

TERINHO -Primeiramente, obrigado pela oportunidade, é uma honra participar do site Bezerros Hoje.

Bom, eu sigo como um aprendiz do meu pai, ainda trabalho com ele, mas se Deus quiser, ano que vem eu monto o meu próprio negócio. Não sou muito de receitas, mas acho que algumas qualidades são imprescindíveis para um empreendedor de sucesso: a primeira é a organização. Você tem que saber exatamente aonde está e aonde quer chegar, tem que tomar decisões corretas ao longo da sua jornada então se prepare, antecipe os eventos e aprenda com os próprios erros. A segunda (essa eu escuto meu pai falar direto) é que você seja ético, nunca trapaceie, “assumiu um compromisso?” Honre. “Assumiu uma dívida?” Pague! Zele pelo seu nome, ele é seu maior patrimônio. E por último, mas não menos importante: seja perseverante, tenha foco naquilo que você quer, saia da zona de conforto e corra atrás, o sucesso é uma conquista diária, uma batalha que se vence todo dia.

BEZERROS HOJE- Mesmo de forma indireta, sua família sempre esteve ligada as disputas políticas em Bezerros. As campanhas do ex-prefeito Marcone Borba, por exemplo, tinham sempre o apoio do seu pai no tocante a logística. Era ele quem acompanhava as pesquisas internas. Você mantém essa característica do seu pai? O seu pai, em meados dos anos 90, junto com amigos da AFABE, ajudou a financiar o jornal Voz de Bezerros (extinto), que tinha uma linha editorial oposicionista ao governo Lucas Cardoso. É possível fazer uma análise daquela oposição que tanto clamava por mudanças?

TERINHO – Eu gosto muito de política, gosto de debater, de trocar ideias. Acho que todo mundo deveria se interessar mais por política, saber o que está acontecendo na sua cidade, no seu estado e no seu país, ter consciência do que está havendo para não ficar a mercê dos interesses de uma minoria. Mas meu gosto por política morre aí, pois acho que não sou tão entusiasta quanto meu pai.

Sobre essa pergunta do jornal financiado pelo meu pai eu não posso responder, porque nessa época eu era muito jovem, tinha pouco mais de dez anos e não me lembro muito de como era essa oposição. O que eu lembro bem era que realmente meu pai era de oposição ao governo de Lucas, mas sem extremismo. Ele, como bom comerciante, sempre manteve diálogo aberto e relação de cordialidade com todos os políticos da cidade, independentemente de partido.

BEZERROS HOJE-Não estaria na hora de sua família ter uma participação mais direta no processo eleitoral em Bezerros. O que impede?

TERINHO – Na verdade nada impede, só não há um interesse. Para entrar numa disputa eleitoral, a pessoa tem que fazer alguns sacrifícios: abrir mão do tempo para a família e até mesmo para os negócios, abrir mão de uma vida tranquila, e também tem que engolir muitos sapos, fechar alianças com pessoas que de repente não tem uma mesma ideologia ética e moral igual a nossa. Então, para mim, esses fatores já são mais que suficientes para não me meter nesse meio. Como falei antes, não sou tão entusiasta politicamente quanto meu pai, e ele também já está na fase de “aposentar as chuteiras”. Portanto, para que fazer parte de um ambiente tão desgastante?

BEZERROS HOJE- Como você analisa o atual cenário politico em Bezerros?
TERINHO- O prefeito Branquino não teve muita dificuldade para governar esse seu mandato o contrário de muitas outras cidades aqui da região, como Caruaru e Gravatá. Então esse cenário de calmaria levaria a uma reeleição do Prefeito de maneira mais tranquila, porém, o discurso do prefeito é de que não será candidato, então o que eu posso prever são dois cenários:
1. O prefeito Branquinho não sai candidato, este é um cenário muito instável com várias lideranças almejando uma candidatura, inclusive alguns se lançando muito cedo e de forma desorganizada. Na verdade, não há um grupo de oposição bem formado, e sim vários opositores ao atual governo. Apesar de ser um cenário mais caótico, eu acredito que Branquinho conseguiria fazer o seu sucessor, muito provavelmente Breno Borba com o apoio de Dr. Marcone e de todo grupo da posição, arrisco-me a dizer que possam ter de três a quatro candidatos neste cenário.
2. Branquinho se lança candidato e forma um grupo muito grande, inclusive com antigos opositores. Neste cenário, muitos que hoje se dizem oposição voltam atrás e firmam o apoio ao atual prefeito, e do meu ponto de vista o prefeito se elege sem mais dificuldade.

BEZERROS HOJE-O prefeito Branquinho (PSB) trouxe como lema de campanha a industrialização em Bezerros. No seu ponto de vista, ele tem conseguido cumprir com a promessa?

Acredito que sim. Na minha opinião, a parceria do prefeito com o Governo do Estado trouxe resultados. Eu não acompanho muito o dia a dia do prefeito Branquinho, mas no pouco contato que eu tive com ele nesse seu mandato, observei um enorme empenho em trazer novos investimentos para a nossa cidade. Infelizmente estamos atravessando um momento bastante crítico na história do nosso país, uma recessão muito grande, o que dificulta extremamente o trabalho do atual prefeito.

BEZERROS HOJE-Você tem usado a rede social para expor suas ideias em relação ao governo federal. As empresas da família já têm demitido ou ainda não aconteceram cortes. Quando o país retomará o seu crescimento?

TERINHO -Sim, já demitimos. Está muito difícil administrar um negócio aqui no Brasil, as nossas empresas tiveram um aumento muito grande nas suas despesas (impostos, energia elétrica, combustível, inflação, entre outros) e uma diminuição da receita. Não precisa ser um economista para ver que o Brasil está falido, nós percebemos de maneira empírica que o povo não tem mais dinheiro. Não é à toa que assistimos diariamente nos noticiários a quantidade alarmante de empresas fechando as portas e o desemprego batendo recorde.

O Brasil retomará o crescimento se o governo que aí está mudar o modo de governar, começar a ser mais responsável com suas ações. O governo mostrou uma incompetência muito grande em gerir os seus recursos e perdeu a credibilidade internacional. O Brasil “quebrou” devido a uma máquina muito sobrecarregada e uma visão extremamente eleitoreira dos seus recursos. Além de toda essa crise econômica, estamos atravessando uma crise política, o que torna muito difícil qualquer decisão tomada pelo poder executivo. Do meu ponto de vista, o Brasil só volta a crescer com saída do atual partido do poder, ou, como eu falei antes, se o PT mudar o modo de governar: diminuir os ministérios, cortar gastos, valorizar o Bolsa Família como um programa de assistência social e não como um programa de campanha eleitoral, e retomar a confiança dos investimentos internacionais.

BEZERROS HOJE- Suas considerações finais.

TERINHO – Gostaria de registrar a minha satisfação em participar do site Bezerros Hoje. Obrigado pelo convite, Flávio Melo. Continue sempre com o digno trabalho de levar informação ao povo bezerrense, você e toda a equipe estão de parabéns pelo compromisso e seriedade.

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