As Aulas Remotas no Município de Bezerros

Está programada para o dia 15 de junho o inicio das aulas no nosso Município. Na sexta-feira houve reunião onde gestores e coordenadores explicaram aos professores como dará o seu funcionamento, as escolas, estão organizadas com Plano de Ação que nortearão o trabalho de nós professores. A S.M.E criou um blog onde os educadores produzirão os vídeos.

No entanto, é possível observar a inquietação de muitos educadores com relação a essas aulas, tais como: os professores têm recursos para produzir as aulas remotas? O aluno tem condições de participar, tem recursos para isso? Tem espaço? Será que não vai colocar o professor em situação vexatória, constrangedora? Ainda vou mais além. Os alunos vão conseguir aprender com essas aulas? Ou podemos parafrasear esse momento como “eu finjo que ensino e você finge que aprende”.

O fato é que não podemos fugir dessa realidade. O país está passando por isso, e nós como profissionais da Educação, temos que nos moldar a esse novo modelo de ensino, onde, o principal instrumento é a tecnologia. Mas toda essa situação me leva a fazer uma reflexão que quero compartilhar com os queridos leitores. Será que essa nova metodologia de ensino ela é includente? Se as aulas remotas são mesmo includentes, então, onde aparecem os alunos com necessidades especiais? Eles deixaram de existir? Estão fora do sistema de ensino? Ou vão ficar para depois, depois e depois, porque nas escolas eles são acompanhados por cuidadores, mas e agora? Eles vão se virar sozinhos? Porque só os alunos das salas de AEE foram incluídos?

E se a S.M.E está pronta para auxiliar o professor e compreende todas essas dificuldades, por que então está impondo que o professor só possa realizar as aulas remotas no blog criado por ela, visto que vários professores já vinham realizando através de aplicativo de WhatsApp ou de outra ferramenta que acharam mais fácil para realização das aulas, e foram proibidos. Cadê a liberdade e o apoio ao professor?

Concluindo, aulas remotas chegaram para reafirmar que a Educação nunca será uma prioridade em nosso País, que o desenvolvimento do Saber não é interessante para as “Classes Dominantes” e que a tela fria de um computador tem mais serventia para os “dominadores” do que a oportunização do debate, da troca de idéias, da exposição de pensamentos, do construtivismo, das emoções, da empatia e do calor humano.

É tempo de silenciar?

É tempo de distanciamento social no processo educativo?

É tempo de exclusão?

Isso sim, é a verdadeira pandemia na Educação. Professores reflitam! É importante que escutemos, mas não perquemos a nossa voz. Que realizemos, sem permitir que nos usem. Que amemos, sem deixar que abusem do nosso coração. Que confiemos, mas não sejamos ingênuos.

Professora Elizângela.

Share