“O resultado para Governadora de Pernambuco foi emocionante dadas as circunstâncias inesperadas e ainda pelo fato de termos na disputa, pela primeira vez, duas mulheres”

O resultado para Governadora de Pernambuco foi emocionante dadas as circunstâncias inesperadas e ainda pelo fato de termos na disputa, pela primeira vez, duas mulheres. A propósito, nessa eleição em Pernambuco, as mulheres marcaram espaço, visto que elegemos também uma Senadora no primeiro turno. Com relação ao governo do Estado, Marília foi arrogante desde o início do processo eleitoral, o que é lamentável, pois ela teria como contribuir muito com a oposição em Pernambuco. Saindo na frente já com uma pecha de “injustiçada” ao longo de sua história política pelo clã do qual ela mesma faz parte, ao invés de se beneficiar pela oportunidade que ela mesma construiu a partir de uma troca de partido para ter legenda, a posição foi de arrogância desde o início, ainda mesmo nas articulações iniciais. Depois, já candidata e com a campanha em curso, errou ao optar não comparecer aos debates e a atacar especificamente Raquel, desconsiderando um luto terrível e inesperado de sua adversária. Errou estrategicamente ao confiar que o suposto apoio de Lula se converteria em votos pra ela, o que, obviamente não aconteceu, pois as eleições para governador e presidente foram descoladas desde o início em Pernambuco. Basta notar que, se Lula no palanque agregasse necessariamente algo, Danilo não teria terminado com um resultado tão pífio. Errou ao tentar associar Raquel a Bolsonaro, pois, além de ser advertida até pelo TSE, isso jogou os votos bolsonaristas de graça no colo da adversária. Errou ao tratar de pautas importantes sem um plano, de forma rasa e superficial justamente contra Raquel e Priscila, que têm naturalmente o perfil de planejamento e dados muito bem estudados e a postos em cada fala. Errou no tom do ataque, com gestos considerados desumanos pelos eleitores. Enfim, errou muito, do ponto de vista estratégico. Espero que repense seu radicalismo e talvez até suas motivações, porque o que aparenta pra quem não a conhece é que sua candidatura foi pautada sobre um desejo de vingança por ter sido preterida pelo próprio partido durante tanto tempo, e até hoje (teve que sair do partido pra ter legenda!). E que Raquel, junto com Priscila, faça uma boa gestão, como creio ser capaz. O momento pede capacidade técnica, ponderação e união.

Janaina Simões – Porto3 Consultoria em Planejamento Estratégico

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