Centro Nacional de Folclore apresenta arte secular pernambucana

DISTRITO FEDERAL, Brasília – O Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, (CNFCP-Iphan) inaugura na Sala do Artista Popular (SAP), no dia 13 de fevereiro, a exposição ‘Terra do Papangu: máscaras de carnaval de Bezerros (PE)’, expressão típica da festa popular nessa cidade do agreste pernambucano.


Foto: Franscisco Moreira da Costa

Os foliões que visitarem a mostra poderão aproveitar para incrementar a fantasia de carnaval, já que as peças também estarão à venda, nos mais variados estilos: desde os tons mais sóbrios, com menos variação de cores, até as mais coloridas, com contornos dourados e inspiração veneziana.

As máscaras são feitas de papel maché ou de papel colé (papietagem), que é colocado sobre um molde de gesso e em seguida retirado e pintado de branco, para então o artesão colorir com tinta, imprimindo seu estilo. Além de fazer a diversão no carnaval de Bezerros, elas se tornaram objeto decorativo: são produzidas em tamanhos maiores, para enfeitar paredes, ou em menores, para servir como ímã de geladeira, chaveiro, souvenir ou quadros pequenos.

O papangu
Principal personagem do carnaval em Bezerros, o papangu passou por diversas transformações ao longo de sua história já secular. Tendo várias versões para a origem, o que sempre o caracterizou foi o fato de que a fantasia cobria a pessoa por inteiro, escondendo todas as partes do corpo com o objetivo de que não fosse identificada. Garantindo assim o anonimato, o folião saía pelas ruas da cidade no carnaval, sozinho ou em grupo, assustando e brincando com outros passantes. “A gente diz que papangu não tem sexo. É feito os anjos. Você não sabe se é homem ou se é mulher. Ele vai disfarçar a voz, o andar, tudo o mais, você nunca sabe quem está por trás daquela máscara”, conta a artista Maria Josileide dos Santos.

Além disso, os papangus entravam nas casas para brincar e comer. A principal iguaria da culinária local era o angu. Diz-se que daí vem o nome do personagem: papa angu. Atualmente há também o Concurso do Papangu, que impulsiona o aparecimento de fantasias mais elaboradas e estilizadas.

Sala do Artista Popular (SAP)
A SAP foi criada em 1983, com o intuito de ser um espaço de exposições de curta duração, voltado para difundir e comercializar as obras de artistas e comunidades artesanais. O catálogo de cada exposição é desenvolvido a partir de pesquisa etnográfica e documentação fotográfica realizada pela equipe do CNFCP.

A partir da divulgação e do contato direto com o público, abrem-se oportunidades de expansão de mercado e da produção para esses artistas e comunidades. Desde sua criação já foram realizadas 200 exposições na SAP, sendo
Terra do papangu: máscaras do carnaval em Bezerros (PE) a 202ª.

Exposição: ‘Terra do papangu: máscaras do carnaval em Bezerros (PE)’
Inauguração: 13 de fevereiro, às 17h
Período:13 de fevereiro a 15 de março de 2020
Dias e horários:
Terça-feira a sexta-feira, das 11h às 18h
Sábados, domingos e feriados, das 15 às 18h
Local: Sala do Artista Popular / CNFCP / Iphan
Endereço: R. do Catete, 179 – Glória, Rio de Janeiro (RJ)

IFHAN

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