Mês: setembro 2018

Jarbas Vasconcelos também votou a favor da reforma trabalhista e o PTB não diz nada

As duas últimas pesquisas divulgadas pela TV Globo nas últimas 48 horas, Ibope e Datafolha, apontaram resultados semelhantes sobre a corrida eleitoral pelo Governo de Pernambuco. O governador e candidato à reeleição, Paulo Câmara, com 8 pontos percentuais de vantagem sobre o senador Armando Monteiro, que é o principal candidato da oposição. Há muito se sabia que esta eleição será decidida pelos eleitores da área metropolitana, onde está o maior número de indecisos. Mas nesse território que tem mais de dois milhões de eleitores, o candidato do PTB apanha todos os dias da Frente Popular, que o acusa de ser defensor do “trabalho escravo” por ter votado favor da reforma trabalhista, e não reage como deveria. Falta-lhe explicar aos pernambucanos o significado dessa reforma, que também foi apoiada pelo deputado e candidato a senador na chapa da Frente Popular, Jarbas Vasconcelos, e a sua importância para a modernização das relações de trabalho. Ser acusado, de forma inverídica, de defender o trabalho escravo e silenciar o tem levado a perder (ou a deixar de ganhar) milhares de voto no Recife e cidades circunvizinhas.

Agenda do sábado

Paulo Câmara (PSB) e seus candidatos a senador Humberto Costa (PT) e Jarbas Vasconcelos (MDB) visitarão hoje os municípios de Bezerros, Gravatá e São Caetano. Em Bezerros farão uma caminhada pela feira como o prefeito Branquinho (PSB) e em São Caetano uma carreata com o prefeito Jadiel Braga (PSD).

Passe caro – Depois que o Datafolha apontou empate técnico entre Paulo Câmara (PSB) e Armando Monteiro (PTB) num eventual 2º turno (43% x 38)%), a Frente Popular vai jogar pesadíssima para tentar tirar Júlio Lossio (Rede) da disputa, custe o que custar.

2º turno – Pelo Datafolha de ontem, Paulo Câmara (PSB) tem 38% de intenções de voto e Armando Monteiro (PTB) 30%. Júlio Lossio (REDE) e Maurício Rands (PROS) têm 3% cada um. E Dani Portela (PSOL), Ana Patrícia Alves (PCO) e Simone Fontana (PSTU) 1%, cada. Somadas, as oposições têm 39%, o que levaria a eleição ao 2º turno.

Boa chance – Nunca, antes, em sua história, a Fetape teve tanta chance como agora de eleger um deputado estadual (Doriel Barros) e um deputado federal (Carlos Veras), ambos do PT. A dupla faz dobradinha em 127 municípios com apoio de sindicatos rurais.

A volta – Maurício Rands (PROS) disse ontem em Caruaru que se fosse eleito governador daria “atenção especial” àqueles que têm mais de 50 anos, “que desejam retornar ao mercado de trabalho mas encontram muitas dificuldades”.

A segurança – O comando PM disponibilizará uma equipe com 100 policiais para fazer a segurança, amanhã, dos que forem à carreata em Boa Viagem em defesa do candidato Jair Bolsonaro (PSL). Ela será monitorada por 16 câmaras instaladas na orla marítima.

A parceria – Cerca de 500 pessoas compareceram anteontem a uma casa de recepções do Cabo de Santo Agostinho para participar de um ato político em defesa dos candidatos Romário Dias (PSD) e Milton Coelho (PSB). O primeiro é candidato a deputado estadual e o segundo a estadual.

Transferência 1 – Nova rodada de pesquisas nos estados realizada pelo Ibope revela que o candidato Fernando Haddad (PT) está herdando todos os votos que seriam de Lula no Nordeste. Em Pernambuco, o candidato do PT subiu 12 pontos percentuais m 10 dias, pulando de 26% para 38% das intenções de voto.

Transferência 2 – Já na Bahia, Haddad chegou a 39% (crescimento de 6 pontos percentuais em relação à pesquisa anterior). Já Bolsonaro (PSL) subiu de 17% para 19% em Pernambuco e de 14% para 17% na Bahia. Ciro Gomes (PDT) aparece com 9% e 10%, respectivamente. E Geraldo Alckmin (PSDB) com 4% e 5%.

A promessa – O prefeito de Nazaré da Mata, Nino (PSDB), disse olho no olho com o governador Paulo Câmara: “Quero lhe dizer que, enquanto eu existir como político, jamais vou lhe abandonar, porque consideração não se compra. Domingo, dia 7, Nazaré vai lhe dar uma votação como nunca se viu nesta cidade”. A conferir.

A pouco mais de uma semana para as eleições, nova pesquisa Datafolha aponta que o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), dobrou a vantagem para seu principal opositor: o senador Armando Monteiro (PTB).

Paulo passou de 35%, no levantamento realizado nos dias 18 e 19 de setembro, para 38% das intenções de voto. Armando oscilou negativamente. Tinha 31% e foi para 30%. A diferença entre os dois, que era de 4% na semana passada, atingiu o patamar de 8%.

​Mauricio Rands (PROS)  e Julio Lossio (Rede) marcaram 3% cada um. A candidata Dani Portela (PSOL) ficou com 2%. Ana Patricia Alves (PCO) e Simone Fontana (PSTU) não saíram do 1%. Brancos e nulos caíram de 19%, no levantamento anterior, para 16%. Os indecisos somam 6%, o mesmo índice de antes.

Reinaldo Azevedo

As cenas e depoimentos dos programas do guia eleitoral evidenciam o nervosismo que tomou conta dos bunkers da Frente Popular e da coligação Pernambuco Vai Mudar,  a pouco mais de uma semana das eleições. Pela pesquisa do Ibope, divulgada ontem, verifica-se uma vantagem do governador Paulo Câmara (PSB) e uma eventual vitória no segundo turno, mas com percentuais ainda abaixo do esperado.

Mesmo com o reforço da passagem em Pernambuco do presidenciável  Fernando Haddad (PT), o lento crescimento da candidatura de Paulo ainda vai exigir muito da Frente Popular, nessa reta final da campanha. Ao contrário dos governadores petistas no Nordeste que concorrem à reeleição – José Wellington Dias (Piauí), Camilo Santana (Ceará) e Rui Costa (Bahia) – e lideram com folga as pesquisas, em Pernambuco o apoio do PT parece fraquejar.

Será que valeu a pena o partido sacrificar a candidatura da vereadora Marília Arraes (PT) ao governo em troca da  neutralidade do PSB na sucessão presidencial?

O crescimento fulminante de Haddad não é fruto da retirada do PSB do palco nacional, mas a incapacidade da Frente Popular em abrir uma vantagem mais ampla de Paulo sobre Armando Monteiro (PTB) é, em parte, consequência do acordo PSB/PT, mal digerido pela militância petista.

Além disso, há o agravante de um outro arranjo eleitoral, o MDB de Jarbas Vasconcelos, que também não foi aceito pelos petistas. Esses fatores contribuem para que a sucessão pernambucana seja a mais indefinida em todo o Nordeste.

Marisa Gibson, na coluna DIARIO POLÌTICO desta sexta-feira