Paulo Venâncio: “Acho que teremos uma eleição bastante tranquila em relação à última, pois ficou na história toda aquela situação”

11427837_441173152752627_3729048249747781063_nO nosso 32º entrevistado da série que levamos ao ar semanalmente é o Paulo Bezerra da silva, o Popular Paulo Venâncio, 38 anos, bombeiro civil, casado com a cabedeleira Aguanaíra e pai de quatro filhos. Paulo foi o fundador da associação dos feirantes, é militante político desde as primeiras campanhas do ex-prefeito Lucas. Ao lado do seu pai o Sr. Antonio Venâncio, revela que participou como voluntário dos governos dos prefeitos Samuel, Marcone e chamado para colaborar na gestão da ex prefeita Bete. “Nunca exerci cargo público oficialmente, agora, já na reta final do governo Branquinho, fui convidado para fazer parte da gestão, assumindo a coordenação do departamento de feira livres da cidade, que não tinha”, revela. Conheça mais sobre esse bezerrense que participa do dia-a-dia da cidade.

BEZERROS HOJE- Você tem um histórico ligado à feira-livre de Bezerros, fundou a associação dos feirantes, que não existe mais. Mesmo assim se mantém ligado ao setor, colaborando em vários governos, inclusive o atual. Porque essa ligação tão próxima às feiras livres de Bezerros? 

PAULO VENÂNCIO- Inicialmente, gostaria de agradecer pela oportunidade que este veículo de comunicação, de grande importância para nossa cidade, está proporcionando ao nosso povo, e de modo carinhoso às pessoas que têm, de certa forma, contribuído ou contribuem para o desenvolvimento de nossa terra. Respondendo a sua pergunta, faz-se necessário salientar que sou herdeiro de uma pessoa que muito contribuiu para a nossa feira, porque não dizer para a nossa cidade, e que sempre foi parceiro de todos os gestores que por aqui passaram: Antônio Venâncio. Nasci e fui criado neste ambiente, e ao lado de meu pai, aprendi ensinamentos importantes para qualquer ser humano: amar o que se faz, respeitar a todos e obedecer aos nossos governantes. Tenho procurado viver assim, talvez seja essa uma virtude que me faz de certa forma ter o respeito da maioria dos feirantes e dos gestores que tive a honra de conhecer, também pelo fato de sempre fazer questão de estar por dentro de todo e qualquer assunto referente à feira. Em relação à associação, foi uma experiência muito boa, na qual pudemos quebrar muitas barreiras entre os feirantes e o poder público. Posso dar um exemplo prático de uma conquista nossa: antes a política adotada com os feirantes era truculenta e ditatorial; hoje passou a ser de diálogo, de escuta e de participação de todos os segmentos.

BEZERROS HOJE- Já alguns anos se discutem a padronização da nossa feira-livre, igual aconteceu com a do município Gravatá. O que faltou para Bezerros tirar do papel essa discussão e torná-la real? 

PAULO VENÂNCIO- Na gestão do governo de Samuel, tivemos, digamos, a primeira semente jogada na terra. Sabíamos do grande desafio: não seria fácil mudar de uma hora para outra uma cultura, um costume, um comportamento, uma forma diferente de ver as coisas, e que para isso acontecer se levaria um tempo. Como todo projeto tem um tempo determinado, este só seria sentido a médio e longo prazo. Na ocasião, era um programa de modernização criado e conduzido pelo SEBRAE, que foi oferecido à nossa cidade e também a outras cidades como Gravatá. Vale salientar que tudo muda de uma cidade para outra, assim como de um lugar para outro, a cultura de seu povo sempre difere, até mesmo na forma de gestão pública. O problema ou o fato de não ter se dado continuidade ao projeto foi a prioridade de fazê-lo e colocá-lo em prática, pois nas gestões posteriores a de Samuel, todas as vezes em que se tocava no assunto, sempre era bem-vinda a ideia de padronização de nossas feiras, porém as prioridades na cidade sempre eram outras.

BEZERROS HOJE – À frente do setor, você conduziu um calendário de feiras que foi motivo de discussão no mês de dezembro e início de janeiro. Como se deu essa organização e os feirantes foram ouvidos? 

PAULO VENÂNCIO- Esta pergunta é uma ótima oportunidade para esclarecer tal acontecimento. Pela primeira vez, exponho-me a responder a este fato. É o seguinte: todos nós sabemos que somos obrigados a obedecer à força do calendário, que sempre deve ser prioridade. Poucas pessoas sabem a quantidade de pessoas envolvidas no processo de organização da feira livre, digo isto porque são muitas pessoas envolvidas direta e indiretamente, do lado do poder público são mais de 100 pessoas, distribuídas entre fiscais fazendários, funcionários dos banheiros e dos mercados de feijão e de farinha, funcionários do matadouro e do açougue, guardas municipais, DEBETRANS, seguranças e equipe de limpeza. Mas pergunto: e os funcionários dos prestadores de serviços da feira, popularmente conhecidos “botadores” de bancos? Somos oito responsáveis, cada um tem sua equipe, uns com quatro, outros com mais. O fato é que o calendário sempre muda, como por exemplo, o dia 25 de dezembro de 2015 caiu numa sexta feira. Já este ano, será no domingo, então não será necessário em 2016 mudar o dia da feira. Em relação aos comentários surgidos, foram apenas falta de interpretação, pois ao final todos entenderam. Se a feira não tivesse mudado neste fim de ano, seria bastante complicado para quem trabalha nela. Por exemplo, o marchante iria matar boi na noite do dia 24 de dezembro, e o mesmo aconteceria no dia 31. Tudo bem que estamos vivendo tempos difíceis economicamente, mas estas pessoas envolvidas na organização da feira não mereciam um pouco de consideração e respeito, uma vez que trabalham o ano todo sem nenhuma pausa? Outro fator importante é a consulta: os feirantes foram ouvidos? Posso afirmar que três semanas antes todos foram consultados, e a maioria foi favorável. A minoria tentou reverter a decisão, fato que se houvesse acontecido, seria bem mais constrangedor.

BEZERROS HOJE- A sua chegada ao governo Branquinho teria desagradado a algumas pessoas do governo. Isso procede?

PAULO VENÂNCIO- Considero que nós, bezerrenses, somos por natureza um povo apaixonado por política, o ano todo e todos os dias se fala em política. Imagino como é difícil para um gestor administrar uma cidade com essa cultura. Entendo perfeitamente a insatisfação de alguns, e até respeito, porém, desde quando o prefeito assumiu sempre vínhamos tendo contato, onde o mesmo sempre me pedia opinião sobre o setor e eu sempre me coloquei à disposição, até porque este segmento é minha fonte de renda, é dele que sustento minha família, e não seria interessante de minha parte me omitir para qualquer assunto relacionado à feira. Então, a resistência é natural, até porque como todos sabem, fiz parte da gestão passada, e por isso vejo como normais tais manifestação de alguns, isso ocorre e sempre ocorrerá. Vale salientar que não fui chamado para brincar nem para criar problemas, e sim para trabalhar. Aproveito a oportunidade para agradecer ao site Bezerros Hoje pelo apoio, pois a organização da feira de flores em novembro foi muito bem vista, graças à organização e sucesso da mesma. Infelizmente, outros meios de comunicação da cidade não deram importância, porém se algo houvesse dado errado, certamente seria motivo de muitos comentários.

BEZERROS HOJE- Ao ser convidado pelo prefeito Branquinho, qual a missão que ele gostaria que você cumprisse no setor?

PAULO VENÂNCIO- Principalmente resgatar a autoestima dos feirantes, pois todos eles são muito importantes para cidade, todos têm uma história de vida muito bonita, apesar de tantas dificuldades. Além disso, todos são e serão sempre vistos como peças importantes para o desenvolvimento de nossa terra. Gostaria inclusive de aproveitar a oportunidade para lembrar que uma das coisas que mais atrapalhava a feira era a falta de segurança. Era muito alto o número de assaltos/roubos na feira e em suas mediações, sem contar que o tráfego de carros e motos também era um grande desafio. Hoje, podemos notar que graças à ajuda e ao empenho dos órgãos cooperativos da gestão, como DEBETRANS, Guarda Municipal, Controle Urbano, Secretaria de Finanças, Secretaria de Infraestrutura e Departamento Elétrico, muita coisa mudou, já melhorou, e estas ações continuarão por todo este ano. Precisamos ainda melhorar a estrutura de nossas feiras, fazendo com que a população continue indo à feira, e os que não vêm mais voltem, pois os feirantes precisam deste apoio.

BEZERROS HOJE- Como militante político há alguma pretensão em disputar mandatos eletivos este ano em Bezerros e quais seriam suas posições políticas?

PAULO VENÂNCIO- Sempre gostei da política, e como militante que sempre fui, na última eleição sai candidato a vereador pelo PRTB. Tratava-se de um grupo muito bom e unido, estávamos sendo conduzidos pelo grande amigo Biuzinho. Como sempre, eu me coloquei à disposição do grupo para ajudar caso preciso fosse, e surgiu a oportunidade. Para não termos que fazer coligação e fechar o grupo, eu me dispus a concorrer a uma vaga no Legislativo. Hoje, a história é outra, a situação é diferente: não tenho pretensão nenhuma em ser candidato. Isso pode até acontecer em outra oportunidade, porém em relação à minha posição atualmente, estou alinhado com o prefeito, até porque para a nossa feira poder chegar a ter as condições das quais precisa para melhorar, precisamos continuar unidos. Com a estrutura que está sendo montada e os estudos que estão sendo feitos, tenho certeza que dentro de poucos anos teremos grandes e valiosas mudanças em nosso comércio.

BEZERROS HOJE- Como você analisa o processo para a escolha dos pré-candidatos a prefeito?

PAULO VENÂNCIO- É complicado fazer qualquer comentário sobre o assunto, até porque por mais que pareça ser ano de eleições municipais, tudo ainda está indefinido. Até aqui, só sabemos do nome do amigo Neguinho, e outros nomes são apenas possibilidades. Acho que teremos uma eleição bastante tranquila em relação à última, pois ficou na história toda aquela situação. Em minha opinião, o prefeito Branquinho deveria continuar o seu projeto. Entendemos que muita coisa foi feita, e outras tantas precisam melhorar, mas é indiscutível que demos grandes passos para o progresso que o nosso povo tanto desejava.

BEZERROS HOJE- Suas considerações finais.

PAULO VENÂNCIO- Gostaria muito de agradecer a você, amigo Flávio, pela oportunidade que nos proporciona em poder estar sempre em contato com os acontecimentos de nossa cidade. Parabéns pelo belo trabalho! Gostaria também de aproveitar o momento para agradecer a algumas pessoas que sempre acreditaram em nossa capacidade, à minha família que sempre esteve ao meu lado, aos meus amigos que, também no meio político, acreditam e valorizam a honestidade, como os amigos Eliel, Bruno Amorim, Jorge do Foto, Bicinha, Paula Yonara, Neto de Valmir, Everaldo França e Everaldo Marchante, ao amigo Paulo Leite que, de modo especial, sempre tem me ajudado com seu jeito peculiar de ver as coisas e nos chamar atenção, e ao prefeito Branquinho, que nos confiou esta missão. Para finalizar, aos amigos feirantes, que sabem que podem contar sempre conosco, em qualquer tempo. Que Deus nos abenço

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