NÃO PODEMOS DEIXAR UM MEDO TORNAR-SE REAL

Espero que não, mas confesso que tenho medo do meu medo vencer. E inegavelmente esse medo me assusta agora, pois tenho medo de no futuro sentir saudades de pessoas que hoje fazem parte dos meus dias e da minha história. Tenho medo e não nego, e nem devo ignorar tal temor, porque tenho medo de chegar em um momento que eu tenha apenas lembranças, lembranças das minhas vivências, das minhas convivências, das coisas que fiz compartilhadas com tantas pessoas, lembranças das vezes que rimos juntos, que visitamos uns aos outros, que saímos para comermos, para conversarmos, para nos divertirmos, lembranças de quando a gente ficava horas no telefone conversando, ou que se encontrava na rua e se cumprimentava com cheiros e um caloroso abraço. Tenho medo e isso é fato, tenho um medo absurdo de lá na frente ao voltar a andar despreocupada pelas ruas eu sinta um vazio enorme dentro do peito, pela ausência de algumas pessoas que não mais poderei ver, nem tocar, muito menos reencontrar. Tenho medo de ter num futuro próximo apenas lembranças de tudo o que vivi com minhas pessoas, e que não mais poderei reviver, guardando apenas a frustrada sensação de que eu poderia ter aproveitado mais ao lado delas. Eu realmente tenho medo de quando tudo isso acabar eu tenha que contabilizar quem já não mais aqui está.
Mas esse medo ao mesmo tempo que me apavora também me fortalece, pois é por senti-lo que eu creio que devo tentar impedir a perda humana, buscando prevenir e proteger, pois essa é a melhor maneira de me manter aqui e de manter vivas as minhas pessoas, para que elas continuem fazendo parte da minha vida como sempre fizeram.

Eu me recuso a perder pessoas, e vou lutar até o fim fazendo a minha parte! E você?

Por: Mariana Helena de Jesus)

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