FOGO CRUZADO-POR INALDO SAMPAIO

Paulo Câmara está montando uma equipe que terá mais a cara dele que a de Eduardo Campos

Paulo Câmara tem mais 14 dias para encerrar a montagem do seu segundo governo, que, diferentemente do primeiro, terá mais a sua cara e menos a de Eduardo Campos, que o lançou na vida pública e, mesmo morto, garantiu a sua vitória. O governador terá o apoio de pelo menos 35 dos 49 deputados estaduais que vão do PCdoB ao Partido Progressista, passando pelo PT, PR, PDT, DEM, PRB, Podemos e Solidaridade. Terá portanto a maioria de que precisa para aprovar projetos de lei e emendas à Constituição, que exigem quórum qualificado. O governo estará bem posto do ponto de vista da sustentação, faltando apenas o anúncio das peças para avaliar se ele está mais para o atual governador ou se mantém a alma de Eduardo Campos, que permanece muito presente no PSB, no Palácio do Campo das Princesas e no conjunto de forças que venceu as quatro últimas eleições majoritárias em Pernambuco. Já o presidente eleito Jair Bolsonaro encerrou a montagem do seu ministério na semana passada e agora deve passar para a etapa mais difícil que é a composição do segundo escalão. A exemplo do governador de Pernambuco, ele não terá problema de governabilidade, devendo ser apoiado por cerca de 380 dos 513 deputados federais. Desses, 320 já passaram pelo Centro Cultural do Banco do Brasil, em Brasília, onde funciona o escritório de transição, embora apenas o PR tenha saído de lá declarando-se governista. Exceto o PT, o PSB, o PDT, o PSOL e o PCdoB, todos os outros 25 partidos com representação na Câmara deverão integrar o bloco governista, porém em nome do pragmatismo político vão aguardar algum aceno do presidente eleito no que toca aos cargos do segundo escalão. Se Bolsonaro não radicalizar, todos já se assumirão como governistas no início dos trabalhos do Congresso Nacional,

A prioridade é do goiano

Nas últimas eleições para a Câmara Federal, elegeram-se dois deputados com o nome de João Campos – um em PE pelo PSB e outro em GO pelo PRB. O primeiro é engenheiro e filho do ex-governador Eduardo Campos. O segundo é pastor evangélico, pré-candidato a presidente da Câmara e, por ser mais antigo, já pediu à mesa diretora o direito de usar o nome sem alterações.

Da terra 1 – Que a maioria dos eleitores, nas últimas eleições, não queria votar para deputado, já se sabia há muito tempo. Mas o que houve em Arcoverde passou do limite. Zeca Cavalcanti (PTB), deputado federal da terra, obteve apenas 7.161 votos e Eduíno Brito (PP), estadual da terra, ficou com 3.433. Ambos, bons deputados, não foram reeleitos.

Da terra 2 – Já os eleitores de Petrolina prestigiaram maciçamente os candidatos da terra. Para a Câmara Federal Odacy Amorim (PT) obteve 30.158 votos, Fernando Filho (DEM) 26.177 e Gonzaga Patriota (PSB) 20.126. Para estadual, Antonio Coelho (DEM) obteve 28.251, Dulcicleide Amorim (PT) 14.656, Lucinha Mota (PSOL) 13.110 e Lucas Ramos (PSB) 10.195.

Foco em 2020 – Elias Gomes (PSDB), ex-prefeito do Cabo de Santo Agostinho, vai aprovar a maré negativa do seu adversário, Lula Cabral (PSB), atual prefeito, que está preso, para reconstruir o PSDB no município e no Estado visando às eleições de 2020. Semana passada ele fez palestra para o Consórcio de Municípios do Agreste e da Mata Sul.

Sem consenso – Não é consensual o nome do deputado pernambucano Bruno Araújo para substituir Geraldo Alckmin na presidência nacional do PSDB, mesmo com o apoio do governador eleito João Doria (SP). Velhos tucanos de SP defendem o nome de um paulista, ligado a Serra ou ao próprio Alckmin.

À vitória -Apesar de ter apenas 5 dos 13 vereadores na Câmara Municipal de São José do Egito, o prefeito Evandro Valadares (PSB) conseguiu eleger o presidente – o vereador Rogaciano Leite (PSB). A oposição não se entendeu em torno de um nome, levando o atual presidente Antonio Andrade (PSB) a apoiar o candidato do prefeito.

Leia o blog do Inaldo Sampaio aqui 

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